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Berlusconi anuncia que continuará na política

Ex-primeiro-ministro da Itália fez as declarações em mensagem transmitida pela TV, na qual também manifestou sua 'tristeza' pelos ataques e insultos que recebeu

A saída de Berlusconi pode não ser suficiente para salvar a Itália, dizem especialistas (Georges Gobet/AFP)

A saída de Berlusconi pode não ser suficiente para salvar a Itália, dizem especialistas (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2011 às 16h49.

Roma - O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi afirmou neste domingo que renunciou por 'sentido de Estado e de responsabilidade' para com a Itália, e anunciou que continuará na política e que dobrará seus esforços no Parlamento e nas instituições para renovar o país.

Berlusconi fez estas declarações em mensagem transmitida pela TV, na qual também manifestou sua 'tristeza' pelos ataques e insultos que recebeu ontem de milhares de italianos em Roma quando estava a caminho da sede da Presidência da Itália, onde apresentaria sua renúncia ao Chefe do Estado, Giorgio Napolitano.

'Renunciei por sentido de responsabilidade e de Estado, para evitar um novo ataque de especulação financeira (contra a Itália) e sem que o Parlamento, jamais, me tivesse retirado o voto de confiança', afirmou o político, de 76 anos, em sua mensagem.

Berlusconi disse que 'não existe' uma alternativa política para seu governo, mas que os políticos italianos estão preparados 'para ajudar nos esforços do presidente da República para oferecer em breve ao país um novo governo de perfil técnico'.

'Cumpriremos nosso dever', acrescentou Berlusconi, que destacou que seu governo aprovou em tempo recorde a chamada lei de estabilidade financeira, que inclui as reformas econômica exigidas pela União Europeia.

Esta lei - destacou Berlusconi - contém mais da metade das reformas exigidas pela UE, e permitirá 'demonstrar' aos países europeus e aos mercados que a Itália vai manter seus compromissos.

O ex-primeiro ministro acrescentou que 'honrou' assim a confiança que lhe foi dada pelos italianos em 2008, quando ganhou as eleições.

'E justo depois da aprovação da lei, como tinha anunciado, apresentei minha renúncia', declarou.

Berlusconi disse esperar que todas as forças políticas, juntas, combatam uma crise 'que não nasceu na Itália', nem pela dívida do país ou em seus bancos.

'Não nasceu nem sequer na Europa, é uma crise que se transformou em uma crise de nossa moeda (o euro), que não tem o apoio que deve ter, aquele de um banco que garanta a divisa. Isto é o que deve fazer o Banco Central Europeu se quiser salvar o euro e a Europa', afirmou.

Em relação aos insultos que recebeu ontem de milhares de italianos quando seguia para a sede da Presidência, onde entregaria o cargo, Berlusconi disse que foi 'triste' ver como sua renúncia, classificada por ele como 'responsável e generosa', foi recebida com vaias e insultos.

'Fora das centenas de manifestantes que estavam ontem na praça há milhões de italianos que sabem que fizemos o impossível para preservar nossas famílias e nossas empresas da crise global que atingiu todos os países avançados, não só o nosso', declarou.

Berlusconi acrescentou que graças ao apoio dos italianos pôde, desde 1994, quando entrou em política, cumprir seus objetivos para modernizar a Itália. EFE

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