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Estados Unidos querem mudar estrutura da ONU

Os Estados Unidos indicaram o conservador John Bolton como seu novo embaixador na Organização das Nações Unidas (ONU). Sua missão, segundo o presidente George W. Bush, será "garantir a clara liderança americana" no processo de reformas estruturais em curso na ONU. Aprovado após muita relutância pelo Senado americano, Bolton estará encarregado, nos próximos meses, de […]

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Os Estados Unidos indicaram o conservador John Bolton como seu novo embaixador na Organização das Nações Unidas (ONU). Sua missão, segundo o presidente George W. Bush, será "garantir a clara liderança americana" no processo de reformas estruturais em curso na ONU. Aprovado após muita relutância pelo Senado americano, Bolton estará encarregado, nos próximos meses, de concluir a implementação de uma lista de seis pontos considerados estratégicos pelo seu país.

O primeiro é evitar novos casos de corrupção e má gestão do programa humanitário Petróleo por Comida. O programa vigorou no Iraque entre 1996 e 2003, época em que o país era governado pelo ex-ditador Sadam Hussein. Seu objetivo era permitir que o Iraque vendesse quantidades limitadas de petróleo, em troca de bens essenciais, como alimentos, a fim de amenizar os efeitos das sanções impostas ao país em 1990, após a mal sucedida invasão do Kuait.

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No início deste ano, porém, o programa foi investigado devido à suspeita de corrupção e tráfico de influência. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi acusado de favorecer a empresa suíça Conecta, no qual trabalha seu filho Kojo Annan, em contratos de supervisão do programa no Iraque. Na época, as investigações concluíram não haver indícios convincentes de que o dirigente da ONU favoreceu a companhia, mas recentemente, descobriu-se que Annan encontrou-se com a diretoria da empresa em 1998, reabrindo o caso.

Para evitar que episódios como esse se repitam, os Estados Unidos conseguiram que o programa seja supervisionado, agora, pela secretaria-geral de administração, ocupada pelo americano Christopher Burnham.

O segundo ponto da reforma pretendida por Bush é a extinção da Comissão de Direitos Humanos da ONU. O argumento é que países como Líbia, Sudão e Cuba, que desrespeitam os direitos de seus cidadãos, têm assento na Comissão e participam do julgamento de casos de outras nações. Segundo o jornal americano The New York Times, essa instância deve ser extinta até setembro, mas a criação de um órgão substituto pode demorar até um ano.

O terceiro item defendido pelos americanos é a criação de um fundo de apoio à democracia. A idéia está obtendo um amplo apoio dentro da ONU. A quarta proposta é a elaboração de um novo tratado contra o terrorismo, vinculado a um sexto item a criação de uma comissão de "construção da paz".

Por fim, os americanos estão muito próximos de conseguir uma nova posição das Nações Unidas em torno de políticas de combate à pobreza nos países em desenvolvimento.

Além dessa agenda de reforma, o novo embaixador americano também deverá lidar com questões polêmicas, como a possível ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Enquanto os americanos defendem a entrada do Japão como membro permanente do conselho e, portanto, com direito de veto outros países também pleiteiam uma vaga, como o Brasil, que recentemente perdeu a disputa para apresidência do BID, a Alemanha e a Índia. Hoje, cinco países têm assentos permanentes nessa instância: Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França.

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