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EUA podem ficar estagnados como o Japão, diz Nobel de economia

Robert Engle avalia que a possibilidade é uma “preocupação real”

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2011 às 13h21.

Campos do Jordão – A economia americana pode enfrentar um período de estagnação parecido ao que vive o Japão há mais de uma década, avalia o prêmio Nobel de economia, Robert Engle. “Essa é uma preocupação real”, disse durante o 5º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais realizado em Campos do Jordão, São Paulo.

“Há quanto tempo já estamos nessa crise, quatro anos? É quase a metade de uma década perdida”, ressalta Engle. A taxa de juro do país está entre 0 e 0,25% desde dezembro de 2008, o menor nível já visto na história do Banco Central americano (Federal Reserve). Além disso, Ben Bernanke, presidente do Fed, garantiu que o baixo patamar deve ser mantido até 2013.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA recuou 0,3% em 2008, 3,5% em 2009 e depois cresceu 3% em 2010. Em 2011, até o 2º trimestre, o PIB cresceu 1% (na passagem anual). E as projeções para o ano estão sendo revisadas para baixo. O JPMorgan, por exemplo, reduziu a sua estimativa para o 4º trimestre deste ano de 2,5% para 1,0%.

O Japão enfrenta um ambiente de pequeno crescimento, juro baixo e deflação desde o início da década de 1990.

“Não aprendemos com a crise de 1929 e não estamos seguindo as receitas. Se não houver um novo estímulo, não ficaríamos positivos com o futuro da economia”, ressaltou o economista. Em discurso realizado ontem em Jackson Hole, Wyoming, Bernanke voltou a dizer que possui várias ferramentas que podem ser usadas para estímulos monetários adicionais.

“Nós discutimos os méritos e custos relativos de tais ferramentas em nossa reunião de agosto”, disse Bernanke. “O comitê irá continuar a avaliar a perspectiva econômica sob a luz das novas informações e está preparado para empregar as ferramentas de forma apropriada para promover uma recuperação econômica forte em um contexto de estabilidade de preços”, afirmou.

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