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Briga por presidência expõe Mercosul cada vez mais dividido

O Mercosul mostrou sua profunda divisão, quando a Venezuela convocou uma reunião nesta quarta, a qual contou com a presença apenas do Uruguai

Mercosul: o Uruguai é o único dos sócios que aceitam a Venezuela à frente da coordenação das atividades mercosulinas (Marlos Bakker/Viagem e Turismo)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2016 às 21h37.

O Mercosul mostrou sua profunda divisão, quando a Venezuela convocou uma reunião em Montevidéu, nesta quarta-feira (24), a qual contou com a presença apenas do Uruguai, enquanto os demais sócios ignoraram o convite.

Nenhum representante de Argentina, Brasil e Paraguai participou da reunião, segundo informações de funcionários da Chancelaria uruguaia.

O Uruguai é o único dos sócios que aceitam a Venezuela à frente da coordenação das atividades mercosulinas, enquanto Brasília, Buenos Aires e Assunção desconhecem seu mandato.

A Venezuela se autoproclamou à frente do bloco depois que o Uruguai entregou a presidência no final de julho, após seis meses de gestão.

Na terça-feira, uma reunião de coordenadores foi realizada em Montevidéu na ausência de representantes venezuelanos. Nesta quarta, no mesmo local, a sede do Mercosul na capital uruguaia, apenas dois sócios estiveram presentes, junto com a Bolívia. O país andino tramita sua filiação plena à organização.

No final da reunião, o coordenador venezuelano no bloco, Héctor Constant, fez uma declaração à imprensa acompanhado apenas do embaixador boliviano, Benjamín Blanco. Não havia representantes uruguaios.

Sem aceitar perguntas, Constant explicou que o encontro foi "convocado pela Presidência venezuelana" para detalhar "as diretrizes" do país.

Entre as prioridades de Caracas, afirmou ele, estão aprofundar os contatos com Cuba, China e Rússia, dar continuidade às negociações com a União Europeia (UE) por um acordo de livre-comércio e apresentar a proposta "Mercosul musical", com base na experiência da Venezuela em orquestras infantis e juvenis.

O representante venezuelano deu suas declarações posicionado atrás de um pequeno cartaz com o logotipo do Mercosul e a legenda "Presidência".

O Mercosul atravessa uma de suas piores crises, comparável apenas à que levou à suspensão do Paraguai em 2012 depois de um processo de que destituiu o então presidente Fernando Lugo.

Em uma cúpula presidencial incompleta, Uruguai, Argentina e Brasil decidiram, precisamente, o ingresso da Venezuela como membro pleno.

Por ordem alfabética, em julho de 2016, a Venezuela deveria assumir a Presidência rotativa do grupo. Brasil, Paraguai e Argentina se opuseram, devido à situação política e econômica que o país caribenho atravessa. Os três consideram a Presidência do Mercosul "vacante".

O Uruguai é o único sócio que quer que Caracas assuma a Presidência e que aceita a decisão de Maduro, alegando que, juridicamente, não há obstáculos.

Ainda não houve um ato de transferência de posto, e o regimento do bloco não prevê a passagem automática da Presidência.

O presidente Nicolás Maduro acusou Argentina, Brasil e Paraguai de formarem "a tripla aliança de torturadores da América do Sul", chamou o governo interino no Brasil de "ditadura imposta", qualificou Macri de "fracassado", e o governo de Horacio Cartes no Paraguai, de "oligarquia (...) corrupta e narcotraficante".

O Mercosul caminha para um tipo de governo colegiado no que resta do semestre, e que será exercido por Brasil, Argentina e Paraguai. Não é claro o papel que o Uruguai terá.

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O Mercosul mostrou sua profunda divisão, quando a Venezuela convocou uma reunião em Montevidéu, nesta quarta-feira (24), a qual contou com a presença apenas do Uruguai, enquanto os demais sócios ignoraram o convite.

Nenhum representante de Argentina, Brasil e Paraguai participou da reunião, segundo informações de funcionários da Chancelaria uruguaia.

O Uruguai é o único dos sócios que aceitam a Venezuela à frente da coordenação das atividades mercosulinas, enquanto Brasília, Buenos Aires e Assunção desconhecem seu mandato.

A Venezuela se autoproclamou à frente do bloco depois que o Uruguai entregou a presidência no final de julho, após seis meses de gestão.

Na terça-feira, uma reunião de coordenadores foi realizada em Montevidéu na ausência de representantes venezuelanos. Nesta quarta, no mesmo local, a sede do Mercosul na capital uruguaia, apenas dois sócios estiveram presentes, junto com a Bolívia. O país andino tramita sua filiação plena à organização.

No final da reunião, o coordenador venezuelano no bloco, Héctor Constant, fez uma declaração à imprensa acompanhado apenas do embaixador boliviano, Benjamín Blanco. Não havia representantes uruguaios.

Sem aceitar perguntas, Constant explicou que o encontro foi "convocado pela Presidência venezuelana" para detalhar "as diretrizes" do país.

Entre as prioridades de Caracas, afirmou ele, estão aprofundar os contatos com Cuba, China e Rússia, dar continuidade às negociações com a União Europeia (UE) por um acordo de livre-comércio e apresentar a proposta "Mercosul musical", com base na experiência da Venezuela em orquestras infantis e juvenis.

O representante venezuelano deu suas declarações posicionado atrás de um pequeno cartaz com o logotipo do Mercosul e a legenda "Presidência".

O Mercosul atravessa uma de suas piores crises, comparável apenas à que levou à suspensão do Paraguai em 2012 depois de um processo de que destituiu o então presidente Fernando Lugo.

Em uma cúpula presidencial incompleta, Uruguai, Argentina e Brasil decidiram, precisamente, o ingresso da Venezuela como membro pleno.

Por ordem alfabética, em julho de 2016, a Venezuela deveria assumir a Presidência rotativa do grupo. Brasil, Paraguai e Argentina se opuseram, devido à situação política e econômica que o país caribenho atravessa. Os três consideram a Presidência do Mercosul "vacante".

O Uruguai é o único sócio que quer que Caracas assuma a Presidência e que aceita a decisão de Maduro, alegando que, juridicamente, não há obstáculos.

Ainda não houve um ato de transferência de posto, e o regimento do bloco não prevê a passagem automática da Presidência.

O presidente Nicolás Maduro acusou Argentina, Brasil e Paraguai de formarem "a tripla aliança de torturadores da América do Sul", chamou o governo interino no Brasil de "ditadura imposta", qualificou Macri de "fracassado", e o governo de Horacio Cartes no Paraguai, de "oligarquia (...) corrupta e narcotraficante".

O Mercosul caminha para um tipo de governo colegiado no que resta do semestre, e que será exercido por Brasil, Argentina e Paraguai. Não é claro o papel que o Uruguai terá.

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