Estreia de Dilma e Serra na TV foi conservadora, diz especialista
Para cientista político Leonardo Barreto, pesquisas eleitorais vão ditar ritmo das propagandas políticas nas próximas semanas
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Brasília - Na estreia da propaganda eleitoral gratuita, os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) optaram por se apresentar ao eleitor. Serra procurou dar ênfase nos seus feitos como ministro da Saúde e governador de São Paulo enquanto Dilma destacou sua ligação com o presidente Lula.
Na avaliação do cientista político Leonardo Barreto, professor da Universidade de Brasília (UnB), a estratégia foi conservadora e o que vai ditar o ritmo dos próximos programas é o resultado das pesquisas de intenção de voto. "Dependendo do que as pesquisas trouxerem, podemos ter uma mudança para uma abordagem mais agressiva, ou não", disse ele. O tom no programa de Dilma foi mais emotivo, mostrando o caminho da petista até Brasília. Já na campanha de Serra, a tentativa de emplacar o "Zé Serra" serve para "aumentar a intimidade" do candidato com o eleitor.
O professor disse, ainda, que a opção da candidata Marina Silva (PV) - que praticamente repetiu o programa de rádio exibido na manhã desta terça-feira (17), falando sobre preservação ambiental - foi mais ousada. "Marina optou por apresentar sua plataforma política, suas propostas e estabelecer sua marca. Acredito que ela ainda vai explorar sua biografia, por ter uma história de vida muito bonita. No momento ela teve que escolher, isso mostra o que a falta de tempo na televisão faz", explicou.
A surpresa, na opinião do cientista político, ficou por conta do jingle de José Serra, que cita o nome do presidente Lula. "Foi assustador ver o Lula citado na campanha tucana. Isso mostra como a oposição está tendo dificuldade em construir um discurso contrário ao governo atual", afirmou. Segundo Barreto, nesse primeiro momento, "Serra chamou Lula para o lado dele."
Plínio Arruda Sampaio, do PSOL, não falou durante a propaganda na TV, como fez no rádio. Mas a aposta foi em sua biografia, com a história pessoal e política do candidato.
Zé Maria (PSTU), José Maria Eymael (PSDC) e Levy Fidelix (PRTB) repetiram na televisão o mesmo programa que foi ao ar no rádio. Já Rui Costa Pimenta (PCO) e Ivan Pinheiro (PCB), que não apresentaram programas no rádio, criticaram a falta de tempo de exposição no horário político e que a imprensa não abre espaço para que eles participem dos debates.
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