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Bangui tem tiroteio em aeroporto durante a madrugada

Nas primeiras horas da manhã, centenas de pessoas, em sua maioria jovens, se reuniram para protestar na entrada do aeroporto Mpoko, no norte da cidade

Bangui: disparos de armas leves, aparentemente de soldados do Chade e da "Misca" (a força africana no país ) gerou pânico e confusão entre a multidão (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 11h21.

Bangui - Tiroteios foram ouvidos na manhã desta sexta-feira em vários bairros de Bangui, após várias horas de intensa troca de tiros durante a madrugada no aeroporto, o que ilustra a situação ainda extremamente volátil na capital da República Centro-Africana, após os recentes casos de violência religiosa.

Nas primeiras horas da manhã, centenas de pessoas, em sua maioria jovens, se reuniram para protestar na entrada do aeroporto Mpoko, no norte da cidade, exigindo a saída do presidente e ex-líder rebelde Michel Djotodia, observou a AFP.

Disparos de armas leves, aparentemente de soldados do Chade e da "Misca" (a força africana no país ) gerou pânico e confusão entre a multidão.

Manifestantes furiosos atacaram com pedras um caminhão que transportava passageiros muçulmanos, presumivelmente também chadianos.

A situação foi controlada com a chegada de reforços franceses, e a dispersão gradual dos manifestantes. Mas logo depois, tiros de origem desconhecida foram ouvidos em outro distrito do norte, em Gobongo, onde, de acordo com um habitante local, várias pessoas foram mortas durante a noite por homens da Seleka vestidos com uniformes da polícia.

No final da manhã, os soldados franceses se preparavam para intervir nesta área.

Enquanto a situação parecia tranquila no centro da cidade, estes incidentes, juntamente com rumores de confrontos noturnos no aeroporto, resultaram em uma diminuição notável do movimento nas principais estradas e avenidas.

Pouco antes do meio-dia, o bairro Combattant, perto do aeroporto e palco de vários massacres nas últimas duas semanas, estava deserto.

Por várias horas durante a noite, "houve tiros de armas automáticas (...) na bise militar do aeroporto. A situação é confusa", indicou à AFP uma fonte militar francesa.

Questionado pela AFP, um oficial da Misca citou feridos entre seus homens, sem mais detalhes.


"A situação é volátil desde ontem à noite" e "nada é simples", se limitou a dizer um porta-voz da operação francesa Sangaris.

O aeroporto de Mpoko abriga os acampamentos dos militares franceses da Sangaris (1.600 homens) e dos diferentes contingentes da Misca, mobilizados para restabelecer a segurança na República Centro-Africana.

Dezena de descolados - em sua maioria cristãos - fugiram da violência religiosa na cidade e vivem na maior desordem e de forma precária.

A República Centro-Africana está em conflito desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé no mês de março.

Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu o controle do país e grupos rivais, cristãos e muçulmanos, iniciaram uma série de confrontos extremamente violentos.

Desde 5 de dezembro, os massacres entre cristãos e muçulmanos fizeram quase mil mortos no país, segundo o último balanço da Anistia Internacional.

A maioria das vítimas foram mortas em Bangui, por membros da Seleka, mas também na província, onde atuam milícias de autodefesa de vilarejos cristãos "anti-balaka", segundo a Anistia.

Após a autorização da ONU, o exército francês lançou uma operação de apoio a uma força africana já presente com 3.700 militares.

Ruanda declarou nesta sexta-feira que também irá participar da missão

Os novos incidentes violentos acontecem no momento em que a França tenta mobilizar seus aliados europeus para ajudar no terreno em sua difícil missão.

Reunidos em Bruxelas, os líderes europeus analisam a possibilidade de "enviar um quadro europeu".

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Bangui - Tiroteios foram ouvidos na manhã desta sexta-feira em vários bairros de Bangui, após várias horas de intensa troca de tiros durante a madrugada no aeroporto, o que ilustra a situação ainda extremamente volátil na capital da República Centro-Africana, após os recentes casos de violência religiosa.

Nas primeiras horas da manhã, centenas de pessoas, em sua maioria jovens, se reuniram para protestar na entrada do aeroporto Mpoko, no norte da cidade, exigindo a saída do presidente e ex-líder rebelde Michel Djotodia, observou a AFP.

Disparos de armas leves, aparentemente de soldados do Chade e da "Misca" (a força africana no país ) gerou pânico e confusão entre a multidão.

Manifestantes furiosos atacaram com pedras um caminhão que transportava passageiros muçulmanos, presumivelmente também chadianos.

A situação foi controlada com a chegada de reforços franceses, e a dispersão gradual dos manifestantes. Mas logo depois, tiros de origem desconhecida foram ouvidos em outro distrito do norte, em Gobongo, onde, de acordo com um habitante local, várias pessoas foram mortas durante a noite por homens da Seleka vestidos com uniformes da polícia.

No final da manhã, os soldados franceses se preparavam para intervir nesta área.

Enquanto a situação parecia tranquila no centro da cidade, estes incidentes, juntamente com rumores de confrontos noturnos no aeroporto, resultaram em uma diminuição notável do movimento nas principais estradas e avenidas.

Pouco antes do meio-dia, o bairro Combattant, perto do aeroporto e palco de vários massacres nas últimas duas semanas, estava deserto.

Por várias horas durante a noite, "houve tiros de armas automáticas (...) na bise militar do aeroporto. A situação é confusa", indicou à AFP uma fonte militar francesa.

Questionado pela AFP, um oficial da Misca citou feridos entre seus homens, sem mais detalhes.


"A situação é volátil desde ontem à noite" e "nada é simples", se limitou a dizer um porta-voz da operação francesa Sangaris.

O aeroporto de Mpoko abriga os acampamentos dos militares franceses da Sangaris (1.600 homens) e dos diferentes contingentes da Misca, mobilizados para restabelecer a segurança na República Centro-Africana.

Dezena de descolados - em sua maioria cristãos - fugiram da violência religiosa na cidade e vivem na maior desordem e de forma precária.

A República Centro-Africana está em conflito desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé no mês de março.

Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu o controle do país e grupos rivais, cristãos e muçulmanos, iniciaram uma série de confrontos extremamente violentos.

Desde 5 de dezembro, os massacres entre cristãos e muçulmanos fizeram quase mil mortos no país, segundo o último balanço da Anistia Internacional.

A maioria das vítimas foram mortas em Bangui, por membros da Seleka, mas também na província, onde atuam milícias de autodefesa de vilarejos cristãos "anti-balaka", segundo a Anistia.

Após a autorização da ONU, o exército francês lançou uma operação de apoio a uma força africana já presente com 3.700 militares.

Ruanda declarou nesta sexta-feira que também irá participar da missão

Os novos incidentes violentos acontecem no momento em que a França tenta mobilizar seus aliados europeus para ajudar no terreno em sua difícil missão.

Reunidos em Bruxelas, os líderes europeus analisam a possibilidade de "enviar um quadro europeu".

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