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Com caminhões bloqueados, Reino Unido recorre a aviões e trens

Eurotunnel, que opera o túnel ferroviário entre Reino Unido e França, disse que conversas estão em andamento sobre a operação de trens de carga extras

Caminhões parados no Eurotunnel (Andrew Aitchison/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 12h33.

Empresas britânicas, desesperadas para manter as linhas de abastecimento depois que a França bloqueou o tráfego de caminhões, recorrem a aviões e trens de carga para manter o fluxo de mercadorias.

As redes de supermercados J Sainsbury e Tesco estudam todas as opções para manter o fluxo de suprimentos, como o uso de aviões para alguns carregamentos de legumes frescos em vez de balsas com caminhões, enquanto a Deutsche Lufthansa pode adicionar voos cargueiros exclusivos para o Reino Unido. A Eurotunnel, que opera o túnel ferroviário entre Reino Unido e França, disse que conversas estão em andamento sobre a operação de trens de carga extras.

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“Tem havido muita conversa com uma série de empresas que nos contatam”, tanto com existentes quanto com possíveis novos clientes, disse o porta-voz da Eurotunnel, John Keefe. “Já vimos um aumento na demanda por causa do prazo do Brexit, mas há bastante capacidade ociosa.”

Caminhões com destino ao continente fazem fila na rodovia M20 nos arredores de Dover, o porto de balsas mais movimentado do Reino Unido, depois que uma nova cepa do coronavírus levou a França a impedir motoristas de cruzar o Canal da Mancha no domingo. A proibição, que também se aplica aos caminhões transportados pelo túnel ferroviário, ameaça bloquear as cadeias de abastecimento just-in-time e levar à falta de alguns alimentos e produtos perecíveis.

A Sainsbury disse que estuda alternativas aos caminhões para manter suas unidades abastecidas com alface, couve-flor, brócolis e frutas cítricas do continente. O frete aéreo é uma opção, embora a rede espere que França e Reino Unido cheguem a um acordo para reabrir os canais, disse a porta-voz Victoria Durman.

A Tesco, maior rede de supermercados britânica, tem “muitos alimentos para o Natal”, disse a porta-voz Shona Buchanan. Mas, se os problemas continuarem além dos próximos dois dias, “pode haver redução do fornecimento de alguns itens no final desta semana.”

Supermercados não podem estocar produtos frescos perecíveis, o que significa que a reposição regular é essencial. Rotas alternativas de abastecimento sendo consideradas juntamente com o frete aéreo incluem o uso de balsas enviadas diretamente da Espanha e aumento de mercadorias dos Países Baixos e do próprio Reino Unido.

Cargueiros exclusivos
A Lufthansa continuará transportando passageiros para o Reino Unido, a menos que haja uma proibição de fazê-lo, de acordo com o porta-voz Helmut Tolksdorf. A aeronave retornará à Alemanha vazia, no entanto, depois que o país e outras nações fecharam as fronteiras para voos com origem no Reino Unido. Operar um serviço exclusivo de carga ajudaria a preencher a lacuna caso voos de chegada a Londres, Manchester e Edimburgo também tenham que ser interrompidos. A Lufthansa Cargo opera aviões como os Boeing 777F, capazes de transportar 100 toneladas.

Trens
A Eurotunnel atualmente opera quatro ou cinco trens de carga por dia para o transporte de produtos a granel, como autopeças, aço, alumínio e líquidos. O número se compara a seis trens para as travessias por hora durante os períodos normais, que transportam caminhões pela rota ferroviária submarina. Antes do serviço ser interrompido, o tráfego nesses trens havia aumentado 11% em relação ao ano anterior, em meio à corrida para repor estoques antes do prazo final de 31 de dezembro caso não haja acordo.

O porta-voz Keefe, da Eurotunnel, disse que os serviços de frete registraram aumento de alimentos refrigerados enviados para o Reino Unido de partes mais distantes da Europa, como resultado de preocupações anteriores sobre atrasos em Dover.

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