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Crise apressa o ritmo da equipe de transição de Obama

Sem tempo para saborear a vitória esmagadora sobre John McCain, presidente eleito democrata agora se dedica a formar o novo ministério e a planejar medidas econômicas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

A contagem oficial de votos ainda não terminou, mas a equipe de transição nomeada pelo presidente eleito Barack Obama trabalha a pleno vapor para anunciar os principais assessores do governo democrata e medidas econômicas emergenciais para enfrentar a crise.

Dirigida por John Podesta, ex-chefe da Casa Civil no governo Bill Clinton, a equipe de transição do governo inclui doze grupos de trabalho focados em diversos setores de governo.

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A transição é agora e prioridade número 1 de Obama. Durante sua recente viagem relâmpago para visitar sua avó - que veio a falecer de câncer no Havaí - o então candidato democrata levou os relatórios da sua equipe de transição para ler no vôo. Desde o último mês de maio, durante as primárias, que ele já começava a se reunir com assessores para preparar a transição.

Ao que tudo indica, o próximo passo de Obama, que já se reunirá nesta quinta-feira com a equipe de transição, será anunciar seu novo chefe da Casa Civil. O mais cotado para o cargo é o deputado democrata Rahm Emanuel, que como Obama, representa o estado do Illinois.

Aos 48 anos, Emanuel, uma estrela em ascensão entre os democratas, é um político pragmático e responsável em grande parte pelo sucesso da máquina eleitoral de seu partido nas eleições.

Estímulo

Como já anunciaram, os democratas pretendem aprovar o quanto antes no Congresso - e se possível com as bênçãos do governo Bush - um pacote de estímulo da ordem de até 300 bilhões de dólares para custear obras de infra-estrutura e dar alívio a mutuários inadimplentes.

Segundo a agência Associated Press, o presidente Bush prometeu aos democratas uma "cooperação completa" durante a fase de transição e considerou a vitória de Obama "um triunfo da história americana".

Entre os nomes mais cotados para secretário do Tesouro americano, despontam os dos economistas Robert Rubin e Larry Summers, ambos democratas históricos e que já ocuparam o cargo no governo de Bill Clinton. Mas Rubin tem repetido que prefere continuar como um conselheiro informal de Obama.

Segundo o site da agência de notícias CNN, outros possíveis nomes para ocupar o cargo são: Timothy Geithner (presidente do Federal Reserve de Nova York), Jon Corzine (ex-presidente do banco Goldman Sachs e governador de Nova Jersey), Sheila Bair (presidente do Fidc, o fundo que garante os depósitos dos correntistas americanos), Jamie Dimon (presidente do banco JPMorgan) e Paul Volcker (ex-presidente do Federal Reserve).

Ciente da gravidade da crise, em seu discurso da vitória, feito diante de uma platéia de 240 000 eleitores em Chicago, Obama disse: “a estrada será longa. Nossa escalada será íngreme. Pode ser que a gente não consiga chegar lá em um ano ou mesmo no meu primeiro mandato. Mas América, eu nunca tive tanta esperança como na noite de hoje de que chegaremos lá. Eu prometo a vocês. Nós, enquanto um povo, chegaremos lá.”

Mercado não dá trégua

Uma vez que os mercados já haviam precificado a vitória de Obama, numa inversão dos ganhos desta terça-feira, Wall Street opera em queda, realizando lucros obtidos na semana.

“É possível que a vitória decisiva de Obama garanta alguma confiança para os mercados, mas os nossos problemas são bastante conhecidos,” disse Kenneth Broux, economista do banco Lloyds TSB ao site MarketWatch. “A economia enfrenta muitas dificuldades e vai levar algum tempo para que elas sejam superadas”.

Além das repercussões eleitorais, o mercado reage negativamente à divulgação de más notícias, como a de que o setor de serviços, que representa 80% da economia americana, encolheu mais do que o esperado. Na próxima sexta-feira, o mercado espera que o governo divulgue uma perda de mais 200 000 postos de trabalho em outubro.

Outra grande preocupação diz respeito ao déficit orçamentário do governo americano, que deve atingir 1 trilhão de dólares ao final do ano fiscal que começou no último dia 1 de outubro.

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