Comissão Europeia considera "lamentável" prisão de espanhóis e tcheco na Venezuela
Além de dois espanhóis e um tcheco, três americanos também foram detidos no país governado por Nicolás Maduro
Agência de Notícias
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 10h55.
Última atualização em 16 de setembro de 2024 às 10h58.
A Comissão Europeia afirmou nesta segunda-feira, 16, que a prisão de dois espanhóis e um tcheco por autoridades daVenezuela é "lamentável" e que está acompanhando a situação com "preocupação".
"É lamentável que o regime venezuelano tenha prendido cidadãos europeus", disse o porta-voz das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Peter Stano, em entrevista coletiva diária.
O porta-voz afirmou que a Comissão se solidariza com Espanha e República Tcheca, mas ressaltou que é "responsabilidade" consular de ambos os países lidar com a situação que afeta seus cidadãos: os espanhóisAndrés Martínez AdasmeeJosé María Basoa Valdovinos e o tcheco Jan Darmovrzal.
Além deles, a Venezuela também prendeu três americanos, todos acusados de supostas atividades subversivas e tentativa de assassinato de representantes públicos, incluindo o presidente, Nicolás Maduro.
Após essas acusações, a Espanha, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, negou no domingo que esteja envolvida em uma "operação de desestabilização política" naVenezuelae "rejeitou categoricamente qualquer insinuação" nesse sentido.
A República Tcheca enviou nesta segunda-feira uma nota diplomática a Caracas pedindo informações sobre a prisão de Darmovrzal.
Nesse contexto, Stano reiterou o pedido da União Europeia às autoridades venezuelanas para que "respeitem os direitos humanos e ponham fim às prisões arbitrárias, não apenas de cidadãos europeus, mas também de membros da oposição, ativistas e jornalistas".
Essas declarações foram feitas depois que o alto representante da UE para Relações Exteriores, Josep Borrell, disse no domingo, em entrevista à emissora de televisão espanhola "Telecinco", que o regime de Maduro é ditatorial" e "autoritário".
"Não vamos nos enganar sobre a natureza das coisas. A Venezuela convocou eleições, mas não era uma democracia antes e muito menos depois", frisou Borrell.
O chefe da diplomacia europeia fez alusão ao exílio do candidato presidencial opositor Edmundo González Urrutia, que está na Espanha, onde pediu asilo político, e também às "mil limitações" às quais os partidos políticos estão sujeitos e ao fato de que "sete milhões de venezuelanos fugiram de seu país".
"Como chamar tudo isso? Bem, é claro que se trata de um regime ditatorial, autoritário, ditatorial", analisou.