COP28: perto do fim, cresce expectativa sobre texto com combustíveis fósseis e mercado de carbono
A conferência da ONU se encaminha para um final e, até o momento, segue o impasse sobre incluir ou não a eliminação progressiva de combustíveis fósseis
Editor de Macroeconomia
Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 06h55.
Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 08h10.
DUBAI, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS - A segunda-feira, 11, será marcada por expectativas e coletivas de imprensa na Conferência das Partes das Nações Unidas, a COP28. A um dia do final do encontro climático, negociadores aceleram as tratativas para tentar um texto com alguma ambição no objetivo de manter o crescimento da temperatura do planeta em até 1,5 grau. Para hoje, a maior expectativa está em torno de um rascunho do texto final pela Presidência da COP.
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No domingo, 9, o presidente da COP, Sultan Al Jaber, conduziu uma série de conversas individuais com países e blocos de países na tentativa de um acordo final.
E muitos países passaram a ser mais vocais sobre o que querem, especialmente na questão de diminuir ou eliminar ( phase down ou phase out, em inglês) o uso de combustíveis fósseis.
Rascunho do texto final
Nessa manhã, a maior expectativa ficou por parte de um rascunho de texto final da presidência.
Em conversa com jornalistas, Simon Stiell, secretário executivo para mudança climática da ONU, disse que os países precisam liberar "bloqueios táticos" para alcançar um acordo significativo no combate às mudanças climáticas.
"Um novo texto será divulgado em breve, nos próximos minutos. No entanto, as áreas em que as opções precisam ser negociadas diminuíram significativamente", afirmou no começo da manhã, no horário de Dubai. Até o momento, porém, o texto não foi apresentado.
Já o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, foi mais enfático ao afirmar nesta manhã que a inclusão da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é essencial para o sucesso da conferência.
Além da questão dos combustíveis fósseis, também estarão no texto diversos pontos, como aumento das energias renováveis, adaptação, o plano de mitigação, no qual os países atualizarão seus compromissos sobre redução de emissões, entre outros temas -- entre eles a regulação do mercado de crédito de carbono.
E o Brasil?
Durante a manhã, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou de diversas reuniões com a delegação brasileira e consultas bilaterais com países como Austrália, Japão, Alemanha e Irlanda.
Ela ainda participará de um painel sobre os 15 anos do Fundo Amazônia, com com representantes da Noruega e do Reino Unido, e posteriormente de um painel do jornal inglês Financial Times.
Assessores da ministra destacam que ela tem participado muito ativamente das discussões sobre um acordo final para a COP28.