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Candidatos se inscrevem para eleições presidenciais do Irã

A tensão política interna aumentou nas últimas semanas, quando o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, criticou os ultraconservadores ligados a Ali Khamenei

Mahmoud Ahmadinejad: a campanha irá durar três semanas e será concluída 24 horas antes da abertura dos centros eleitorais, em 14 de junho. (Behrouz Mehri/AFP)
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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2013 às 16h04.

Teerã - Em um momento de grande tensão política no Irã, cerca de 50 políticos se inscreveram nesta terça-feira para participar das eleições presidenciais de 14 de junho, no primeiro dos cinco dias de registro de candidatos.

Entre os aspirantes inscritos, que ainda precisam ter suas candidaturas avaliadas pelo poderoso Conselho de Guardiões da Revolução, há alguns políticos conhecidos do regime islâmico iraniano, embora nenhum deles seja considerado favorito.

Do grupo de ultraconservadores ligados ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, o mais poderoso da política iraniana, se registraram Sadeq Vaez-Zadeh, Ruhola Ahmadzadeh e Kamran Bagheri Lankarani.

Dos reformistas, cautelosos após as denúncias de fraude e os protestos posteriores ao pleito de 2009, anotaram seus nomes Mostafa Kavakebian e Hassan Rouhani, enquanto é improvável que o ex-presidente Mohamad Khatami entre na corrida presidencial, apesar dos pedidos de seus correligionários.

Apesar desses candidatos, próximos ao ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, a maioria do setor reformista propunha o boicote ao pleito enquanto continuarem em prisão domiciliar e sem julgamento os seus principais líderes, Mir Hussein Mussavi e Mehdi Karrubi.

A tensão política interna aumentou nas últimas semanas, quando o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, que esgotou os dois mandatos consecutivos de quatro anos que são permitidos pela Constituição, criticou abertamente os ultraconservadores ligados a Ali Khamenei.

Desde o início de 2010, Ahmadinejad vive um conflito com Khamenei, e os ultraconservadores religiosos acusaram a equipe do presidente de desviar-se" do sistema religioso e de incompetência, além de relacioná-la com casos de corrupção.


Ahmadinejad, que vem fazendo constantes viagens pelo país, disse recentemente ter sofrido ameaças por promover como candidatos os seus seguidores para as próximas eleições, e defendeu o "povo" e a "construção do Irã", acima da autoridade religiosa.

Mais tarde, na cidade de Qom, centro do poder religioso, Ahmadinejad afirmou em um ato público que "revelaria muitas coisas", em uma aparente referência a supostos casos de corrupção que envolveriam seus rivais políticos, segundo a agência estudantil "Isna", como ameaça direta aos ultraconservadores religiosos.

O poderoso clero xiita estigmatizou o braço-direito do presidente, Esfandiar Rahim Mashaei, que acompanhou Ahmadinejad em algumas de suas viagens e atos públicos, ao considerá-lo um herege devido a suas posturas de abertura social.

Apesar da insistência de Ahmadinejad, Mashaei dificilmente passará pelo filtro do Conselho de Guardiões, que pode vetar os aspirantes que não considerar idôneos, pelo que seu setor parece ter como candidato alternativo o ministro de Estradas e Urbanismo, Ali Nikzad, mais admissível para o clero.

Há meses, o próprio Khamenei buscou um candidato de unidade entre os seus correligionários, e para isso pediu ao deputado e ex-presidente do Parlamento Gholam-Ali Haddad-Adel; o assessor do líder supremo Ali Velayati e o prefeito de Teerã, Mohammed-Baqer Qalibaf, que decidissem entre eles.


No entanto, os três não conseguiram chegar a um acordo, enquanto pelo menos seis ultraconservadores de peso anunciaram suas candidaturas.

O prazo de inscrições se encerra em 11 de maio, e entre 12 e 21 de maio os 12 clérigos e juristas de alta categoria do Conselho de Guardiões, que supervisionam todo o sistema político do regime teocrático muçulmano xiita da República Islâmica, examinarão os aspirantes.

A campanha irá durar três semanas e será concluída 24 horas antes da abertura dos centros eleitorais, em 14 de junho.

Com a oposição não religiosa proscrita, os reformistas quase excluídos e a possível restrição a candidatos próximos a Ahmadinejad, as novas eleições presidenciais seriam as mais limitadas desde a implantação da República Islâmica do Irã, em 1979.

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Teerã - Em um momento de grande tensão política no Irã, cerca de 50 políticos se inscreveram nesta terça-feira para participar das eleições presidenciais de 14 de junho, no primeiro dos cinco dias de registro de candidatos.

Entre os aspirantes inscritos, que ainda precisam ter suas candidaturas avaliadas pelo poderoso Conselho de Guardiões da Revolução, há alguns políticos conhecidos do regime islâmico iraniano, embora nenhum deles seja considerado favorito.

Do grupo de ultraconservadores ligados ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, o mais poderoso da política iraniana, se registraram Sadeq Vaez-Zadeh, Ruhola Ahmadzadeh e Kamran Bagheri Lankarani.

Dos reformistas, cautelosos após as denúncias de fraude e os protestos posteriores ao pleito de 2009, anotaram seus nomes Mostafa Kavakebian e Hassan Rouhani, enquanto é improvável que o ex-presidente Mohamad Khatami entre na corrida presidencial, apesar dos pedidos de seus correligionários.

Apesar desses candidatos, próximos ao ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, a maioria do setor reformista propunha o boicote ao pleito enquanto continuarem em prisão domiciliar e sem julgamento os seus principais líderes, Mir Hussein Mussavi e Mehdi Karrubi.

A tensão política interna aumentou nas últimas semanas, quando o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, que esgotou os dois mandatos consecutivos de quatro anos que são permitidos pela Constituição, criticou abertamente os ultraconservadores ligados a Ali Khamenei.

Desde o início de 2010, Ahmadinejad vive um conflito com Khamenei, e os ultraconservadores religiosos acusaram a equipe do presidente de desviar-se" do sistema religioso e de incompetência, além de relacioná-la com casos de corrupção.


Ahmadinejad, que vem fazendo constantes viagens pelo país, disse recentemente ter sofrido ameaças por promover como candidatos os seus seguidores para as próximas eleições, e defendeu o "povo" e a "construção do Irã", acima da autoridade religiosa.

Mais tarde, na cidade de Qom, centro do poder religioso, Ahmadinejad afirmou em um ato público que "revelaria muitas coisas", em uma aparente referência a supostos casos de corrupção que envolveriam seus rivais políticos, segundo a agência estudantil "Isna", como ameaça direta aos ultraconservadores religiosos.

O poderoso clero xiita estigmatizou o braço-direito do presidente, Esfandiar Rahim Mashaei, que acompanhou Ahmadinejad em algumas de suas viagens e atos públicos, ao considerá-lo um herege devido a suas posturas de abertura social.

Apesar da insistência de Ahmadinejad, Mashaei dificilmente passará pelo filtro do Conselho de Guardiões, que pode vetar os aspirantes que não considerar idôneos, pelo que seu setor parece ter como candidato alternativo o ministro de Estradas e Urbanismo, Ali Nikzad, mais admissível para o clero.

Há meses, o próprio Khamenei buscou um candidato de unidade entre os seus correligionários, e para isso pediu ao deputado e ex-presidente do Parlamento Gholam-Ali Haddad-Adel; o assessor do líder supremo Ali Velayati e o prefeito de Teerã, Mohammed-Baqer Qalibaf, que decidissem entre eles.


No entanto, os três não conseguiram chegar a um acordo, enquanto pelo menos seis ultraconservadores de peso anunciaram suas candidaturas.

O prazo de inscrições se encerra em 11 de maio, e entre 12 e 21 de maio os 12 clérigos e juristas de alta categoria do Conselho de Guardiões, que supervisionam todo o sistema político do regime teocrático muçulmano xiita da República Islâmica, examinarão os aspirantes.

A campanha irá durar três semanas e será concluída 24 horas antes da abertura dos centros eleitorais, em 14 de junho.

Com a oposição não religiosa proscrita, os reformistas quase excluídos e a possível restrição a candidatos próximos a Ahmadinejad, as novas eleições presidenciais seriam as mais limitadas desde a implantação da República Islâmica do Irã, em 1979.

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