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EPE: sem o governo, Belo Monte não sairia do papel

Rio - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou hoje que "sem a mão forte do governo", a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), com capacidade para gerar 11 mil megawatts (MW), não sairia do papel. Ressaltando que a usina de Belo Monte é uma obra "complicadíssima", que […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Rio - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou hoje que "sem a mão forte do governo", a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), com capacidade para gerar 11 mil megawatts (MW), não sairia do papel.

Ressaltando que a usina de Belo Monte é uma obra "complicadíssima", que também está localizada numa área complexa, ele avaliou que "não bastará apenas a participação do governo no empreendimento apenas por meio de seu braço estatal, a Eletrobrás. Vai precisar de ação permanente do governo. É uma usina que se você largar, não vai sair", disse.

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Tolmasquim destacou que além de todas as condicionantes que os investidores terão de fazer durante a obra para atender a região, o governo também tem que dar sua parcela de contribuição. Segundo ele, não bastam "casas de alvenaria", que os investidores vão construir para a população que vai ser desalojada com a criação dos reservatórios. "É preciso que o governo também coloque recursos próprios", disse.

O comentário de Tolmasquim se originou a partir de questionamentos feitos a ele durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef), sobre a forte participação do Estado nos empreendimentos de energia elétrica no Brasil.

O presidente da EPE discordou desta colocação, e disse que a maior parte dos empreendimentos que estão sendo realizados no Brasil está nas mãos da iniciativa privada, "com exceção de Belo Monte". Ainda assim, lembrou, Belo Monte conta com inúmeros sócios da iniciativa privada.

Tolmasquim destacou que o governo continuará a incentivar a construção de usinas hidrelétricas, e que novas usinas térmicas a gás só serão admitidas em futuros leilões, caso não haja a oferta de empreendimentos hídricos suficientes para cobrir a expectativa de demanda no País.

"Não pretendemos com isso deixar o Brasil à mercê da hidrologia. A ideia é que fontes alternativas, como eólica e biomassa, supram esta necessidade", disse, destacando que o leilão de fontes alternativas já tem ofertados projetos com capacidade para oferecer 16 mil MW novos.

Segundo Tolmasquim, o Brasil precisará agregar cerca de 63 mil MW à sua matriz energética nos próximos cinco anos. Deste total, pelo menos 65% já estão contratados.

Com esta capacidade, disse ele, o Brasil tem condições de crescer em média 7,5% ao ano, se quiser ter zerado o excedente previsto em 2014, ou crescer uma média de 5% ao ano e ter um excedente de 5,8 mil MW em 2014. Para este cálculo, lembrou Tolmasquim, há a perspectiva de que as usinas térmicas sejam acionadas em média em 23% do tempo total.

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