ONU: a ONU ordenou o início de uma investigação interna sobre todas as relações (AFP/Nicholas Roberts)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 22h18.
Nova York - Cinco dos envolvidos no escândalo de corrupção revelado na ONU, entre eles o ex-presidente da Assembleia-Geral John Ashe, foram formalmente acusados nesta terça-feira em um grande júri de Nova York, nos Estados Unidos.
O diplomata de Antígua e Barbuda, que presidiu o órgão entre 2013 e 2014, foi acusado de dois crimes fiscais, após ter recebido mais de US$ 1 milhão em subornos de empresários chineses.
Entre os envolvidos no caso, destaque também para o multimilionário empreiteiro chinês Ng Lap Seng, acusado de estar no centro do escândalo nas Nações Unidas.
Segundo as autoridades americanas, Seng pagou a Ashe para tentar, entre outras coisas, impulsionar o projeto de construção de um centro de conferências da ONU em Macau, avaliado em US$ 1 bilhão.
Hoje, ao formalizar as acusações, a Promotoria de Nova York acrescentou mais dois crimes na ficha do magnata e vários de seus cúmplices, incluindo conspiração para a lavagem de dinheiro.
Seng também já tinha sido denunciado por subornar o diplomata Francis Lorenzo, da República Dominicana, acusado pelos promotores de fazer os pagamentos dos subornos a Ashe.
A previsão é que os cinco compareçam ainda nesta semana ao tribunal. Um sexto envolvido aguarda ser formalmente acusado pelas autoridades.
Na última sexta-feira, um juiz tinha concedido a Seng o direito a responder o crime em prisão domiciliar pagando uma fiança de US$ 50 milhões, mas a Promotoria interveio e pediu que ele seja mantido sob custódia até ser ouvido no tribunal por haver risco de fuga.
Após a revelação do caso, a ONU ordenou o início de uma investigação interna sobre todas as relações mantidas com duas fundações vinculadas a Seng.