Combinar fonte de energia é mais em conta para aquecer água
Utilizar eletricidade, gás e painel solar é melhor opção em termos econômicos e funcionais para aquecimento
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2012 às 10h01.
São Paulo - Utilizar a eletricidade com o gás natural e os painéis solares é a opção combinada mais em conta a longo prazo para o aquecimento de água em residências. A conclusão é de pesquisa do engenheiro elétrico José Carlos Saraiva, realizada no Programa de Pós-Graduação em Energia da USP. O estudo também ressalta que instalar durante a obra a infraestrutura necessária para o sistema de aquecimento, como tubulações de água quente, fria, gás e eletricidade, também ajuda a reduzir os custos da utilização de fontes alternativas de energia, mesmo que não sejam adotadas de imediato.
O engenheiro verificou a infraestrutura de três edifícios residenciais construídos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo, nos bairros da Bela Vista (Centro de São Paulo), Belenzinho (Zona Leste de São Paulo) e no município de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo). Os apartamentos são destinados à famílias com renda mensal de um a dez salários mínimos. “No conjunto Belém L, que tem 38 unidades habitacionais, é utilizada a energia solar juntamente com a eletricidade”, conta Saraiva. “Como as tubulações são individualizadas, cada morador tem seu próprio painel solar individual, o que evita o pagamento de despesas por todos os condôminos e pode estimular os interessados na utilização combinada dos sistemas de aquecimento.”
O conjunto Bela Vista “A”, que possui 57 unidades habitacionais utiliza o gás natural. “O gás natural, apesar do custo de instalação ser 10% maior que a eletricidade, tem um custo de operação e de consumo menor, o que justifica a utilização conjunta dos sistemas”, diz o engenheiro. “O custo inicial da eletricidade é menor, pois só é necessário o chuveiro e tubulação de água fria, que já são instalados durante a obra. Além disso, não é preciso esperar pelo aquecimento da água, evitando desperdício.”
Em Mogi das Cruzes, as 100 unidades da edificação adotaram a eletricidade e posteriormente o aquecimento solar. “A despesa para adequação foi maior, já que foi necessário colocar uma tubulação específica ligando os painéis solares aos apartamentos e sancas para proteger as tubulações, que ficavam nas paredes externas do edifício”, aponta Saraiva. “No entanto, a redução no consumo de energia foi significativa, em média de 25% a 30%, e chegando até a 51% em algumas unidades.”
Controle de Temperatura
Nos apartamentos em Mogi das Cruzes, a empresa concessionária de energia que opera na cidade instalou chuveiros que possuem um dispositivo automático de controle de temperatura. “Esse sistema permite que o chuveiro utilize apenas a energia necessária para que a temperatura da água atinja o nível desejado pelo morador, reduzindo o consumo”, explica o engenheiro. “A utilização em grande escala poderá contribuir para reduzir o preço do chuveiro.”
De acordo com Saraiva, o sistema de aquecimento mais vantajoso para o consumidor em termos econômicos e funcionais é a combinação de eletricidade, gás e painéis solares. “Embora o custo de instalação seja mais alto, ao longo da operação e do consumo é possível reduzir gastos, já que é possível aproveitar as vantagens dos três sistemas ao mesmo tempo”, ressalta. “Para otimizar mais os custos, as construtoras devem colocar no projeto a instalação de tubulações de gás, água quente e fria próximas dos pontos para instalação dos aparelhos de aquecimento.”
O engenheiro também recomenda que as concessionárias de energia ofereçam facilidades para a aquisição dos aquecedores. “Por exemplo, um chuveiro elétrico comum de 5.500 watts usado por uma família de 4 pessoas, consome mensalmente cerca de R$35,00 de eletricidade, enquanto o gasto com gás natural é de R$ 29,30”, aponta. “Também as especificações de infraestrutura das obras devem prever a utilização de outras formas de aquecimento, como no caso dos diâmetros de tubulação para gás, em geral adaptadas apenas para o uso do fogão.”
A pesquisa foi orientada pelo professor Murilo Tadeu Werneck Fagá, do Programa de Pós-graduação em Energia da USP. O estudo é descrito em dissertação de mestrado apresentada no último dia 26 de março. O Programa é realizado conjuntamente pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), Escola Politécnica (Poli), Instituto de Física (IF) e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.
São Paulo - Utilizar a eletricidade com o gás natural e os painéis solares é a opção combinada mais em conta a longo prazo para o aquecimento de água em residências. A conclusão é de pesquisa do engenheiro elétrico José Carlos Saraiva, realizada no Programa de Pós-Graduação em Energia da USP. O estudo também ressalta que instalar durante a obra a infraestrutura necessária para o sistema de aquecimento, como tubulações de água quente, fria, gás e eletricidade, também ajuda a reduzir os custos da utilização de fontes alternativas de energia, mesmo que não sejam adotadas de imediato.
O engenheiro verificou a infraestrutura de três edifícios residenciais construídos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo, nos bairros da Bela Vista (Centro de São Paulo), Belenzinho (Zona Leste de São Paulo) e no município de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo). Os apartamentos são destinados à famílias com renda mensal de um a dez salários mínimos. “No conjunto Belém L, que tem 38 unidades habitacionais, é utilizada a energia solar juntamente com a eletricidade”, conta Saraiva. “Como as tubulações são individualizadas, cada morador tem seu próprio painel solar individual, o que evita o pagamento de despesas por todos os condôminos e pode estimular os interessados na utilização combinada dos sistemas de aquecimento.”
O conjunto Bela Vista “A”, que possui 57 unidades habitacionais utiliza o gás natural. “O gás natural, apesar do custo de instalação ser 10% maior que a eletricidade, tem um custo de operação e de consumo menor, o que justifica a utilização conjunta dos sistemas”, diz o engenheiro. “O custo inicial da eletricidade é menor, pois só é necessário o chuveiro e tubulação de água fria, que já são instalados durante a obra. Além disso, não é preciso esperar pelo aquecimento da água, evitando desperdício.”
Em Mogi das Cruzes, as 100 unidades da edificação adotaram a eletricidade e posteriormente o aquecimento solar. “A despesa para adequação foi maior, já que foi necessário colocar uma tubulação específica ligando os painéis solares aos apartamentos e sancas para proteger as tubulações, que ficavam nas paredes externas do edifício”, aponta Saraiva. “No entanto, a redução no consumo de energia foi significativa, em média de 25% a 30%, e chegando até a 51% em algumas unidades.”
Controle de Temperatura
Nos apartamentos em Mogi das Cruzes, a empresa concessionária de energia que opera na cidade instalou chuveiros que possuem um dispositivo automático de controle de temperatura. “Esse sistema permite que o chuveiro utilize apenas a energia necessária para que a temperatura da água atinja o nível desejado pelo morador, reduzindo o consumo”, explica o engenheiro. “A utilização em grande escala poderá contribuir para reduzir o preço do chuveiro.”
De acordo com Saraiva, o sistema de aquecimento mais vantajoso para o consumidor em termos econômicos e funcionais é a combinação de eletricidade, gás e painéis solares. “Embora o custo de instalação seja mais alto, ao longo da operação e do consumo é possível reduzir gastos, já que é possível aproveitar as vantagens dos três sistemas ao mesmo tempo”, ressalta. “Para otimizar mais os custos, as construtoras devem colocar no projeto a instalação de tubulações de gás, água quente e fria próximas dos pontos para instalação dos aparelhos de aquecimento.”
O engenheiro também recomenda que as concessionárias de energia ofereçam facilidades para a aquisição dos aquecedores. “Por exemplo, um chuveiro elétrico comum de 5.500 watts usado por uma família de 4 pessoas, consome mensalmente cerca de R$35,00 de eletricidade, enquanto o gasto com gás natural é de R$ 29,30”, aponta. “Também as especificações de infraestrutura das obras devem prever a utilização de outras formas de aquecimento, como no caso dos diâmetros de tubulação para gás, em geral adaptadas apenas para o uso do fogão.”
A pesquisa foi orientada pelo professor Murilo Tadeu Werneck Fagá, do Programa de Pós-graduação em Energia da USP. O estudo é descrito em dissertação de mestrado apresentada no último dia 26 de março. O Programa é realizado conjuntamente pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), Escola Politécnica (Poli), Instituto de Física (IF) e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.