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Em meio à crise com Israel, Lula se reúne com Blinken nesta quarta-feira

Representante dos EUA, além de ser judeu, tem atuado na negociação para fim da guerra em Gaza

Lula: representante dos EUA, Blinken tem atuado nas negociações para o fim da guerra em Gaza. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 06h57.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá na manhã desta quarta-feira, 21, com o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, no Palácio do Planalto. Na agenda oficial divulgada pela Casa Branca, está a discussão de "questões bilaterais e globais entre Brasil e Estados Unidos".

No entanto, o encontro acontece em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel, e a questão deve ser tema de conversa com o representante dos EUA, que, além de ser judeu, tem atuado na negociação para fim da guerra em Gaza.

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No último domingo, 18, Lula comparou os ataques de Israel aos palestinos na região ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista de Adolf Hitler, durante Segunda Guerra Mundial. "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o presidente durante visita à Etiópia.

Em resposta, o governo israelense declarou o presidente brasileiro “persona non grata” até que ele se retrate. O Itamaraty, por sua vez, mandou o embaixador em Israel, Frederico Meyer, retornar para o Brasil.

"Obviamente, nós discordamos desses comentários [de Lula]. Temos sido muito claros em que não acreditamos que o que tem ocorrido em Gaza seja genocídio", disse o porta-voz do departamento, Matthew Miller, na última terça-feira.

Anteriormente,  Casa Branca já chamou de "contraproducente" e "sem base" o processo movido pela África do Sul no Tribunal de Haia com a acusação de que Israel estaria cometendo um genocídio.

Venezuela

Outro ponto de tensão entre EUA e Brasil é a Venezuela. A avaliação dos EUA é de que Nicolás Maduro não tem se mostrado comprometido com a promessa de eleições livres este ano. No mês passado, o país anunciou que sanções econômicas sobre os setores de petróleo e gás da Venezuela serão reestabelecidas caso o presidente não permita que todos os candidatos participem das eleições neste ano. O governo bloqueou a candidatura de  sua principal opositora, María Corina Machado.

Enquanto isso, Lula tem evitado criticar Maduro. Ano passado, ele recebeu o líder venezuelano em Brasília. Na visita recente à Etiópia, Lula disse que não poderia comentar a decisão de Maduro de expulsar funcionários do escritório da ONU para direitos humanos. "Eu não tenho as informações do que está acontecendo na Venezuela, da briga da Venezuela com a ONU", disse.

G20

Depois da reunião com Lula, Blinken deve se reunir com outros responsáveis por relações exteriores das maiores economias do mundo, nos primeiros eventos do G20 com o Brasil na presidência, no Rio de Janeiro.

Ali, os dois países estão mais alinhados, como parcerias pelos direitos dos trabalhadores e a cooperação na área de transição para energia limpa. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.

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