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Dinamarca: acordo é 'melhor que nada'

O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, defendeu o acordo climático do COP - 15

Esboço de acordo final não tem metas de redução de gases causadores do efeito estufa (.)

Esboço de acordo final não tem metas de redução de gases causadores do efeito estufa (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Copenhague - O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, defendeu ontem o bastante criticado acordo climático resultante da conferência patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague. Segundo Rasmussen, o acordo obtido "foi melhor que nada". Ele disse que o encontro seria um fracasso se não houvesse resultado algum e notou ainda que a presença dos chefes de Estado foi fundamental para se romper o impasse na reta final.

O resultado do encontro no qual a Dinamarca atuou como anfitriã "não foi um resultado ruim", disse Rasmussen à emissora TV2. "Nós fomos capazes de levar à mesma mesa os Estados Unidos, China, Índia, Brasil, África do Sul, Europa, países pobres e pequenas ilhas, para fechar um acordo em Copenhague", disse.

O Acordo de Copenhague foi bastante condenado como um pacto que excluía os pobres, no momento em que o mundo é ameaçado por desastrosas mudanças climáticas. O acordo não tem força de lei, foi feito após duas semanas de negociações tensas e fechado por líderes de EUA, China, Índia, Brasil, África do Sul e as mais importantes nações da Europa.

A conferência da ONU estabeleceu um compromisso de limitar o aquecimento global em no máximo 2ºC. Não ficaram expressas, porém, as importantes metas para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa para 2020 e 2050. Essas metas são consideradas cruciais para evitar o aumento das temperaturas. O acordo também promete o envio de US$ 100 bilhões a nações pobres, que podem ser as principais vítimas do aquecimento global, mas não fixa como esses pagamentos devem ser feitos.


Críticas

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou hoje que um pequeno grupo de países acabou atrapalhando o acordo, ao esperar benefícios financeiros com o pacto. Em um podcast que deve ser divulgado ainda hoje, Brown elogia o fato de haver um acordo, mas adverte que lições foram aprendidas sobre a forma de conduzir essas negociações.

O premier notou que é importante evitar o impasse ocorrido em Copenhague, que "ameaçou" as negociações. Ele não mencionou nenhum país especificamente, mas o secretário britânico para Mudanças Climáticas, Ed Miliband, acusou anteriormente a China de "sequestrar" a conferência, ao bloquear um acordo com força de lei. Em artigo escrito no jornal britânico "The Guardian", Miliband acusou também Sudão, Bolívia e outros países latino-americanos não especificados de atrapalharem um acordo.

Já o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, afirmou hoje que Pequim teve um papel "importante e construtivo" nas negociações em Copenhague. As declarações foram divulgadas em entrevista à agência estatal Xinhua.

A China é o maior emissor de gases causadores do efeito estufa no mundo, à frente dos EUA. Segundo Wen, o Acordo de Copenhague estabelece "metas de longo prazo" para a comunidade global. O primeiro-ministro chinês afirmou que seu país deseja "trabalhar com todos os lados, usando o encontro de Copenhague como um novo ponto de partida para o completo cumprimento dos compromissos". As informações são da Dow Jones.


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