China destina US$ 1 bi para atenuar a pior seca em 200 anos
Em torno de 2,6 milhões de pessoas e 2,8 milhões de cabeças de gado enfrentam escassez de água potável
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 08h22.
Pequim - O Governo chinês anunciou que destinará US$ 1 bilhão para atenuar a pior seca de 200 anos no leste do país, o que deixou sem água potável 2,6 milhões de pessoas.
O diário oficial "China Daily" informou nesta quinta-feira que a decisão foi tomada diante do avanço da seca no norte e no leste do país, o que está afetando ainda o preço de cereais como o trigo, cujo valor já registrou recordes pela inflação em 2010.
A situação é tão grave que a ONU alertou sobre as graves consequências que a seca pode ter na colheita de inverno e, consequentemente, na alimentação da população chinesa.
O departamento meteorológico da província de Henan está realizando campanhas de chuva artificial, nas quais as nuvens são bombardeadas com compostos químicos como o yoduro de prata para estimular a chuva, medida também adotada em Pequim, onde nesta quinta-feira caiu neve pela primeira vez neste inverno (no Hemisfério Norte).
A seca é a pior registrada na província de Shandong em 200 anos e a mais grave em seis décadas no resto de zonas afetadas do país.
O montante disponibilizado pelo Governo será usado para construir poços e instalações de irrigação de emergência e para levar água às zonas mais afetadas, assinalou em comunicado o Conselho de Estado (poder executivo) após uma reunião de urgência dirigida pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.
O Executivo alertou que a situação ainda pode piorar, já que as previsões indicam um índice muito baixo de chuvas no norte e no leste do país. Por isso, as colheitas mais afetadas serão as de trigo, já que o arroz é cultivado no sul.
Em torno de 2,6 milhões de pessoas e 2,8 milhões de cabeças de gado enfrentam escassez de água potável.
As principais províncias afetadas são Shandong, Jiangsu, Henan, Hebei e Shanxi, grupo que produz 80% das colheitas de trigo do inverno chinês.