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Chile condena ex-oficiais por exumações ilegais na ditadura

Oito ex-oficiais cumprirão penas que variam entre três e cinco anos, e o governo deverá pagar indenização equivalente a R$ 97,3 mil às famílias das vítimas

O ex-presidente chileno, Augusto Pinochet: durante a ditadura, segundo relatórios oficiais, cerca de 3.200 chilenos morreram pelas mãos de agente do Estado e 1.192 ainda estão desparecidos (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2015 às 15h29.

Santiago - Um juiz especial do Chile condenou nesta terça-feira nove ex-oficiais do Exército pela exumação ilegal dos corpos de 26 prisioneiros políticos fuzilados na cidade de Calama, no norte do país, em outubro de 1973, durante a ditadura militar do general Augusto Pinochet.

Carlos Minoletti, Julio Salazar e Luis Aracena foram condenados a cinco anos e um dia de prisão. Manuel Aguirre, Sergio López, Hugo Carrasco, Wilson Pacheco e Pedro Gutiérrez receberam três anos de detenção. Já Hector Iturra foi recebeu 541 dias, mas foi beneficiado pela remissão condicional da pena e ficará em liberdade.

"As vítimas foram primeiramente privadas da vida por justiçamento, para depois serem enterradas, ocultando todas as informações sobre o lugar em que os corpos tinham sido depositados. Posteriormente foram desenteressados, sem respeito às normas legais, sanitárias e regulamentares sobre exumações para fazer os restos mortais desaparecerem", indica a sentença.

O juiz Leopoldo Llanos também determinou que o governo do Chile deverá pagar uma indenização de 20 milhões de pesos chilenos (R$ 97,3 mil) às famílias das vítimas.

Os casos são apenas um dos episódios da chamada "Caravana da Morte", uma comitiva que percorreu o Chile após o golpe de Estado de 1973, matando cerca de cem presos políticos.

O grupo era liderado pelo general Sergio Arellano Stark, na época "delegado do comandante-em-chefe", ou seja, de Augusto Pinochet (1973-1990). Em cada cidade que passou, a caravana levava os presos políticos para locais despovoados e os assassinava.

Em 1978, após 15 corpos de presos mortos pelo grupo ter sido encontrado em Santiago, Pinochet ordenou a operação "Retirada de Televisores", que constitui na exumação clandestina de vários cadávares. Eles foram colocados em sacos junto com barras de metal para serem posteriormente jogados ao mar.

O juiz especial chileno também condenou seis comandantes da Inteligência Nacional (Dina), a polícia secreta de Pinochet, pelo sequestro qualificado de três dirigentes do Partido Comunista (PC).

O general reformado Manuel Contreras, ex-chefe da dina, o brigadeiro Pedro Espinoza e os ex-coronéis Rolf Wenderoth, Ricardo Lawrence e Juan Morales foram condenados a 15 anos de prisão.

Contreras soma penas de mais de 500 anos após ser condenado em vários casos de violações aos direitos humanos.

José Corvalan, Jorge Salgado e Pedro Silva, dirigentes do PC, foram detidos no dia 9 de agosto de 1976 e depois transferidos ao centro clandestino "Vila Grimaldi". Desde então, não houve mais informações sobre o paradeiro dos três políticos.

Llanos ordenou o pagamento de uma indenização total de 700 milhões de pesos chilenos (R$ 3,4 milhões) às famílias das vítimas.

Durante a ditadura de Pinochet, segundo relatórios oficiais, cerca de 3.200 chilenos morreram pelas mãos de agente do Estado. Entre eles, 1.192 ainda estão desparecidos. Além disso, 33 mil foram torturados e presos por causas políticas.

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Santiago - Um juiz especial do Chile condenou nesta terça-feira nove ex-oficiais do Exército pela exumação ilegal dos corpos de 26 prisioneiros políticos fuzilados na cidade de Calama, no norte do país, em outubro de 1973, durante a ditadura militar do general Augusto Pinochet.

Carlos Minoletti, Julio Salazar e Luis Aracena foram condenados a cinco anos e um dia de prisão. Manuel Aguirre, Sergio López, Hugo Carrasco, Wilson Pacheco e Pedro Gutiérrez receberam três anos de detenção. Já Hector Iturra foi recebeu 541 dias, mas foi beneficiado pela remissão condicional da pena e ficará em liberdade.

"As vítimas foram primeiramente privadas da vida por justiçamento, para depois serem enterradas, ocultando todas as informações sobre o lugar em que os corpos tinham sido depositados. Posteriormente foram desenteressados, sem respeito às normas legais, sanitárias e regulamentares sobre exumações para fazer os restos mortais desaparecerem", indica a sentença.

O juiz Leopoldo Llanos também determinou que o governo do Chile deverá pagar uma indenização de 20 milhões de pesos chilenos (R$ 97,3 mil) às famílias das vítimas.

Os casos são apenas um dos episódios da chamada "Caravana da Morte", uma comitiva que percorreu o Chile após o golpe de Estado de 1973, matando cerca de cem presos políticos.

O grupo era liderado pelo general Sergio Arellano Stark, na época "delegado do comandante-em-chefe", ou seja, de Augusto Pinochet (1973-1990). Em cada cidade que passou, a caravana levava os presos políticos para locais despovoados e os assassinava.

Em 1978, após 15 corpos de presos mortos pelo grupo ter sido encontrado em Santiago, Pinochet ordenou a operação "Retirada de Televisores", que constitui na exumação clandestina de vários cadávares. Eles foram colocados em sacos junto com barras de metal para serem posteriormente jogados ao mar.

O juiz especial chileno também condenou seis comandantes da Inteligência Nacional (Dina), a polícia secreta de Pinochet, pelo sequestro qualificado de três dirigentes do Partido Comunista (PC).

O general reformado Manuel Contreras, ex-chefe da dina, o brigadeiro Pedro Espinoza e os ex-coronéis Rolf Wenderoth, Ricardo Lawrence e Juan Morales foram condenados a 15 anos de prisão.

Contreras soma penas de mais de 500 anos após ser condenado em vários casos de violações aos direitos humanos.

José Corvalan, Jorge Salgado e Pedro Silva, dirigentes do PC, foram detidos no dia 9 de agosto de 1976 e depois transferidos ao centro clandestino "Vila Grimaldi". Desde então, não houve mais informações sobre o paradeiro dos três políticos.

Llanos ordenou o pagamento de uma indenização total de 700 milhões de pesos chilenos (R$ 3,4 milhões) às famílias das vítimas.

Durante a ditadura de Pinochet, segundo relatórios oficiais, cerca de 3.200 chilenos morreram pelas mãos de agente do Estado. Entre eles, 1.192 ainda estão desparecidos. Além disso, 33 mil foram torturados e presos por causas políticas.

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