Duplo atentado em embaixada do Irã em Beirute tem 23 mortos
Um membro do serviço de segurança da embaixada, de nacionalidade iraniana, também morreu no ataque, segundo a imprensa iraniana
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 16h15.
A embaixada do Irã em Beirute foi alvo nesta terça-feira de dois atentados reivindicados por um grupo jihadista que deixaram ao menos 23 mortos e quase 150 feridos, indicaram fontes oficiais libanesas e iranianas.
Entre os mortos está o xeque Ibrahim Ansari, conselheiro cultural da embaixada, de nacionalidade iraniana, segundo uma fonte oficial libanesa.
Um membro do serviço de segurança da embaixada, de nacionalidade iraniana, também morreu no ataque, segundo a imprensa iraniana.
Este é o primeiro ataque contra um alvo iraniano desde o início do conflito na Síria, para onde Teerã enviou especialistas militares e encoraja o Hezbollah libanês e milícias xiitas iraquianas a participar dos combates ao lado das tropas do regime do presidente Bashar al-Assad.
O apoio destas milícias xiitas ajudou o Exército sírio a marcar importantes vitórias nos arredores de Damasco e no norte do país.
"Há pelo menos 23 mortos e 146 feridos. Este não é um balanço definitivo", declarou à AFP o ministro da Saúde, Ali Hasan Khalil.
"O xeque Ibrahim Ansari, que entrava na embaixada no momento da explosão, ficou gravemente ferido e faleceu no hospital", indicou uma fonte oficial libanesa.
Os ataques foram cometidos em Bir Hasan, bairro residencial da zona sul de Beirute, de maioria xiita e reduto do Hezbollah.
"Trata-se de um duplo ataque em que dois dos nossos heróis, sunitas do Líbano, morreram em martírio", escreveu em seu Twitter Sirajeddine Zreikat, um líder das Brigadas Abdullah Azzam, cujo nome é uma homenagem ao fundador da Al-Qaeda.
O líder extremista advertiu que novos ataques acontecerão no Líbano enquanto o Hezbollah xiita continuar a combater na Síria.
"As operações no Líbano vão continuar se Deus quiser, até que duas reivindicações sejam atendidas: a primeira é a retirada da Síria do partido do Irã (o Hezbollah libanês apadrinhado por Teerã) e a segunda, a libertação de nossos prisioneiros nas mãos da injustiça no Líbano", insistiu em referência aos prisioneiros salafistas (fundamentalistas sunitas) detidos no Líbano por pertencerem à "organizações terroristas".
Segundo o Exército libanês, as duas explosões aconteceram de maneira quase simultânea.
"Primeiro explodiu uma moto e poucos minutos depois um carro que estava a 30 metros. Os atentados provavelmente tinham como alvo a embaixada do Irã", afirmou uma fonte dos serviços de segurança.
O governo do Irã acusou Israel pelos atentados.
"O ato terrorista cometido diante da embaixada iraniano é um crime desumano e abjeto dos sionistas e de seus mercenários", declarou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham.
Já o deputado israelense Tzahi Hanegbi, ligado ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmou aos repórteres que Israel não tem nada a ver com os atentados.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammed Javad Zarif, assegurou que o duplo atentado contra a embaixada constitui um "sinal de alerta para todos".
"A tragédia de hoje é um sinal de alerta para todos nós, que temos de ter presente. Se não agirmos seriamente, isso acabará devorando a todos nós", afirmou Zarif ao término de um encontro com sua colega italiana, Emma Bonino, em Roma.
Por sua vez, a Síria condenou os ataques, informou a televisão pública, que acusou, sem citar nomes, os países do Golfo hostis a Damasco.
"O governo sírio condena com veemência o ato terrorista cometido perto da embaixada iraniana em Beirute", afirmou a emissora.
"O odor petrodólar se desprende de todos os atos terroristas contra a Síria, Líbano e Iraque", completou o canal, em referência a Arábia Saudita e Catar, que apoiam a rebelião.
A Arábia Saudita condenou em várias ocasiões o envolvimento do Irã no conflito sírio e a participação do Hebollah.
No Líbano, o chefe da coalizão anti-Hezbollah, o ex-primeiro-ministro sunita Saad Hariri, condenou o atentado: "É necessário preservar o Líbano das chamas que o cercam e evitar que os libaneses caiam no envolvimento militar (do Hezbollah) na tragédia síria".
A França condenou "com veemência o atentado sangrento e reiterou seu apoio ao governo libanês para preservar a unidade nacional".
Este duplo ataque aconteceu poucas horas antes de um jogo eliminatório da Copa da Ásia em Beirute entre o Irã e o Líbano. A partida deve ocorrer sem público.
"Eu ouvi a primeira explosão e logo em seguida uma segunda muito mais forte. Eu fiquei com medo e comecei a correr. Estou certo de que os autores são salafista (extremistas sunitas) da Síria", disse Ali, um habitante local que estava dirigindo para o trabalho.
O posto da guarda da embaixada iraniana foi completamente destruído, assim como as fachadas de pelo menos quatro edifícios em frente à embaixada. Dezenas de motos e carros foram atingidos, de acordo com um fotógrafo da AFP.
Imagens transmitidas pela televisão mostraram moradores em pânico, tentando resgatar corpos e carros queimados.
sah-rd-ser-sk/ram/feb/mr
A embaixada do Irã em Beirute foi alvo nesta terça-feira de dois atentados reivindicados por um grupo jihadista que deixaram ao menos 23 mortos e quase 150 feridos, indicaram fontes oficiais libanesas e iranianas.
Entre os mortos está o xeque Ibrahim Ansari, conselheiro cultural da embaixada, de nacionalidade iraniana, segundo uma fonte oficial libanesa.
Um membro do serviço de segurança da embaixada, de nacionalidade iraniana, também morreu no ataque, segundo a imprensa iraniana.
Este é o primeiro ataque contra um alvo iraniano desde o início do conflito na Síria, para onde Teerã enviou especialistas militares e encoraja o Hezbollah libanês e milícias xiitas iraquianas a participar dos combates ao lado das tropas do regime do presidente Bashar al-Assad.
O apoio destas milícias xiitas ajudou o Exército sírio a marcar importantes vitórias nos arredores de Damasco e no norte do país.
"Há pelo menos 23 mortos e 146 feridos. Este não é um balanço definitivo", declarou à AFP o ministro da Saúde, Ali Hasan Khalil.
"O xeque Ibrahim Ansari, que entrava na embaixada no momento da explosão, ficou gravemente ferido e faleceu no hospital", indicou uma fonte oficial libanesa.
Os ataques foram cometidos em Bir Hasan, bairro residencial da zona sul de Beirute, de maioria xiita e reduto do Hezbollah.
"Trata-se de um duplo ataque em que dois dos nossos heróis, sunitas do Líbano, morreram em martírio", escreveu em seu Twitter Sirajeddine Zreikat, um líder das Brigadas Abdullah Azzam, cujo nome é uma homenagem ao fundador da Al-Qaeda.
O líder extremista advertiu que novos ataques acontecerão no Líbano enquanto o Hezbollah xiita continuar a combater na Síria.
"As operações no Líbano vão continuar se Deus quiser, até que duas reivindicações sejam atendidas: a primeira é a retirada da Síria do partido do Irã (o Hezbollah libanês apadrinhado por Teerã) e a segunda, a libertação de nossos prisioneiros nas mãos da injustiça no Líbano", insistiu em referência aos prisioneiros salafistas (fundamentalistas sunitas) detidos no Líbano por pertencerem à "organizações terroristas".
Segundo o Exército libanês, as duas explosões aconteceram de maneira quase simultânea.
"Primeiro explodiu uma moto e poucos minutos depois um carro que estava a 30 metros. Os atentados provavelmente tinham como alvo a embaixada do Irã", afirmou uma fonte dos serviços de segurança.
O governo do Irã acusou Israel pelos atentados.
"O ato terrorista cometido diante da embaixada iraniano é um crime desumano e abjeto dos sionistas e de seus mercenários", declarou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham.
Já o deputado israelense Tzahi Hanegbi, ligado ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmou aos repórteres que Israel não tem nada a ver com os atentados.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammed Javad Zarif, assegurou que o duplo atentado contra a embaixada constitui um "sinal de alerta para todos".
"A tragédia de hoje é um sinal de alerta para todos nós, que temos de ter presente. Se não agirmos seriamente, isso acabará devorando a todos nós", afirmou Zarif ao término de um encontro com sua colega italiana, Emma Bonino, em Roma.
Por sua vez, a Síria condenou os ataques, informou a televisão pública, que acusou, sem citar nomes, os países do Golfo hostis a Damasco.
"O governo sírio condena com veemência o ato terrorista cometido perto da embaixada iraniana em Beirute", afirmou a emissora.
"O odor petrodólar se desprende de todos os atos terroristas contra a Síria, Líbano e Iraque", completou o canal, em referência a Arábia Saudita e Catar, que apoiam a rebelião.
A Arábia Saudita condenou em várias ocasiões o envolvimento do Irã no conflito sírio e a participação do Hebollah.
No Líbano, o chefe da coalizão anti-Hezbollah, o ex-primeiro-ministro sunita Saad Hariri, condenou o atentado: "É necessário preservar o Líbano das chamas que o cercam e evitar que os libaneses caiam no envolvimento militar (do Hezbollah) na tragédia síria".
A França condenou "com veemência o atentado sangrento e reiterou seu apoio ao governo libanês para preservar a unidade nacional".
Este duplo ataque aconteceu poucas horas antes de um jogo eliminatório da Copa da Ásia em Beirute entre o Irã e o Líbano. A partida deve ocorrer sem público.
"Eu ouvi a primeira explosão e logo em seguida uma segunda muito mais forte. Eu fiquei com medo e comecei a correr. Estou certo de que os autores são salafista (extremistas sunitas) da Síria", disse Ali, um habitante local que estava dirigindo para o trabalho.
O posto da guarda da embaixada iraniana foi completamente destruído, assim como as fachadas de pelo menos quatro edifícios em frente à embaixada. Dezenas de motos e carros foram atingidos, de acordo com um fotógrafo da AFP.
Imagens transmitidas pela televisão mostraram moradores em pânico, tentando resgatar corpos e carros queimados.
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