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Cameron teria pedido advertência ao Guardian sobre Snowden

O premiê britânico pediu para um ministro advertir o jornal sobre as consequências da publicação de novos documentos do ex-agente da CIA, segundo imprensa

David Cameron: de acordo com o  "The Independent", fontes governamentais confirmaram que a ideia de Cameron era limitar a publicação de mais revelações (REUTERS/Ints Kalnins)
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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 07h21.

Londres - O chefe do Executivo britânico, David Cameron, pediu para um ministro advertir o jornal "The Guardian" sobre as consequências da publicação de novos documentos do ex-agente da CIA Edward Snowden, revelou nesta quarta-feira a imprensa local.

De acordo com os jornais "The Independent" e "Daily Mail", o próprio Cameron deu instruções ao ministro do Gabinete, Jeremy Heywood, para que este advertisse o "The Guardian" e transmitisse as implicações em torno da divulgação de mais dados secretos das operações de espionagem realizadas pelos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Estas revelações acompanham a polêmica detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do "The Guardian" Glenn Greenwald, o mesmo que publicou as revelações de Snowden, atualmente asilado atualmente na Rússia.

No último domingo, quando partiu de Berlim em direção ao Rio de Janeiro, Miranda ficou retido durante nove horas após uma escala no aeroporto londrino, onde teve todo seu material eletrônico confiscado. Na ocasião, o companheiro do jornalista do "The Guardian" não respondeu nenhuma pergunta relacionada com terrorismo.

De acordo com a matéria publicada hoje pelo "The Independent", fontes governamentais confirmaram que a ideia de Cameron era limitar a publicação de mais revelações sobre as operações de inteligência dos governo britânico e americano, as quais Snowden teve acesso quando trabalhava na Agência Nacional de Segurança (NSA).

De acordo com representantes do governo citados pelo jornal, se o Executivo não fizesse essa advertência ao "The Guardian", ele teria mantido "uma total abdicação de suas responsabilidades". As mesmas fontes também citaram que essa medida contou com a aprovação explícita de Cameron, do vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, e do titular das Relações Exteriores, William Hague.


Após esses contatos, o diretor de "The Guardian", Alan Rusbridger, aceitou o que qualificou como um dos incidentes mais estranhos da história do jornal, ou seja, permitir que analistas do centro de escutas britânico GCHQ supervisionassem a destruição de materiais confidenciais entregue por Snowden, um episódio que teria ocorrido há um mês.

"Tínhamos claro que não devolveríamos esse material ao governo britânico, portanto nós o destruímos sob a assessoria de um par de analistas da inteligência do GCHQ, que nos diziam que partes dos discos rígidos destruir e como fazer", relatou Rusbidger.

Rusbridger, que previamente copiou o conteúdo dos discos, revelou que seus contatos com o Executivo sobre este caso eram mantidos com um "funcionário do governo de alta categoria e que representava o ponto de vista do primeiro-ministro", embora não tenha revelado sua identidade.

A detenção de Miranda causou um problema diplomático com o governo brasileiro, críticas das associações de jornalistas e, inclusive, um pedido de revisão da lei antiterrorismo por parte do Partido Trabalhista.

A Scotland Yard, por sua vez, defendeu a aplicação dessa legislação, enquanto a ministra de Interior, Theresa May, admitiu que tinha consciência de que Miranda seria detido em um aeroporto de Londres, embora tenha assinalado que não participou da decisão policial.

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Londres - O chefe do Executivo britânico, David Cameron, pediu para um ministro advertir o jornal "The Guardian" sobre as consequências da publicação de novos documentos do ex-agente da CIA Edward Snowden, revelou nesta quarta-feira a imprensa local.

De acordo com os jornais "The Independent" e "Daily Mail", o próprio Cameron deu instruções ao ministro do Gabinete, Jeremy Heywood, para que este advertisse o "The Guardian" e transmitisse as implicações em torno da divulgação de mais dados secretos das operações de espionagem realizadas pelos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Estas revelações acompanham a polêmica detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do "The Guardian" Glenn Greenwald, o mesmo que publicou as revelações de Snowden, atualmente asilado atualmente na Rússia.

No último domingo, quando partiu de Berlim em direção ao Rio de Janeiro, Miranda ficou retido durante nove horas após uma escala no aeroporto londrino, onde teve todo seu material eletrônico confiscado. Na ocasião, o companheiro do jornalista do "The Guardian" não respondeu nenhuma pergunta relacionada com terrorismo.

De acordo com a matéria publicada hoje pelo "The Independent", fontes governamentais confirmaram que a ideia de Cameron era limitar a publicação de mais revelações sobre as operações de inteligência dos governo britânico e americano, as quais Snowden teve acesso quando trabalhava na Agência Nacional de Segurança (NSA).

De acordo com representantes do governo citados pelo jornal, se o Executivo não fizesse essa advertência ao "The Guardian", ele teria mantido "uma total abdicação de suas responsabilidades". As mesmas fontes também citaram que essa medida contou com a aprovação explícita de Cameron, do vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, e do titular das Relações Exteriores, William Hague.


Após esses contatos, o diretor de "The Guardian", Alan Rusbridger, aceitou o que qualificou como um dos incidentes mais estranhos da história do jornal, ou seja, permitir que analistas do centro de escutas britânico GCHQ supervisionassem a destruição de materiais confidenciais entregue por Snowden, um episódio que teria ocorrido há um mês.

"Tínhamos claro que não devolveríamos esse material ao governo britânico, portanto nós o destruímos sob a assessoria de um par de analistas da inteligência do GCHQ, que nos diziam que partes dos discos rígidos destruir e como fazer", relatou Rusbidger.

Rusbridger, que previamente copiou o conteúdo dos discos, revelou que seus contatos com o Executivo sobre este caso eram mantidos com um "funcionário do governo de alta categoria e que representava o ponto de vista do primeiro-ministro", embora não tenha revelado sua identidade.

A detenção de Miranda causou um problema diplomático com o governo brasileiro, críticas das associações de jornalistas e, inclusive, um pedido de revisão da lei antiterrorismo por parte do Partido Trabalhista.

A Scotland Yard, por sua vez, defendeu a aplicação dessa legislação, enquanto a ministra de Interior, Theresa May, admitiu que tinha consciência de que Miranda seria detido em um aeroporto de Londres, embora tenha assinalado que não participou da decisão policial.

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