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EUA: Juiz interrompe temporariamente deportações de famílias reunificadas

Grupo que entrou com moção diz que governo estaria dando "poucas horas" aos pais para que decidam se retornam a seus países ou se iniciam processo judicial

Imigração: famílias foram reunificadas após a separação na fronteira com o México como consequência da política de tolerância zero de Trump (Loren Elliott/Reuters)

Imigração: famílias foram reunificadas após a separação na fronteira com o México como consequência da política de tolerância zero de Trump (Loren Elliott/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de julho de 2018 às 16h27.

San Diego - Um juiz dos Estados Unidos ordenou nesta segunda-feira que o governo do presidente Donald Trump deixe temporariamente de deportar as famílias que foram reunificadas após a separação na fronteira com o México como consequência da política de tolerância zero do republicano.

Após uma moção de hoje da União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) para evitar "deportações em massa", o juiz Dana Sabraw determinou que o governo não expulse do país durante a próxima semana nenhuma dessas famílias para que elas possam decidir se vão solicitar asilo político.

O grupo de direitos civis, que também apresentou a demanda que levou a Justiça a ordenar a reunificação familiar em junho, assinalou que "persistem" rumores de que o governo estaria dando "poucas horas" aos pais para que decidam se retornam a seus países de origem ou se iniciam um longo processo judicial.

Por isso, a ACLU considerou oportuno, e Sabraw lhes deu razão, que é necessária uma semana para tomar uma decisão "extremamente complexa".

O magistrado deu prazo ao governo até o dia 23 para responder às questões colocadas pela ACLU e decidiu que, até lá, nenhum imigrante ilegal que foi separado de seus filhos na fronteira deverá ser deportado.

A ACLU afirmou em seu pedido que a decisão é agora mais complicada, depois que o Departamento de Justiça anunciou em 11 de junho que "não serão elegíveis para asilo" os imigrantes vítimas de violência doméstica e de gangues, motivos frequentemente alegados pelos imigrantes centro-americanos.

Em relação à essa nova diretriz, a ACLU estima que os imigrantes ilegais precisam de tempo suficiente para tomar uma decisão com base em "informações" e "sem pressão".

Por ordem do próprio Sabraw, o governo Trump está se apressando para cumprir o prazo estabelecido para o próximo dia 26 pelo próprio magistrado de San Diego (Califórnia) de devolver aos pais os cerca de 3 mil menores de idade que o governo separou como consequência de sua política de tolerância zero contra a imigração ilegal.

Na terça-feira da semana passada foi encerrada a primeira parte desse prazo, no qual o governo deveria ter entregue 103 menores de 5 anos que foram separados de seus pais, mas esse número acabou sendo reduzido para 57 e a administração alegou que não pôde concluir o resto das reunificações com base na segurança das crianças, entre outros motivos.

A ACLU indicou hoje que recebeu duas listas por parte do governo sobre os outros menores que ainda permanecem separados. A dos pais tem 1.600 nomes e a das crianças 2.500.

A organização assegura que tem conhecimento de que a reunificação dos menores com entre 5 e 18 anos já começou, e que esses imigrantes estão em "grave risco" de "serem reunificados apenas para serem imediatamente deportados, sem que saibam todas as informações" sobre suas opções, apesar de serem casos de "vida ou morte".

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