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Empresas americanas calculam os ganhos com a reeleição de Bush

A indústria farmacêutica, as companhias petrolíferas e até mesmo a indústria do fumo, que contribuíram pesadamente para a campanha republicana, esperam lucrar com a vitória de Bush

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Passada a disputa que assegurou mais quatro anos de mandato para George W. Bush na presidência dos Estados Unidos, o empresariado começa a avaliar quais serão os setores produtivos que ganharão e os que perderão com a vitória republicana. Muitos segmentos não contemplados por cortes de impostos e regulamentações mais brandas, no primeiro mandato de Bush, esperam agora os mesmos benefícios.

Os planos privados de saúde e a indústria farmacêutica, por exemplo, contribuíram em conjunto com 26 milhões de dólares para a campanha de Bush e para o Partido Republicano. Conforme o americano The Wall Street Journal, a principal meta do setor era evitar a vitória do democrata John Kerry, que já havia assinalado a intenção de negociar reajustes moderados nos preços dos medicamentos. Para pressionar o setor, Kerry estudava a permissão de importar remédios do Canadá.

Os fundos de previdência privada também esperam um novo ciclo de expansão, caso Bush seja bem-sucedido em promover uma maior abertura da previdência pública para a iniciativa privada. As cadeias de refeições rápidas são outro segmento que deve se beneficiar. A esperança das redes é que Bush promova reajustes menos acentuados do salário mínimo, um dos principais fatores de custos para a indústria do fast food.

Bush deve prosseguir a flexibilização da legislação ambiental, tema caro ao Partido Democrata. Entre as propostas de Kerry, estava a de pressionar inclusive outros países a adotar cláusulas ambientais nos tratados comerciais que viessem a assinar com os Estados Unidos (veja reportagem de EXAME a respeito). Com a vitória republicana, as montadoras de automóveis americanas, por exemplo, esperam padrões menos rígidos de emissão de poluentes e de consumo de combustíveis (veja abaixo os setores econômicos que mais ganharão com a vitória de Bush).

Quem perde

Nem todos os segmentos industriais ficaram satisfeitos com o resultado das eleições desta quarta-feira (2/11). É o caso das empresas de biotecnologia que realizam pesquisas com células-tronco. Segundo The Wall Street Journal, a percepção de que o setor sofrerá restrições para desenvolver seu trabalho, como o corte de fundos públicos de pesquisa, expressou-se ontem na queda acentuada de suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Os papéis da StemCells recuaram 23% e os da Geron Corp., 12%, por exemplo.

O segmento de combustíveis alternativos também não tem o que festejar. A gestão Bush é reconhecidamente ligada a empresas tradicionais do setor energético, como as petrolíferas. Aliás, elas são as maiores vencedoras do pleito de ontem. Espera-se que Bush flexibilize as exigências ambientais para o setor. A permissão para que companhias privadas explorem jazidas em terras públicas também é aguardada.

Confira alguns segmentos econômicos que serão beneficiados pela vitória de Bush:

  • indústria farmacêutica: espera beneficiar-se com novas regras para o setor;
  • planos privados de saúde: Bush planeja expandir o mercado privado;
  • assets managers: os republicanos devem incentivar o desenvolvimento dos planos de previdência privada, o que elevará os recursos administrados pelas companhias;
  • companhias seguradoras: devem se beneficiar com o corte de impostos
  • indústrias ligadas à Defesa: esperam o aumento dos gastos militares
  • companhias petrolíferas: aguardam uma legislação ambiental mais favorável e incentivos à exploração do Alaska.
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