Donald Trump: processo de impeachment contra o magnata norte-americano está em julgamento no Senado, onde deve ser negado (Jonathan Ernst/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 19h13.
Os democratas, que impulsionam a acusação pela destituição do presidente americano, Donald Trump, no julgamento político no Senado, concluíram suas alegações nesta segunda-feira (3), com um apelo acalorado pela sua condenação por abuso de poder e deposição do cargo.
"Não se pode confiar em que este presidente faça o que é certo", disse o congressista democrata Adam Schiff, que atua como promotor no processo. "Ele não vai mudar e vocês sabem disso", disse o representante no Senado, onde a maioria republicana torna improvável uma condenação do presidente.
Mesmo diante de uma absolvição aparentemente garantida, os democratas apelam ao Senado para condená-lo com o objetivo de mostrar que nenhum presidente está acima da lei e para conter a interferência estrangeira nas eleições dos Estados Unidos.
"Apelo a vocês, em nome da Câmara dos Deputados, que sua tarefa exige que condenem o presidente Trump", disse o deputado democrata Jason Crow aos senadores, que não quarta-feira devem votar para decidir se o retiram ou não do cargo.
O desfecho do julgamento terá um efeito duradouro "não somente para este presidente, mas para todos os presidentes futuros - se o cargo da presidência dos Estados Unidos está ou não acima da lei", acrescentou Crow.
Os 100 membros do Senado de maioria republicana estavam ouvindo argumentos apresentados pela equipe legal do presidente republicano e pelos sete integrantes da Câmara que atuam como procuradores.
A Câmara liderada pelos democratas aprovou o impeachment de Trump em 18 de dezembro devido às acusações de abuso de poder, por pedir à Ucrânia que investigasse o rival político Joe Biden, e de obstrução do Congresso, por vetar depoimentos e documentos requisitados pelos parlamentares em sua investigação. Trump nega qualquer irregularidade, e classificou o esforço do impeachment como uma tentativa de golpe dos democratas.
"O impeachment é um recurso extraordinário, uma ferramenta a ser usada somente em instâncias raras de má conduta grave", disse Crow. "Mas está na Constituição por uma razão: na América, ninguém está acima da lei, nem aqueles eleitos como presidente dos Estados Unidos - e eu diria especialmente aqueles eleitos como presidente dos Estados Unidos".