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CICV diz que cada vez fica mais difícil trabalhar na Síria

"Desde meados de outubro, vemos uma expansão das áreas de conflito", explicou o presidente do CICV, Peter Maurer

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 17h42.

Genebra - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) enfrenta graves obstáculos para fornecer ajuda humanitária às vítimas do conflito e na última semana, mal pôde sair de Damasco pelo aumento dos enfrentamentos no interior do país.

"Desde meados de outubro, vemos uma expansão das áreas de conflito. Não há frentes claras de batalha e onde há, elas se movimentam", explicou o presidente do CICV, Peter Maurer, durante a apresentação à imprensa do orçamento do órgão para 2013 em Genebra.

Segundo Maurer, nos últimos dias não houve distribuição de ajuda fora de Damasco, nem sequer por parte do Crescente Vermelho Sírio, a organização de socorro local e cujos voluntários são apoiados por quase toda assistencia humanitária que chega do exterior.

"Se eles não saem do interior da Síria , nós também não saímos", comentou, após lembrar que o Crescente Vermelho perdeu vários colaboradores - cerca de 20 - desde que começou o conflito na Síria há 20 meses.

Maurer sustentou que utilizar a via terrestre é mais perigoso do que nunca e que a organização depende de negociações com os grupos que "controlam as regiões" para ter acesso à população, "algo que requer muito tempo".

Esta situação, acrescentou, fez com que aumente a defesagem entre a ajuda essencial que os civis precisam urgentemente e a capacidade de cobrir essas necessidades.


Com relação à decisão da ONU de reduzir o número de seus estrangeiros na Síria, Maurer assegurou que sua organização não tem essa intenção e que manterá seus 20 expatriados no país.

O CIVC é o fiador das Convenções de Genebra, a maior de instrumentos jurídicos internacionais que regulam os atos de guerra, o tratamento de prisioneiros e a obrigação dos combatentes de preservar a população das hostilidades.

Com relação à capacidade que o CIVC teria de trabalhar na Síria se começarem a usar armas químicas, o responsável adjunto de operações da organização, Regis Savioz, disse que "ninguém poderia estar preparado para um ataque deste tipo".

Por outra parte, Maurer reconheceu que sua organização está "insatisfeita" por não poder visitar os detidos tanto em mãos do governo como dos grupos rebeldes, uma de suas missões primordiais.

Aos detidos pelo governo, os delegados do CIVC tiveram acesso durante um período limitado e, após sua interrupção, não voltaram a visitá-los apesar de em setembro a organização ter chegado a um acordo com o regime de Bashar al-Assad.

A organização nunca conseguiu visitar os prisioneiros no campo rebelde.

O orçamento do CICV para 2013 chegará a 979 milhões de euros e coloca suas operações no Afeganistão, Iraque, Somália, República Democrática Congo (RDC) e Sudão do Sul como as mais importantes em termos de recursos requeridos.

Desde março de 2011, quando começou o conflito na Síria, calcula- se que morreram mais de 30 mil pessoas, embora alguns relatórios não verificados falam já de mais de 40 mil falecidos, enquanto os refugiados já superam os 200 mil, segundo números das Nações Unidas.

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Genebra - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) enfrenta graves obstáculos para fornecer ajuda humanitária às vítimas do conflito e na última semana, mal pôde sair de Damasco pelo aumento dos enfrentamentos no interior do país.

"Desde meados de outubro, vemos uma expansão das áreas de conflito. Não há frentes claras de batalha e onde há, elas se movimentam", explicou o presidente do CICV, Peter Maurer, durante a apresentação à imprensa do orçamento do órgão para 2013 em Genebra.

Segundo Maurer, nos últimos dias não houve distribuição de ajuda fora de Damasco, nem sequer por parte do Crescente Vermelho Sírio, a organização de socorro local e cujos voluntários são apoiados por quase toda assistencia humanitária que chega do exterior.

"Se eles não saem do interior da Síria , nós também não saímos", comentou, após lembrar que o Crescente Vermelho perdeu vários colaboradores - cerca de 20 - desde que começou o conflito na Síria há 20 meses.

Maurer sustentou que utilizar a via terrestre é mais perigoso do que nunca e que a organização depende de negociações com os grupos que "controlam as regiões" para ter acesso à população, "algo que requer muito tempo".

Esta situação, acrescentou, fez com que aumente a defesagem entre a ajuda essencial que os civis precisam urgentemente e a capacidade de cobrir essas necessidades.


Com relação à decisão da ONU de reduzir o número de seus estrangeiros na Síria, Maurer assegurou que sua organização não tem essa intenção e que manterá seus 20 expatriados no país.

O CIVC é o fiador das Convenções de Genebra, a maior de instrumentos jurídicos internacionais que regulam os atos de guerra, o tratamento de prisioneiros e a obrigação dos combatentes de preservar a população das hostilidades.

Com relação à capacidade que o CIVC teria de trabalhar na Síria se começarem a usar armas químicas, o responsável adjunto de operações da organização, Regis Savioz, disse que "ninguém poderia estar preparado para um ataque deste tipo".

Por outra parte, Maurer reconheceu que sua organização está "insatisfeita" por não poder visitar os detidos tanto em mãos do governo como dos grupos rebeldes, uma de suas missões primordiais.

Aos detidos pelo governo, os delegados do CIVC tiveram acesso durante um período limitado e, após sua interrupção, não voltaram a visitá-los apesar de em setembro a organização ter chegado a um acordo com o regime de Bashar al-Assad.

A organização nunca conseguiu visitar os prisioneiros no campo rebelde.

O orçamento do CICV para 2013 chegará a 979 milhões de euros e coloca suas operações no Afeganistão, Iraque, Somália, República Democrática Congo (RDC) e Sudão do Sul como as mais importantes em termos de recursos requeridos.

Desde março de 2011, quando começou o conflito na Síria, calcula- se que morreram mais de 30 mil pessoas, embora alguns relatórios não verificados falam já de mais de 40 mil falecidos, enquanto os refugiados já superam os 200 mil, segundo números das Nações Unidas.

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