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Empresariado divulga carta contra aumento de impostos em Nova York

No estado de Nova York, o governador Andrew Cuomo cogita aumento de impostos sobre os mais ricos para cobrir a queda de arrecadação com a pandemia. Nacionalmente, o governo Biden pode fazer o mesmo

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase: executivo se juntou a outros líderes do setor privado para barrar um possível aumento de impostos (Bloomberg/Bloomberg)
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Bloomberg

Publicado em 23 de março de 2021 às 15h30.

Última atualização em 23 de março de 2021 às 15h48.

Os CEOs da JPMorgan Chase e Goldman Sachs Group se juntaram a dezenas de líderes do setor privado em Nova York para alertar o governador Andrew Cuomo que elevações de impostos colocariam a recuperação econômica do estado em risco e agravariam o êxodo de profissionais para estados com impostos menores.

Jamie Dimon e David Solomon adicionaram seus nomes a uma lista de aproximadamente 250 líderes que assinaram uma carta enviada na terça-feira na qual argumentam que impostos mais altos não são necessários, considerando os programas federais de estímulo aprovados pelo Congresso e a arrecadação acima do esperado em 2020.

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Os CEOs afirmaram que se sentiram compelidos a “expressar alarme em relação a planos de implementar os maiores aumentos de gastos e impostos na história do estado”, acrescentando que as propostas “colocarão em risco a recuperação de Nova York da crise econômica infligida pela covid-19.”

Cuomo por muito tempo rejeitou os impostos sobre fortunas defendidos pela ala progressista de seu partido, mas o governador, que está no terceiro mandato, recentemente tornou-se mais receptivo à ideia. Diversos escândalos, incluindo queixas de assédio sexual e acusações de que seu governo encobriu mortes pela covid-19 em lares de idosos, fizeram com que dezenas de parlamentares exigissem sua renúncia. Cuomo nega as acusações e avisou que não vai renunciar.

O governo federal planeja direcionar mais de 12 bilhões de dólares em ajuda direta como parte do último pacote de ajuda do Congresso devido à pandemia.

Déficit no orçamento

Na segunda-feira, o responsável pelo orçamento do estado, Robert Mujica, disse a repórteres que a entrada de recursos federais e a arrecadação acima do esperado aliviaram a necessidade imediata de cortes no orçamento para cobrir o déficit que estava estimado anteriormente em 15 bilhões de dólares. Mujica não chegou a comentar os impostos sobre fortunas, que, segundo Cuomo, ainda são uma possibilidade.

O governador precisa negociar com o Senado e a Assembleia Legislativa estaduais. Ele enfrenta um inquérito parlamentar de impeachment após as alegações de má conduta.

“A ameaça de um governador enfraquecido da esquerda dificulta a atuação dele para deter os aumentos”, afirmou Kathy Wylde, CEO da Partnership for New York City, em entrevista no início deste mês. “Os defensores têm se aproveitado das desigualdades acentuadas que foram expostas pela pandemia para avançar o argumento de que a redistribuição de riqueza é todo o motivo necessário para aumentar os impostos.”

O plano de gastos de 208,3 bilhões de dólares proposto pela assembleia estadual inclui um imposto sobre a riqueza das pessoas mais bem pagas e um novo tributo sobre ganhos de capital para os contribuintes que recebem mais de 1 milhão de dólares por ano.

Na carta, os executivos afirmam que pode haver necessidade de elevar a receita para programas de educação, saúde e bem-estar no futuro. “Neste momento, no entanto, aumentos significativos nos impostos para pessoa física e jurídica tornarão muito mais difícil reativar o motor econômico e reorganizar a grande e diversificada oferta de talentos que faz de Nova York a melhor cidade do mundo”, escreveram.

Peter Grauer, presidente do conselho da Bloomberg LP, controladora da Bloomberg News, também assinou a carta, juntamente com os CEOs do Citigroup (Jane Fraser), Morgan Stanley (James Gorman) e Vornado Realty Trust (Steven Roth).

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