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EUA e UE vão definir possíveis mais duras contra Rússia

Países concordaram em trabalhar juntos para preparar possíveis sanções econômicas mais duras em resposta às ações da Rússia na Ucrânia


	Mulher celebra resultados preliminares de referendo sobre união da Crimeia à Rússia, na Lenin Square, na capital da Crimeia, Simferpol, no dia 16 de março de 2014
 (REUTERS/David Mdzinarishvili)

Mulher celebra resultados preliminares de referendo sobre união da Crimeia à Rússia, na Lenin Square, na capital da Crimeia, Simferpol, no dia 16 de março de 2014 (REUTERS/David Mdzinarishvili)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2014 às 18h06.

Bruxelas/Moscou - Os Estados Unidos e a União Europeia concordaram nesta quarta-feira em trabalhar juntos para preparar possíveis sanções econômicas mais duras em resposta às ações da Rússia na Ucrânia, incluindo contra o setor de energia, e também para tornar a Europa menos dependente do gás russo.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse após uma reunião com altos funcionários da UE que o presidente russo, Vladimir Putin, havia calculado mal se achava que poderia dividir o Ocidente ou contar com a sua indiferença em relação à anexação da Crimeia.

Líderes do G7, grupo que reúne as principais potências industrializadas, decidiram nesta semana adiar sanções contra a economia russa, a menos que Putin tome novas medidas para desestabilizar a Ucrânia ou outras ex-repúblicas soviéticas.

"Se a Rússia continuar em seu curso atual, no entanto, o seu isolamento vai se aprofundar, as sanções vão aumentar e haverá mais consequências para a economia russa", disse Obama em entrevista à imprensa em conjunto com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

No discurso inicial de sua viagem à Europa, Obama disse mais tarde a um público de 2.000 jovens que o Ocidente vai prevalecer se permanecer unido, não pela ação militar, mas pelo poder de seus valores para atrair os ucranianos.

A Rússia não seria "desalojada da Crimeia, ou dissuadida de prosseguir em sua escalada com o uso da força militar. Mas com o tempo, desde que permaneçamos unidos, o povo russo vai reconhecer que não pode alcançar a segurança, a prosperidade e o status que procura por meio da força bruta", disse.

No discurso em uma sala de concertos de Bruxelas, no qual parecia estar refutando ponto a ponto o discurso de Putin no Kremlin, em 18 de março, no qual anunciou a anexação da Crimeia, Obama expressou respeito por uma Rússia forte, mas disse que "isso não significa que a Rússia possa passar por cima dos vizinhos".

Ele também disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai intensificar sua presença em seus novos Estados membros do Leste Europeu, com fronteira com a Rússia e a Ucrânia, para confirmar que a garantia de defesa mútua da aliança irá protegê-los.


As forças russas na Crimeia se apoderaram do último navio da Marinha ucraniana depois de dispararem tiros de advertência e granadas de efeito moral, completando a ocupação russa das instalações militares na península do Mar Negro. O governo ucraniano ordenou a retirada de suas forças.

A preocupação ocidental tem se voltado para as tropas russas concentradas na fronteira oriental da Ucrânia em meio a alegações do Kremlin de ataques à população de língua russa na região industrial do país.

Mas o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou considerar provável que a resposta ocidental até agora iria impedir a Rússia de realizar o que chamou de "outros atos de agressão e ingerência no território da Ucrânia".

As novas autoridades ucranianas anunciaram um aumento radical no preço do gás nacional a partir de 1 de maio, de 50 por cento, cumprindo assim uma condição impopular para receber ajuda do Fundo Monetário Internacional, que o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich - apoiado pela Rússia -, havia recusado antes de ser deposto no mês passado.

O FMI deve anunciar já na quinta-feira um pacote de socorro para a Ucrânia no valor aproximado de 15 bilhões de dólares, segundo o jornal The Financial Times.

O governo ucraniano está buscando ajuda do FMI para estabilizar a sua arruinada economia. A Rússia disse que vai aumentar o preço do gás que vende à Ucrânia a partir de abril.

Gás dos EUA

Em resposta aos apelos da UE para a expansão das exportações de gás norte-americano para a Europa, para reduzir a dependência europeia do fornecimento russo, Obama disse que um novo acordo comercial transatlântico em negociação tornaria mais fácil autorizar essas vendas.

No entanto, ele afirmou que a Europa deve procurar também explorar os próprios recursos energéticos -- uma referência velada à resistência ambiental para a extração de gás de xisto e uso de energia nuclear --, em vez de apenas contar com o EUA.

A Rússia fornece cerca de um terço do petróleo e do gás da UE e cerca de 40 por cento do gás é exportado através da Ucrânia.

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