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Em Moçambique, a calvície virou motivo de assassinato de 5 homens

Assassinatos, pelos quais foram detidas duas pessoas, ocorreram em diferentes distritos de Milange e Morrumbala, no centro do país

Moçambique: investigação das autoridades se centra em curandeiros tradicionais (iStock/Thinkstock)
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EFE

Publicado em 7 de junho de 2017 às 09h34.

Maputo - Pelo menos cinco pessoas com calvície foram assassinadas nas últimas semanas em Moçambique por conta de uma crença para extrair seus órgãos e utilizá-los em rituais tradicionais, informaram nesta quarta-feira meios locais.

"Alguns dizem que todas as pessoas com calvície têm ouro na cabeça", declarou à "Rádio Moçambique" o comandante da Polícia Afonso Dias, sobre a crença que, aparentemente, motivou os crimes.

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Os assassinatos, pelos quais foram detidas duas pessoas, ocorreram em diferentes distritos de Milange e Morrumbala, na província de Zambezia, no centro do país.

Os dois suspeitos foram vistos por outros cidadãos quando desenterravam em um cemitério um corpo de um homem careca e o decapitaram, o que permitiu a detenção.

A investigação das autoridades se centra em curandeiros tradicionais, que poderiam estar na origem desta crença sobre os poderes sobrenaturais de algumas partes do corpo dos homens carecas, segundo o porta-voz policial Inácio Dina.

Uma crença similar sobre os albinos transformou as pessoas com esta condição em alvo habitual de máfias que vendem os seus órgãos a bruxos tradicionais em Moçambique e outros países africanos.

Apesar das campanhas de sensibilização e prevenção contra esta crença feitas pelas autoridades, esta prática continua ameaçando os albinos em vários lugares da África.

Na semana passada, um cidadão tentou matar seu próprio irmão albino na província moçambicana de Manica.

Há duas semanas, um casal foi detido na província de Tete, também em Moçambique, acusado de tentar vender o filho albino de dois anos por 4 milhões de meticais (cerca de 60 mil euros).

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