Atiradora da Califórnia: "Era um curso de dois anos, mas ela não concluiu. Era uma boa garota. Não sei por quê foi embora, nem o que aconteceu" (Justin Sullivan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 08h50.
Tashfeen Malik, que, ao lado do marido, matou 14 pessoas na Califórnia na semana passada, estudou em uma madrassa para mulheres do Paquistão, informou à AFP uma de suas professoras.
Malik, de 29 anos, estudou no Instituto Al-Huda da cidade de Multan, que recebe mulheres de classe média que desejam se aproximar do islã, disse a professora, que se identificou como Muqadas.
"Era um curso de dois anos, mas ela não concluiu. Era uma boa garota. Não sei por quê foi embora, nem o que aconteceu", completou.
Apesar do instituto, que tem unidades nos Estados Unidos, Índia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido, não ter relações conhecidas com grupos extremistas, tem sido acusado de difundir uma ideologia próxima a dos talibãs.
Um diretor do Al-Huda não confirmou nem desmentiu a informação.
"Em todo caso, não temos nada a que ver com isto (o tiroteio) e não somos responsáveis por nossos estudantes", disse.
Malik e seu marido Syed Farook, de 28 anos, provocaram um massacre em um centro social de San Bernardino (Califórnia) na quarta-feira da semana passada, um ataque reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
De acordo com a polícia, Malik, que tinha visto para morar nos Estados Unidos, mas passou longos períodos no Paquistão e na Arábia Saudita, pode ter radicalizado o marido.
Os investigadores tentam determinar se ela teve contato com islamitas radicais em alguns destes países.
Malik estudou na Universidade Bahauddin Zakariya de Multan entre 2007 e 2013 e, segundo ex-colegas, foi neste período que frequentou o Instituto Al-Huda.
"Pouco a pouco foi se tornando mais séria e estrita", disse um estudante, que pediu anonimato, segundo o qual ela "mudou drasticamente".
As autoridades do Paquistão prometeram atuar contra as escolas religiosas suspeitas de difundir o islã radical, mas suas tentativas esbarraram nos líderes religiosos que acusam o governo de atacar o islã.