Fumaça sobe após ataque suicida com carro-bomba no principal bairro comercial de Damasco, na Síria (SANA/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2013 às 10h06.
Beirute - Um carro-bomba guiado por um suicida explodiu nesta segunda-feira no principal bairro comercial de Damasco, matando pelo menos 15 pessoas, incendiando outros veículos e danificando edifícios, segundo a TV estatal.
Uma moradora descreveu a explosão como sendo a maior que ela escutou na capital em dois anos de guerra civil na Síria. Ela relatou que grandes colunas de fumaça se erguiam a partir do bairro de Sabaa Bahrat.
A TV estatal disse que a explosão ocorreu perto de uma escola em Sabaa Bahrat, uma área muito populosa, onde também funcionam o Banco Central e o Ministério das Finanças.
Moradores e ativistas de oposição relataram ter ouvido tiroteios e sirenes de ambulâncias nos arredores. A TV estatal disse que tiros foram disparados para o alto a fim de abrir caminho para as ambulâncias.
A emissora mostrou vários corpos na rua, inclusive dois cadáveres carbonizados nos destroços de um ônibus tombado. Outros veículos continuavam em chamas, enfileirados no que parecia ser um estacionamento.
Homens levavam de maca uma mulher com o rosto coberto de sangue. Mulheres em pânico, usando longos vestidos negros e lenços na cabeça, corriam para o local. A TV estatal mostrou algumas crianças com uniformes escolares e ataduras.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que reúne relatos de uma rede de informantes, inclusive hospitais, disse que pelo menos oito pessoas morreram.
Ninguém assumiu de imediato a autoria do ataque, mas a imprensa estatal culpou "terroristas", um termo que o governo costuma atribuir a combatentes da oposição.
Insurgentes sírios instalados nos arredores de Damasco têm feito incursões em áreas controladas pelo governo, mais próximas do centro, intensificando nas últimas semanas os ataques com morteiros e carros-bombas.
Mais de 70 mil pessoas já morreram no conflito, que começou com protestos pacíficos contra o presidente Bashar al Assad, que foram violentamente reprimidos. Uma luta armada então se formou, deixando milhões de refugiados internos e externos.