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CIA conclui que príncipe saudita ordenou morte de jornalista, diz jornal

De acordo com o jornal The Washington Post, príncipe herdeiro está ligado ao assassinato de Jamal Khashoggi, que desapareceu na Turquia em outubro

Imagem de câmara de segurança mostra Jamal Khashoggi entrando no consulado saudita em Istambul, Turquia: Erdogan e Bin Abdulaziz ressaltaram a importância de seguir com a colaboração para resolver o caso (Reuters TV/Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 17 de novembro de 2018 às 11h02.

Última atualização em 17 de novembro de 2018 às 11h03.

São Paulo - O príncipe herdeiro da Arábia Saudita , Mohammed bin Salman, ordenou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, concluiu a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. A informação foi revelada na noite desta sexta-feira, 16 de novembro, pelo jornal americano The Washington Post (WaPo), que ouviu fontes ligadas à investigação.

A constatação da agência, lembra a publicação, é a mais forte a ligar o príncipe saudita à morte do jornalista e vai de encontro às alegações do reino de que Salman não teve qualquer relação com o incidente. Khashoggi, que escrevia para o WaPo, foi assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, no início de outubro por agentes da inteligência saudita.

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A conclusão da CIA é baseada em várias informações de inteligência, incluindo um telefonema de Khalid bin Salman, irmão do príncipe herdeiro e embaixador saudita nos Estados Unidos, para Khashoggi. Khalid teria garantido ao jornalista que poderia ir ao consulado saudita em Istambul sem correr qualquer risco, num telefonema que teria sido feito a pedido do príncipe herdeiro. Não está claro se o embaixador sabia do plano para assassinar o jornalista.

“A posição que temos é a de que não existe a menor possibilidade de isso ter acontecido sem que Salman soubesse ou estivesse envolvido”, disse a fonte, especialmente em razão da sua posição de líder de fato da Arábia Saudita e que supervisiona assuntos do reino. Ainda de acordo com a reportagem, a CIA descreve o príncipe como “volátil e arrogante”, “alguém que não parece entender que há coisas que não se pode fazer”.

A CIA não respondeu aos pedidos de esclarecimentos feitos pelo WaPo e pela agência de notícias AFP.

Versão oficial

Do lado da Arábia Saudita, as autoridades seguem negando a relação do príncipe com a morte do jornalista, que era conhecido por suas críticas às ações do reino. Nesta semana, a procuradoria do país anunciou, ainda, que pedirá a pena de morte para ao menos cinco dos acusados de envolvimento no crime.

Ao menos 15 pessoas foram acusadas pela Turquia, que também investiga o crime, de terem participado da morte de Khashoggi. Até o momento, sabe-se que o jornalista foi morto por asfixia e teve seu corpo mutilado em seguida. Ainda não se sabe, contudo, o que foi feito de seus restos mortais.

Repercussão

A notícia do WaPo repercutiu nos Estados Unidos. De acordo com a AFP, o vice-presidente americano, Mike Pence, afirmou que os assassinos do jornalista saudita terão dese explicar aos Estados Unidos. "Estamos determinados a pedir que todos responsáveis prestem contas", disse Pence. O Tesouro dos EUA anunciou nesta semana sanções contra 17 altos funcionários sauditas por "responsabilidade ou cumplicidade" no assassinato.

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