Mitch McConnell: o líder republicano no Senado também quis minimizar hoje suas tensões com Trump (Nicholas Kamm/AFP)
EFE
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 21h49.
Washington - A Casa Branca tentou tirar importância nesta quarta-feira da tensão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder do seu partido no Senado, o republicano Mitch McConnell, depois que a imprensa americana revelou que ambos não se falam desde uma briga por telefone há duas semanas.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, garantiu em um comunicado que Trump e McConnell "seguem unidos em muitas prioridades compartilhadas, incluindo o plano para reduzir os impostos da classe média, o fortalecimento das forças armadas e a construção de um muro na fronteira sul".
"Ambos terão reuniões previamente programadas após o recesso de agosto (no Congresso) para falar sobre estes temas cruciais com membros da liderança do Congresso e do gabinete do presidente", acrescentou a porta-voz.
Segundo informou nesta terça-feira o jornal "The New York Times", a relação entre Trump e McConnell "se deteriorou" até o ponto de que não se falam desde sua última conversa por telefone, em 9 de agosto.
"(McConnell) expressou em particular suas dúvidas sobre a capacidade de Trump de salvar sua Administração após uma série de crises" e a hostilidade entre ambos se complica pelo fato de que a esposa do senador, Elaine Chao, está no gabinete do presidente como secretária de Transporte, lembrou o jornal.
O líder republicano no Senado também quis minimizar hoje suas tensões com Trump e assegurou em um comunicado que ambos estão centrados nas suas prioridades compartilhadas.
"Temos muito trabalho pela frente e estamos comprometidos em impulsionar lado a lado os nossos objetivos compartilhados e qualquer um que sugira o contrário claramente não é parte da conversa", afirmou McConnell.
A ligação de 9 de agosto aconteceu por conta de comentários que McConnell fez no Kentucky, estado que representa, onde disse que Trump "tinha expectativas excessivas" sobre a capacidade do Senado de substituir a reforma sanitária promulgada em 2010, conhecida como "Obamacare".
Trump ligou para McConnell para queixar-se por esses comentários, e no dia seguinte publicou um tweet em que responsabilizava o senador pelo fracasso do projeto de lei sanitária dos republicanos.
Desde então, McConnell criticou a ambígua resposta de Trump à violência racista deste mês em Charlottesville (Virgínia), ao assegurar em um comunicado que "não há neonazistas bons", e nesta segunda-feira disse que "a maioria das notícias não são falsas", ao contrário do que defende o presidente.
A próxima reunião entre ambos acontecerá previsivelmente em setembro, um intenso mês em que Trump terá que negociar com o Congresso se eleva o teto da dívida federal, além do orçamento federal do próximo ano fiscal e a reforma do sistema fiscal.