O ex-líder palestimo Yaser Arafat: A viúva pediu a exumação do corpo do ex-líder palestino em julho (Gerard Cerles/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2012 às 17h48.
Paris - O corpo do histórico líder palestino Yasser Arafat será exumado em Ramala no final de novembro, declarou nesta terça-feira à Agência Efe o advogado de sua viúva, Suha Arafat, que solicitou essa medida após a descoberta de indícios de que o mesmo poderia ter sido envenenado.
O advogado Pierre-Olivier Sur também confirmou que os juízes franceses já deram sinal verde à exumação e que uma equipe de investigadores criminais viajará da França até essa cidade para articular esse processo.
A viúva de Arafat pediu a exumação do corpo do ex-líder palestino em julho, após o canal ''Al Jazeera'' ter emitido uma reportagem exclusiva que concluía que a morte do antigo líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) poderia ter sido causada pelo envenenamento com polônio 210, uma substância altamente radioativa e encontrada em seus objetos pessoais.
Suha Arafat alegou que este pedido só veio oito anos depois da morte de seu marido porque, a princípio, ela pensou que as análises feitas pelos médicos na ocasião eram corretas.
A investigação divulgada pelo canal catariano, como ela mesmo declarou em agosto ao jornal francês ''Le Figaro'', foi ''fundamental'' para querer partir em busca da verdade, ou seja, reivindicar novas provas que desqualifiquem os relatórios médicos.
O canal ''Al Jazeera'', por sua vez, encarregou suas análise ao Instituto de Radiação Física de Lausanne (Suíça), sendo que alguns membros desse laboratório foram convidados em julho a participar da eventual exumação pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Apesar da reportagem da ''Al Jazeera'' ser recente, os rumores de suposto envenenamento já existiam desde que o líder palestino deixasse Muqata em novembro de 2004 para seguir em direção a um hospital em Paris, onde faleceu pouco tempo depois. Desta forma, a investigação da ''Al Jazeera'' não fez mais do que reabrir essas suspeitas.
Diante deste contexto, Israel passou a negar desde então as alegações de que Arafat teria sido envenenado, considerando essa relação como parte de um complô para tratar de responsabilizar os serviços secretos de seu país pela morte de Arafat.