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Chávez continua em silêncio, mas vigilante sobre Venezuela

Chávez, fez apenas um comentário desde domingo passado, quando comemorou, através da rede social Twitter a vitória do piloto venezuelano Pastor Maldonado na Fórmula 1

O presidente reiterou sua candidatura à terceira reeleição no pleito de outubro (©AFP/Arquivo / Ho)

O presidente reiterou sua candidatura à terceira reeleição no pleito de outubro (©AFP/Arquivo / Ho)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 19h34.

Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está levando a vida com muita calma em seu retorno de Cuba, com um insólito estilo low profile e um silêncio que não quebrou esta semana nem para comemorar as boas notícias da economia e das pesquisas de intenção de votos, embora, segundo seus colaboradores, continue vigilante.

Chávez, que chegou há uma semana de Cuba após terminar a radioterapia que lhe foi prescrita depois da cirurgia de um novo tumor cancerígeno em fevereiro passado, fez apenas um comentário desde domingo passado, quando comemorou, através da rede social Twitter a vitória do piloto venezuelano Pastor Maldonado na Fórmula 1.

O presidente venezuelano cumpriu até o momento o propósito que manifestou em sua chegada, no último dia 11, de "seguir rigorosamente as indicações médicas" para continuar se recuperando dos "efeitos normais, esperados, do tratamento pleno da radioterapia".

Apesar de ministros e colaboradores terem informado que o presidente está "ligado", telefonando e tomando decisões, o certo é que Chávez não se manifestou publicamente sobre eventos que em outro momento teriam sido objeto de sua atenção.

"Ele telefona a cada momento, estamos informando o que vem ocorrendo ao longo da noite, de madrugada", disse o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, ao assinalar que Chávez estava acompanhando o desenvolvimento de uma crise carcerária em Caracas que explodiu nos últimos dias.

"O presidente esteve vigiando o que acontece aqui", acrescentou Cabello dos arredores do centro penitenciário, onde durante três semanas os presos permaneceram amotinados no meio de tiroteios e distúrbios, que se multiplicaram na quinta-feira, antes de o Governo e os réus chegarem a um acordo para a transferência de reclusos.

A ministra para o Sistema Penitenciário, Iris Varela, também insistiu nas chamadas e na preocupação do presidente venezuelano com os eventos nessa instituição.


Outro ministro, o de Comunicação, Andrés Izarra, falou da tarefa do presidente através do Twitter afirmando que @chavezcandanga (usuário do presidente venezuelano nessa rede social) aprovou 70 milhões de bolívares "para a preparação, classificação e participação de nossos atletas olímpicos".

No entanto, continua o silêncio de Chávez, que tem um histórico de quase 2.000 programas em redes nacionais, conexões obrigatórias para todos os canais de rádio e televisão, e mais de 1.300 horas nos receptores, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas.

Nas palavras que dirigiu a seus compatriotas em sua chegada a Caracas, Chávez adiantou que os dados do comportamento da economia no primeiro trimestre iam ser "muito bons".

Efetivamente, o ministro das Finanças, Jorge Giordani, e o presidente do Banco Central da Venezuela, Nelson Merentes, anunciaram esta semana que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 5,6% durante os três primeiros meses do ano, mas Chávez não fez nenhum comentário a respeito.

Também não comentou a boa avaliação que as pesquisas continuam lhe dando, depois que nos últimos dias foram publicadas várias pesquisas que colocam entre 17 e 37 pontos a diferença dele para seu adversário para as eleições presidenciais, Henrique Capriles, a menos de cinco meses para o pleito.

Chávez foi submetido em fevereiro a uma cirurgia na qual foi-lhe extraído um novo tumor de dois centímetros, recorrência do câncer que lhe foi detectado em junho do ano passado, do qual até o momento se informou que está na região pélvica, mas não seu alcance ou gravidade.

O presidente reiterou sua candidatura à terceira reeleição no pleito de outubro.

"Na medida em que as horas e os próximos dias passarem tenho certeza (...) que irei progressivamente me instalando onde devo estar: na primeira linha da batalha, junto ao povo bolivariano, impulsionando a revolução socialista, a revolução da paz, a revolução do amor", disse Chávez na sexta-feira passada. 

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