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Boom de óleo na América do Norte alivia problemas da Opep

Segundo AIE, rápido crescimento do xisto região está evitando fortes altas nos preços do petróleo enquanto Opep enfrenta dificuldades para manter produção

Mulher abastece veículo em um posto de Bruxelas: alta produção de xisto está evitando que preço do petróleo atinja máximas (Jock Fistick/Bloomberg)

Mulher abastece veículo em um posto de Bruxelas: alta produção de xisto está evitando que preço do petróleo atinja máximas (Jock Fistick/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 16h14.

Londres/Moscou - O rápido crescimento do xisto na América do Norte está evitando fortes altas nos preços do petróleo no mundo enquanto diversos membros da Opep enfrentam dificuldades para manter sua produção por conta de agitações e problemas de infraestrutura, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta sexta-feira.

A agência, que presta consultoria a países desenvolvidos sobre políticas energéticas, disse que o principal fator entre as interrupções eram Líbia e Iraque, onde a violência reduziu fortemente a produção. Obras futuras em importantes terminais iraquianos poderiam ainda atrapalhar compradores de petróleo na Europa, Ásia e Estados Unidos.

"Oficialmente, os volumes devem ser reduzidos somente em setembro, mas o medo é que as interrupções se arrastem por meses, dado o escopo do trabalho, além dos maus antecedentes do país em relação a entregas de projetos no prazo", disse a AIE em um relatório mensal.

"As exportações do norte (do Iraque) devem permanecer restritas indefinidamente dada a falta de avanços nas negociações entre Bagdá e o Governo Regional do Curdistão sobre os termos de pagamento e contratos", acrescentou.

Ataques a oleodutos no norte do Iraque ajudaram a pressionar a produção para abaixo de 3 milhões de barris por dia (bpd) pela primeira vez em seis meses, e trabalhos planejados para terminais de transporte no sul em setembro podem reduzir as exportações em 300 mil a 500 mil bpd por meses, disse a AIE.

Isso deve prejudicar ainda mais os planos do Iraque, que havia sinalizado acordos de bilhões de dólares em exploração com gigantes do petróleo, a fim de elevar a produção nos próximos anos e até mesmo dobrar ou até triplicar os volumes bombeados.

O fornecimento da Líbia, por sua vez, foi fortemente prejudicado por agitações civis. As exportações do país recuaram para seu menor nível desde a guerra civil de 2011, com os envios figurando em somente um terço de sua capacidade.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse nesta sexta-feira que as perdas em ambos Líbia e Iraque haviam reduzido a produção geral do grupo para 30,31 milhões de bpd em julho, queda de 100 mil bpd ante junho.

A oferta de países de fora da Opep aumentou em 570 mil bpd em julho para 54,9 milhões de bpd, disse a AIE, com a América do Norte contribuindo com 40 por cento deste crescimento.

"O Canada, e não os EUA, foi o responsável por boa parte deste aumento", disse a AIE, acrescentando que um forte crescimento na América do Norte deverá elevar a oferta total de países de fora da Opep a 55,4 milhões de bpd no quarto trimestre.

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