Com conflito na Ucrânia, Biden buscará unir americanos em discurso anual
Biden pretende usar o discurso anual para enfatizar a importância de combater Putin e impulsionar sua agenda econômica doméstica
Reuters
Publicado em 1 de março de 2022 às 10h30.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que recebeu elogios por seus esforços para reunir aliados europeus e outras nações contra a invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, procurará unir os americanos no discurso do Estado da União nesta terça-feira.
Com o conflito na Ucrânia se intensificando, Biden pretende usar o discurso anual para enfatizar a importância de combater Putin e impulsionar sua agenda econômica doméstica, incluindo a reintrodução de elementos de seu estagnado programa "Build Back Better", disseram autoridades do governo.
"Todo discurso do Estado da União também reflete um momento", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, na segunda-feira. Biden, disse ela, detalhará seus esforços "para reunir o mundo para defender a democracia e contra a agressão russa".
Espera-se que os democratas tenham dificuldade em manter o controle da Câmara dos Deputados dos EUA --e talvez do Senado também-- nas eleições de 8 de novembro, disseram analistas, o que provavelmente prejudicaria os objetivos políticos de Biden.
Uma recuperação da posição pública de Biden facilitaria a tarefa de permanecer no poder.
“O discurso vem em boa hora”, disse John Geer, cientista político e especialista em opinião pública da Universidade Vanderbilt.
Biden deve divulgar seu trabalho de ajudar o mundo a resistir aos avanços de Putin, disse Geer, enquanto comemora a eficácia das vacinas e outras medidas de mitigação que provocaram um declínio acentuado nos casos de Covid-19 e flexibilização da orientação oficial para o controle da doença.
Pesquisas de opinião pública têm apontado uma desaprovação de Biden pela maioria dos americanos. A pesquisa mais recente da Reuters/Ipsos, realizada na semana passada, o mostrou com 43% de aprovação.
Mesmo com a taxa de desemprego em 4%, a maioria dos eleitores continua pessimista em relação à economia, em grande parte devido à disparada dos preços ao consumidor. Um quarto dos democratas acha que o partido não conseguiu tirar vantagem de seu raro controle da Casa Branca e de ambas as casas do Congresso.