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Confusão na divulgação de dados marca início da contagem de votos no México

Apuração oficial começou em meio a confusão, com dados não definitivos divulgados, e com revisão parcial ainda pendente

México: os meios de comunicação começaram a divulgar o resultado de cada candidato, com cortes que chegavam a quase dois terços das mesas de votação (John Moore/Getty Images/AFP)

México: os meios de comunicação começaram a divulgar o resultado de cada candidato, com cortes que chegavam a quase dois terços das mesas de votação (John Moore/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 22h54.

Cidade do México - A apuração oficial das eleições de domingo no México começou nesta quarta-feira em meio a uma confusão porque os dados que estavam sendo divulgados não são os definitivos, já que estão pendentes de uma revisão parcial.

O problema foi atribuído pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE) a um errôneo desenho da coluna do site em que aparecem os dados das mesas eleitorais computadas, pois incluem urnas com votos que ainda estão pendentes de apuração.

'Estamos diante de um nome que não é uma irregularidade, mas uma coluna que deveria ter uma cabeça com o nome mais apropriado', afirmou o conselheiro do IFE Lorenzo Córdova em entrevista coletiva para tentar esclarecer as dúvidas.

Entre os dados no site do IFE, havia uma coluna que compila as 'mesas eleitorais computadas', e, em outras, os resultados obtidos pelos diversos candidatos.

A partir desses dados, os meios de comunicação começaram a divulgar o resultado de cada candidato, com cortes que chegavam a quase dois terços das mesas de votação.

Mas o IFE, ao se justificar, disse que se tratava da 'primeira fase' da apuração, que incluía as urnas pendentes de apuração de voto, e lembrou que haverá uma 'segunda fase' em que todos os resultados estarão consolidados.


'Não se trata de um erro', insistiu o conselheiro do IFE Marco Baños, que ressaltou que o sistema informático estava registrando simultaneamente as urnas computadas e as que estão submissas a uma apuração.

Ele também disse que o nome da coluna mencionada seria modificado posteriormente 'com uma nota explicativa para evitar dúvidas'. Foi o que aconteceu: pouco depois, o IFE começou a divulgar os dados esclarecendo que as mesas recolhidas incluem as computadas e as 'classificadas para apuração'. Os resultados de cada candidato, portanto, são provisórios.

Por enquanto, as autoridades eleitorais informaram que, até o meio da tarde local desta quarta-feira, só havia registro de 39,84% das urnas, incluindo os dados das mesas em que houve apuração de votos, mas não indicaram como se distribuíam os votos.

O cômputo oficial dos votos para as eleições presidenciais e legislativas começou às 8h locais (10h de Brasília) e deve ser concluído no próximo domingo, mas os dados da eleição presidencial estarão prontos por volta das 9h ou 10h locais desta quinta-feira (11h ou 12h de Brasília).

Por enquanto, os únicos dados que se conhecem quanto à distribuição de votos são os resultados preliminares divulgados na segunda-feira passada, conforme as informações apresentadas nas urnas de votação, antes da apuração de votos.

Segundo esse cômputo oficial, o candidato presidencial do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, teria vencido com 38,96% dos votos, seguido pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), com 30,70%, e pela política governista Josefina Vázquez Mota, com 25,63%, do Partido Ação Nacional (PAN).


A confusão sobre a divulgação dos dados foi aproveitada por representantes de López Obrador em uma sessão do conselho do IFE realizada após a entrevista coletiva marcada para corrigir as informações que estavam sendo divulgadas.

Os representantes dos três partidos da aliança esquerdista liderada por López Obrador qualificaram a situação como um 'fato grave' que não podia ser trivializado e responsável por uma 'confusão'.

A esquerda mexicana afirmou em datas prévias que, durante as eleições de domingo, houve muitas irregularidades e, por enquanto, pediu uma apuração geral de votos, solicitação que não foi aprovada pelo conselho geral do IFE.

A decisão de fazer a apuração de votos foi deixada nas mãos dos conselhos eleitorais dos 300 distritos do país. O instituto já anunciou a recontagem de 54,5% dos votos para a eleição presidencial, 61,3% para a designação de senadores e 60,3% para deputados.

Nesta quinta-feira, quando terminar a apuração oficial da eleição presidencial, se passará ao cômputo de votos para o pleito legislativo.

Estes resultados, no entanto, podem ser alvo de possíveis impugnações dos partidos, que terão de ser resolvidas pelos tribunais eleitorais. EFE

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