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Em busca do voto hispânico, Obama suspende deportação de jovens imigrantes

Não é justo expulsar milhares de jovens com talento que 'são americanos de coração' e fizeram 'contribuições extraordinárias' ao país

Obama critica a visão de Romney como um empresário bem sucedido (Jewel Samad/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 19h55.

Washington - O presidente do Estados Unidos, Barack Obama , anunciou nesta sexta-feira a suspensão temporária da deportação de milhares de crianças e jovens imigrantes em situação ilegal, uma medida que tem como objetivo reconquistar o voto hispânico nas eleições de novembro.

Não é justo expulsar milhares de jovens com talento que 'são americanos de coração' e fizeram 'contribuições extraordinárias' ao país, disse Obama num discurso feito no jardim da Casa Branca no qual justificou a mudança na política de deportações anunciado hoje pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS).

Obama afirmou que as crianças e jovens beneficiados 'estudam em nossas escolas, são amigos de nossos filhos, foram criados como americanos e se sentem parte do país'.

O objetivo da medida, que entrará em vigor imediatamente e beneficiará principalmente a população hispânica, é tornar a política de imigração 'mais justa e eficiente'.

O presidente explicou que a suspensão não significa anistia, imunidade nem dá o direito à cidadania americana, mas que é uma medida 'temporária' para dar 'certo alívio e esperança a uma população talentosa'.


Os imigrantes devem ter até 30 anos e provar que chegaram nos Estados Unidos quando tinham menos de 16 anos, moraram no país durante pelo menos cinco anos e que vivem atualmente nos EUA.

Os jovens também devem estar matriculados na escola ou terem se formado no ensino médio, ou ser veteranos que receberam baixa de forma honrosa das Forças Armadas ou da Guarda-Costeira.

Além disso, não podem ter sido condenados por delitos graves ou repetidos, assim como 'não representar algum tipo de ameaça para a segurança nacional ou a segurança pública'.

Fontes do governo calculam que pelo menos 800 mil jovens poderiam se beneficiar da medida, enquanto o Centro Pew Hispano eleva esse número para 1,4 milhão.

Obama prometeu na campanha de 2008 uma reforma migratória, que acabou não sendo implementada. A promessa não cumprida e o aumento das deportações, com mais de 396 mil pessoas expulsas do país no ano fiscal de 2011, contra as 389 mil do período anterior, criaram mal-estar e descontentamento entre os hispânicos, um dos grupos que apoiou Obama em 2008.

Portanto, o anúncio de hoje pode aumentar as possibilidades de reeleição de Obama, principalmente se for levado em conta que os republicanos se opõem a qualquer medida que possa representar uma legalização dos imigrantes.

O provável rival de Obama em novembro, o republicano Mitt Romney, afirmou hoje que a suspensão temporário das deportações dificulta uma solução 'a longo prazo' sobre o problema da imigração ilegal.

'A situação de jovens que chegam aqui por motivos alheios a sua vontade é uma questão importante e deveria ser resolvida a longo prazo', afirmou Romney em New Hampshire, onde iniciou uma viagem eleitoral por seis estados.

Em janeiro, Romney prometeu vetar a lei conhecida como 'Dream Act' se vencer as eleições e o Congresso a aprovar.

Essa lei, bloqueada no Congresso em 2010 pelos republicanos, permitiria a legalização de estudantes imigrantes ilegais que entraram nos EUA antes dos 16 anos e completaram pelo menos dois anos de universidade ou se inscreveram nas Forças Armadas.

Obama, ao contrário, defende a aprovação da 'Dream Act' no Congresso e a realização de uma reforma migratória integral.

Por sua parte, a governadora do Arizona, Jan Brewer, disse que o anúncio é 'uma perigosa distração' do que deve ser o principal enfoque do governo: a segurança na fronteira.

'Esta é uma anistia feita pelas portas dos fundos para cerca de um milhão de pessoas, e não é nenhuma coincidência que esta mudança de política ocorra quando faltem menos de cinco meses para as eleições presidenciais', disse Brewer em entrevista coletiva em Phoenix.

A governadora republicana afirmou também que não é uma coincidência que o governo faça este anúncio quando se espera a decisão dos magistrados da Suprema Corte sobre a lei SB1070, que autoriza a polícia a questionar o status migratório das pessoas que consideram suspeitas.

A decisão de a Suprema Corte deverá ser anunciada nesta segunda-feira. Centenas de pessoas, a maioria hispânicos, reuniram-se frente à Casa Branca para celebrar a mudança na política de deportações, que para eles é quase um 'Dream Act'. EFE

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Obama afirmou que as crianças e jovens beneficiados 'estudam em nossas escolas, são amigos de nossos filhos, foram criados como americanos e se sentem parte do país'.

O objetivo da medida, que entrará em vigor imediatamente e beneficiará principalmente a população hispânica, é tornar a política de imigração 'mais justa e eficiente'.

O presidente explicou que a suspensão não significa anistia, imunidade nem dá o direito à cidadania americana, mas que é uma medida 'temporária' para dar 'certo alívio e esperança a uma população talentosa'.


Os imigrantes devem ter até 30 anos e provar que chegaram nos Estados Unidos quando tinham menos de 16 anos, moraram no país durante pelo menos cinco anos e que vivem atualmente nos EUA.

Os jovens também devem estar matriculados na escola ou terem se formado no ensino médio, ou ser veteranos que receberam baixa de forma honrosa das Forças Armadas ou da Guarda-Costeira.

Além disso, não podem ter sido condenados por delitos graves ou repetidos, assim como 'não representar algum tipo de ameaça para a segurança nacional ou a segurança pública'.

Fontes do governo calculam que pelo menos 800 mil jovens poderiam se beneficiar da medida, enquanto o Centro Pew Hispano eleva esse número para 1,4 milhão.

Obama prometeu na campanha de 2008 uma reforma migratória, que acabou não sendo implementada. A promessa não cumprida e o aumento das deportações, com mais de 396 mil pessoas expulsas do país no ano fiscal de 2011, contra as 389 mil do período anterior, criaram mal-estar e descontentamento entre os hispânicos, um dos grupos que apoiou Obama em 2008.

Portanto, o anúncio de hoje pode aumentar as possibilidades de reeleição de Obama, principalmente se for levado em conta que os republicanos se opõem a qualquer medida que possa representar uma legalização dos imigrantes.

O provável rival de Obama em novembro, o republicano Mitt Romney, afirmou hoje que a suspensão temporário das deportações dificulta uma solução 'a longo prazo' sobre o problema da imigração ilegal.

'A situação de jovens que chegam aqui por motivos alheios a sua vontade é uma questão importante e deveria ser resolvida a longo prazo', afirmou Romney em New Hampshire, onde iniciou uma viagem eleitoral por seis estados.

Em janeiro, Romney prometeu vetar a lei conhecida como 'Dream Act' se vencer as eleições e o Congresso a aprovar.

Essa lei, bloqueada no Congresso em 2010 pelos republicanos, permitiria a legalização de estudantes imigrantes ilegais que entraram nos EUA antes dos 16 anos e completaram pelo menos dois anos de universidade ou se inscreveram nas Forças Armadas.

Obama, ao contrário, defende a aprovação da 'Dream Act' no Congresso e a realização de uma reforma migratória integral.

Por sua parte, a governadora do Arizona, Jan Brewer, disse que o anúncio é 'uma perigosa distração' do que deve ser o principal enfoque do governo: a segurança na fronteira.

'Esta é uma anistia feita pelas portas dos fundos para cerca de um milhão de pessoas, e não é nenhuma coincidência que esta mudança de política ocorra quando faltem menos de cinco meses para as eleições presidenciais', disse Brewer em entrevista coletiva em Phoenix.

A governadora republicana afirmou também que não é uma coincidência que o governo faça este anúncio quando se espera a decisão dos magistrados da Suprema Corte sobre a lei SB1070, que autoriza a polícia a questionar o status migratório das pessoas que consideram suspeitas.

A decisão de a Suprema Corte deverá ser anunciada nesta segunda-feira. Centenas de pessoas, a maioria hispânicos, reuniram-se frente à Casa Branca para celebrar a mudança na política de deportações, que para eles é quase um 'Dream Act'. EFE

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