Com divulgação de lista, EUA nos veem como inimigo, diz Rússia
Porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou deve usar um tempo para analisar a lista, que descreveu como "sem precedentes"
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 11h36.
São Paulo - O governo da Rússia declarou nesta terça-feira que a divulgação pelo governo americano de uma lista com diversos nomes de políticos e indivíduos influentes da sociedade russa, chamada de "Lista de Putin", mostra que os Estados Unidos veem todo o governo da Rússia como inimigo.
O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou deve usar um tempo para analisar a lista, que descreveu como "sem precedentes".
Segundo Peskov, a Rússia ainda deve compreender como os indivíduos na lista, suas atividades e reputação no exterior podem ser afetadas.
Embora tenha dito que a Rússia não deve "ceder às emoções" antes de estudar o documento e suas implicações, Peskov chamou a atenção para o nome da lista: "Sobre conter os adversários americanos através de sanções". "De fato, todos na lista foram chamados de adversários dos EUA", disse. O próprio Peskov faz parte do documento americano.
O governo dos EUA já indicou que o documento não determina que os indivíduos citados devam sofrer sanções do Departamento do Tesouro.
No entanto, o Kremlin indicou que não viu a declaração do governo americano como uma garantia de segurança e que novas sanções podem ser impostas eventualmente.
Já o Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Dimitri Medvedev, declarou que o documento americano irá "envenenar a relação entre os dois países por um bom tempo".
A lista, divulgada pelo governo Trump, inclui 114 indivíduos considerados pelo Departamento do Tesouro como figuras políticas. Também inclui 96 pessoas consideradas "oligarcas".
Segundo o Departamento do Tesouro, cada um dos indivíduos possui uma fortuna de cerca de US 1 bilhão ou mais.
O documento havia sido exigido por uma lei aprovada pelo Congresso americano no ano passado com o objetivo de punir a Rússia pela suposta intervenção nas eleições presidenciais dos EUA de 2016.
O objetivo é expor indivíduos que fizeram fortuna ou ganharam poder através de suas relações com o presidente russo, Vladimir Putin. O documento foi informalmente chamado de "lista de Putin".