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Cuba liberta Alan Gross e abre caminho para mudança

Cuba libertou o trabalhador de ajuda humanitária norte-americano Alan Gross após cinco anos de prisão

Protesto sobre Alan Gross: Cuba prendeu Gross em 2009 e, posteriormente, o condenou a 15 anos por tentativa de estabelecer o serviço de Internet clandestino (Gary Cameron/Reuters)

Protesto sobre Alan Gross: Cuba prendeu Gross em 2009 e, posteriormente, o condenou a 15 anos por tentativa de estabelecer o serviço de Internet clandestino (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 13h28.

Havana/Washington - Cuba libertou o trabalhador de ajuda humanitária norte-americano Alan Gross após cinco anos de prisão, em uma reportada troca de prisioneiros com Havana que os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que é um prenúncio de uma revisão da política dos EUA em relação à Cuba.

Uma autoridade dos EUA disse que Gross foi libertado por razões humanitárias. A CNN relatou uma troca de prisioneiros que também teria incluído a libertação por Cuba de uma fonte de inteligência dos EUA e a libertação pelos EUA de três agentes de inteligência cubanos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, fará uma declaração às 15h (horário de Brasília), disse a Casa Branca, e a autoridade norte-americana disse que Obama anunciará uma mudança na política com Cuba. O presidente de Cuba, Raúl Castro, também fará um discurso no mesmo horário.

Gross, um funcionário da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) agora com 65 anos, foi preso em Cuba em 3 de dezembro de 2009, e depois condenado a 15 anos de prisão por importar tecnologia proibida e tentar estabelecer um serviço clandestino de Internet para judeus cubanos.

Os EUA e Cuba mantêm relações hostis há mais de meio século, e Obama deverá enfrentar protestos em Washington e na comunidade de exilados cubanos em Miami por libertar agentes de inteligência cubanos depois de 16 anos de prisão. A libertação será comemorada como uma vitória por Raúl Castro.

A recompensa para Obama foi a libertação de Gross, cujo advogado e familiares descreveram-no como derrotado mentalmente, magro, mancando e sem cinco dentes.

Cuba prendeu Gross em 2009 e, posteriormente, o condenou a 15 anos por tentativa de estabelecer o serviço de Internet clandestino a judeus cubanos no âmbito de um programa gerido pela Usaid. Seu caso levantou alarmes sobre a prática da Usaid de contratação privada de cidadãos para que realizem missões secretas em lugares hostis.

Cuba considera a Usaid outro instrumento do contínuo assédio dos EUA contra a revolução de 1959 que levou Fidel Castro ao poder em Cuba. Fidel se aposentou em 2008, entregando o poder a seu irmão Raúl.

Os EUA já disseram que querem promover a democracia na Cuba comunista, um Estado de partido único que reprime opositores políticos e controla os meios de comunicação. Autoridades norte-americanas acusaram Cuba de prender Gross como uma manobra para conseguir a libertação de seus espiões.

Os três agentes de inteligência cubanos, presos desde 1998, são Gerardo Hernandez, de 49 anos, Antonio Guerrero, 56, e Ramon Labañino, 51. Dois outros foram libertados antes de cumprirem a sentença toda: Rene Gonzalez, 58, e Fernando Gonzalez, 51.

Mudança nas relações

O chamado grupo dos Cinco Cubanos foi condenado por espionar grupos anticastristas exilados na Flórida e pelo monitoramento de instalações militares dos EUA.

Dois deveriam ser libertados nos próximos anos, mas Hernandez, o líder, recebeu uma sentença de dupla prisão perpétua por conspiração na derrubada de dois aviões civis em 1996, matando quatro cubano-americanos.

A libertação do norte-americano Gross pode ser a largada para um processo de normalização das relações dos EUA com Cuba.

Um assessor parlamentar sênior dos EUA disse que Obama vai aliviar o embargo comercial e as restrições de viagens a Cuba.

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