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Chefe do Hamas promete "libertar Palestina"

O líder islamita, que chegou ontem a Gaza em sua primeira viagem à faixa, afirmou que o enclave palestino "foi libertado graças aos sacrifícios do povo de Gaza"


	Khaled Meshaal: "No 25º aniversário do Hamas, digo que a Palestina, do Rio Jordão até o Mediterrâneo e do norte ao sul, é nossa terra", disse o líder
 (REUTERS / Ahmed Jadallah)

Khaled Meshaal: "No 25º aniversário do Hamas, digo que a Palestina, do Rio Jordão até o Mediterrâneo e do norte ao sul, é nossa terra", disse o líder (REUTERS / Ahmed Jadallah)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2012 às 13h46.

Gaza - O líder maximo do Hamas, Khaled Meshaal, prometeu neste sábado "libertar a Palestina" e "não ceder um milímetro de terra do Rio Jordão até o Mediterrâneo", além de ter exaltado a resistência e a unidade das facções palestinas.

"No 25º aniversário do Hamas, digo que a Palestina, do Rio Jordão até o Mediterrâneo e do norte ao sul, é nossa terra, nosso direito e nossa pátria, não faremos a concessão de um milímetro de terra", assegurou o líder diante de milhares de palestinos concentrados em Gaza para celebrar a data.

"A Palestina foi e é árabe e islâmica", declarou Meshaal de um palanque montado na Praça Al Katiba, o qual era adornado com uma imagem da Cúpula da Rocha (a Mesquita de Omar) e uma réplica gigante em papelão de um foguete M-75, o mesmo utilizado pelas milícias no último confronto armado com Israel, em novembro.

"A Palestina é nossa e não de outros e, por isso, nunca reconheceremos a legitimidade da ocupação de nossa terra e a presença ilegal desta ocupação na Palestina. Antes ou depois, a terra da Palestina será nossa e nunca será dos sionistas", afirmou.

O líder islamita, que chegou ontem a Gaza em sua primeira viagem à faixa - viabilizada em meio a trégua alcançada com Israel após o último confronto bélico -, afirmou que o enclave palestino "foi libertado graças aos sacrifícios do povo de Gaza", ao que felicitou e agradeceu por isso.


Meshaal iniciou seu discurso com uma citação direcionada aos palestinos presos nas prisões israelenses, aos que assegurou: "Assim como foi possível libertar e tirar da prisão centenas (nas trocas de prisioneiros com Israel)", o Hamas conseguirá "libertar todos os prisioneiros".

Em seu discurso, o líder islamita defendeu a unidade das distintas facções palestinas para lutar contra a ocupação israelense e também estendeu a mão ao seu rival, o partido Fatah - liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, que governa na Cisjordânia -, para avançarem juntos em direção à reconciliação.

"É hora de virar a página da divisão e abrir uma nova página de unidade palestina. O Hamas não tem interesse em seguir com a divisão interna, que consideramos um desastre. Nosso objetivo é a reconciliação. Convidamos Abbas e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) para acabar de verdade com essa divisão", declarou o líder.

Neste aspecto, Meshaal anunciou que, em breve, chegará uma proposta do Egito para articular essa reconciliação e louvou o avanço diplomático alcançado recentemente por Abbas nas Nações Unidas.

A mudança de status na ONU da Palestina ao de estado observador não membro "é um passo pequeno, mas muito importante, no caminho da defesa dos direitos do povo palestino", assegurou Mershaal.


O líder do Hamas, que apontou todo o mundo árabe e islâmico como responsáveis pelo avanço da causa palestina, voltou a pedir a apoio à mesma e também reivindicou "a Jihad (guerra santa) e a resistência armada" como o único caminho para recuperar os direitos perdidos.

"Se a comunidade internacional tem outra opção para libertar nossa terra, que diga. Eu digo ao mundo que tentamos durante 64 anos, e o mundo não fez nada pelos palestinos. É por isso que acho que o único recurso é a resistência armada", declarou o líder após ter "abençoado as mãos" dos milicianos que "atingiram Tel Aviv com foguetes" no último confronto.

No discurso, que celebrava um quarto de século do movimento, Meshaal também prometeu aos presentes a tomada de Jerusalém, uma cidade que, segundo ele, "está no espírito, no passado, no presente e no futuro dos palestinos, a qual Israel não tem direito".

O direito de retorno dos refugiados "a Gaza, Cisjordânia e a todos os territórios ocupados em 1948 (hoje Israel)" foi outra das questões abordadas por Meshaal, que assegurou que sua visita a Gaza "é o princípio desse direito de retorno, um direito que é sagrado".


A defesa da inclusão do Hamas na Organização para a Libertação da Palestina (OLP) também foi citada por Meshaal, que, além disso, também deu seu apoio à realização de eleições gerais e legislativas, afirmando que o Hamas "apoia a democracia".

As festividades pelo 25º aniversário do movimento islamita Hamas, que coincide com os 25 anos do começo da Primeira Intifada, contaram com a participação de membros de todas as facções palestinas, incluindo do Fatah, o que já poderia supor um avanço em direção a uma reconciliação real entre os dois principais partidos palestinos.

Segundo o Hamas, 500 mil pessoas marcaram presença no evento festivo, sendo que mais de 2,5 mil representava delegações procedentes de mais de mais de dez países islâmicos e árabes. 

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