Centenas de pessoas são evacuadas após erupção de vulcão no Havaí
Após a erupção do vulcão Kilauea, cerca 1,7 mil pessoas e 700 imóveis e foram evacuados na região
AFP
Publicado em 4 de maio de 2018 às 14h13.
Última atualização em 4 de maio de 2018 às 15h47.
Centenas de habitantes do Havaí fugiram nesta sexta-feira (4) de suas casas, após a erupção do vulcão Kilauea no dia anterior, que causou fluxos de lava, nuvens de cinzas rosadas e emanações tóxicas.
A proximidade das casas aos pés do vulcão gerou uma forte mobilização das autoridades locais, sob a direção do governador do Havaí, David Ige, que decretou estado de emergência, a fim de poder mobilizar todos os serviços e fundos de urgência do Estado vinculados a catástrofes naturais.
Imagens de meios de comunicação locais mostravam correntes de lava que passavam pelas florestas, enquanto a agência de Proteção Civil do arquipélago informava sobre "emissões de vapor e lava de uma fenda na subdivisão Leilani, na área de Mohala Street", seguidas de explosões, e ordenava todos os moradores a deixarem a área afetada.
Nesta sexta-feira pela manhã não foram reportadas vítimas.
Cerca de 700 imóveis e 1.700 pessoas estão sujeitos a evacuações obrigatórias, indicou à AFP Cindy McMillan, porta-voz de Ige.
O governador mobilizou as tropas da Guarda Nacional no arquipélago e pediu aos habitantes que prestem atenção às advertências da Defesa Civil.
"Por favor, fiquem alerta e preparados para manter suas famílias a salvo", tuitou Ige.
Autoridades do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), da unidade do Observatório Vulcanológico, vigiavam e avaliavam por meios terrestres e aéreos a magnitude da erupção, que começou na quinta-feira por volta das 16h45 locais (21h45 de Brasília) após os tremores registrados nos últimos dias.
Um funcionário acrescentou que cerca de 10 mil pessoas habitam a zona.
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Novas fendas
Às 10h30, foi registrado um terremoto de magnitude 5 ao sul do cone vulcânico Puu Oo, gerando desprendimentos e potencial desabamento dentro da cratera do vulcão, segundo o USGC.
Foi o mais importante de 100 terremotos menores, de magnitude 2, registrados desde segunda-feira.
Uma grande crista de cinzas de cor rosada se elevava pela zona, e as autoridades advertiram de uma subsequente "inundação de lava", incêndios, fumaça e novos terremotos.
O USGS elevou o nível de alerta de "vigilância" para "advertência" sobre o vulcão, informando que foram detectadas "novas grandes fendas" nas ladeiras deste.
As autoridades indicaram que o perigo ligado às erupções em curso inclui "possíveis concentrações de gás de dióxido de enxofre" na região, assim como explosões de metano, que poderiam lança rochas e dejetos em áreas adjacentes.
"Vapor quente branco e fumaça azul emanaram de uma área de ruptura na parte leste da subdivisão", relatou a agência, indicando que esse fenômeno começou antes das 17h00 locais.
O serviço geológico frisou que esse estágio inicial das erupções por fissuras é "dinâmico" e podem produzir "fendas adicionais e novas emanações de lava".
"Neste momento, não é possível apontar onde" haverá novas fendas, acrescentou o informe.
Os terremotos, alguns mais leves, desde segunda-feira colocam à prova a ansiedade dos moradores da ilha.
"Isso nos desperta", disse Carol Shepard à emissora KHON. "É como se toda a casa tremesse", completou.
Usando um drone, um outro morador, Jeremiah Osuna, fez imagens de vídeo da coluna de lava vermelha, o que ele descreveu como "uma cortina de fogo".
"Me preocupei bastante e me dei conta de até que ponto (...) é perigoso viver" perto do vulcão, admitiu.
Os cientistas observam esta "intrusão de magma" na região desde segunda-feira, antecipando uma possível erupção, explicou Janet Babb, geóloga do Observatório Vulcanológico do Havaí. Provavelmente, haverá novas erupções, advertiu.
Com frequência chamado de Grande Ilha, o Havaí é a maior das oito principais que compõem esse estado americano do Pacífico, um arquipélago de 137 ilhas.