EUA lembrarão 11/9 imersos na decisão de atacar a Síria
Doze anos depois, Barack Obama usa a lembrança dos ataques para justificar um possível ataque militar contra a Síria
Da Redação
Publicado em 7 de setembro de 2013 às 14h24.
Washington - Os Estados Unidos lembrarão o 12º aniversário dos atentados de 11 de setembro com Congresso e opinião pública polarizados sobre o possível lançamento de mísseis contra a Síria , onde os interesses do governo se confrontam com a ameaça de extremistas.
Foram os atentados de 11/9 contra as Torres Gêmeas e o Pentágono que fizeram eclodir a escorregadia luta global encampada pelos Estados Unidos contra o terrorismo, e em particular contra Al Qaeda que, segundo o governo americano, continua obstinada em atacar alvos ocidentais.
Doze anos depois, o governo do presidente americano, Barack Obama, usa a lembrança desses ataques não só para alertar sobre a contínua ameaça da Al Qaeda, mas também para justificar um possível ataque militar limitado contra a Síria.
Em uma audiência na quarta-feira no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o secretário de Estado, John Kerry, fez referência ao 11/9 para argumentar que, longe de se apoiar no 'isolacionismo', os EUA têm a obrigação de intervir na Síria.
'O 11 de setembro aconteceu porque havia espaços sem governo em que o povo queria lutar contra Ocidente, que cultural e historicamente se opõem à modernidade, queriam nos atacar e o fizeram', afirmou Kerry.
'Temos interesses diretos no que ocorre na Síria. Há um interesse direto relacionado à nossa credibilidade. Somos a nação indispensável', ressaltou o secretário de governo, ao sugerir que o dever dos Estados Unidos é dirigir o mundo 'pelo caminho da paz e não do jihadismo'.
Jo Comerford, diretora-executiva do Projeto de Prioridades Nacionais, grupo que analisa custos de defesa, lamentou que, às vésperas de outro aniversário dos atentados, o país prepare uma nova intervenção bélica.
'É algo preocupante, claro. Não damos fundos suficientes à ajuda humanitária e a diplomacia, mas damos muito dinheiro aos elementos estruturais de uma intervenção militar', criticou.
Segundo o projeto, o Pentágono já tem planos de comprar este ano ainda 200 mísseis Tomahawk, como os que poderiam ser usados em um ataque a partir do mar Mediterrâneo contra a Síria, a um custo de US$ 320 milhões em um ano, 'valor próximo de US$ 36 mil por hora'.
Além da ameaça contra os interesses americanos no exterior, há também possíveis ataques dentro do país, apesar de agora, com os ciberataques, se tornarem mais difusos. Por isso, como em todo aniversário do 11/9, o governo federal emitiu alertas gerais às agências policiais, apesar de não haver indícios de ameaças concretas.
Os alertas recentes do FBI e do Departamento de Segurança Nacional, segundo a emissora 'CNN', alertam para 'possíveis riscos', incluindo ciberataques do Exército Eletrônico Sírio, a quem atribuem 'blecautes' na internet.
É o primeiro aniversário da ação da Al Qaeda contra as Torres Gêmeas desde os atentados de 11 de setembro de 2012 contra o consulado americano em Bengasi, na Líbia, que deixou quatro mortos, incluindo o embaixador Christopher Stevens.
O aniversário também coincide com a tentativa americana de encerrar sua intervenção militar no Afeganistão, iniciada em outubro de 2001 para perseguir Osama bin Laden e os talibãs que o protegiam.
Se a guerra no Afeganistão, que causou mais de duas mil baixas ao governo americano e um custo de US$ 570 bilhões, foi uma causa 'justa' em 2001, ao longo dos anos de transformou na 'longa guerra de 2013', comentam observadores.
'A guerra (no Afeganistão) perdeu o enfoque que teve nos meses seguintes ao atentado', afirmou um editorial do jornal 'USA Today'.
Mesmo assim, Obama protagoniza uma ferrenha campanha de convencimento para que o Legislativo aprove um ataque contra o regime Sírio para castigar seu suposto uso de armas químicas no último dia 21 em Guta e que teria deixado, de acordo com o governo americano, mais de 1.400 mortos.
Uma resolução aprovada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado na quarta-feira passada autoriza um ataque militar com prazo de até 90 dias, mas proíbe o envio de tropas americanas para a região.
A medida será debatida e votada no Senado e na Câmara na volta do recesso parlamentar, na semana que vem, mas até agora Obama não tem os votos garantidos para seguir com o ataque.
O ceticismo dos legisladores é alimentado pelo temor de fatores imprevisíveis, como uma possível represália da Síria e de outros regimes antiamericanos, o que provocaria uma escalada do conflito. EFE
mp/cd
Washington - Os Estados Unidos lembrarão o 12º aniversário dos atentados de 11 de setembro com Congresso e opinião pública polarizados sobre o possível lançamento de mísseis contra a Síria , onde os interesses do governo se confrontam com a ameaça de extremistas.
Foram os atentados de 11/9 contra as Torres Gêmeas e o Pentágono que fizeram eclodir a escorregadia luta global encampada pelos Estados Unidos contra o terrorismo, e em particular contra Al Qaeda que, segundo o governo americano, continua obstinada em atacar alvos ocidentais.
Doze anos depois, o governo do presidente americano, Barack Obama, usa a lembrança desses ataques não só para alertar sobre a contínua ameaça da Al Qaeda, mas também para justificar um possível ataque militar limitado contra a Síria.
Em uma audiência na quarta-feira no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o secretário de Estado, John Kerry, fez referência ao 11/9 para argumentar que, longe de se apoiar no 'isolacionismo', os EUA têm a obrigação de intervir na Síria.
'O 11 de setembro aconteceu porque havia espaços sem governo em que o povo queria lutar contra Ocidente, que cultural e historicamente se opõem à modernidade, queriam nos atacar e o fizeram', afirmou Kerry.
'Temos interesses diretos no que ocorre na Síria. Há um interesse direto relacionado à nossa credibilidade. Somos a nação indispensável', ressaltou o secretário de governo, ao sugerir que o dever dos Estados Unidos é dirigir o mundo 'pelo caminho da paz e não do jihadismo'.
Jo Comerford, diretora-executiva do Projeto de Prioridades Nacionais, grupo que analisa custos de defesa, lamentou que, às vésperas de outro aniversário dos atentados, o país prepare uma nova intervenção bélica.
'É algo preocupante, claro. Não damos fundos suficientes à ajuda humanitária e a diplomacia, mas damos muito dinheiro aos elementos estruturais de uma intervenção militar', criticou.
Segundo o projeto, o Pentágono já tem planos de comprar este ano ainda 200 mísseis Tomahawk, como os que poderiam ser usados em um ataque a partir do mar Mediterrâneo contra a Síria, a um custo de US$ 320 milhões em um ano, 'valor próximo de US$ 36 mil por hora'.
Além da ameaça contra os interesses americanos no exterior, há também possíveis ataques dentro do país, apesar de agora, com os ciberataques, se tornarem mais difusos. Por isso, como em todo aniversário do 11/9, o governo federal emitiu alertas gerais às agências policiais, apesar de não haver indícios de ameaças concretas.
Os alertas recentes do FBI e do Departamento de Segurança Nacional, segundo a emissora 'CNN', alertam para 'possíveis riscos', incluindo ciberataques do Exército Eletrônico Sírio, a quem atribuem 'blecautes' na internet.
É o primeiro aniversário da ação da Al Qaeda contra as Torres Gêmeas desde os atentados de 11 de setembro de 2012 contra o consulado americano em Bengasi, na Líbia, que deixou quatro mortos, incluindo o embaixador Christopher Stevens.
O aniversário também coincide com a tentativa americana de encerrar sua intervenção militar no Afeganistão, iniciada em outubro de 2001 para perseguir Osama bin Laden e os talibãs que o protegiam.
Se a guerra no Afeganistão, que causou mais de duas mil baixas ao governo americano e um custo de US$ 570 bilhões, foi uma causa 'justa' em 2001, ao longo dos anos de transformou na 'longa guerra de 2013', comentam observadores.
'A guerra (no Afeganistão) perdeu o enfoque que teve nos meses seguintes ao atentado', afirmou um editorial do jornal 'USA Today'.
Mesmo assim, Obama protagoniza uma ferrenha campanha de convencimento para que o Legislativo aprove um ataque contra o regime Sírio para castigar seu suposto uso de armas químicas no último dia 21 em Guta e que teria deixado, de acordo com o governo americano, mais de 1.400 mortos.
Uma resolução aprovada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado na quarta-feira passada autoriza um ataque militar com prazo de até 90 dias, mas proíbe o envio de tropas americanas para a região.
A medida será debatida e votada no Senado e na Câmara na volta do recesso parlamentar, na semana que vem, mas até agora Obama não tem os votos garantidos para seguir com o ataque.
O ceticismo dos legisladores é alimentado pelo temor de fatores imprevisíveis, como uma possível represália da Síria e de outros regimes antiamericanos, o que provocaria uma escalada do conflito. EFE
mp/cd