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Asean começa sua cúpula com foco na economia e na segurança

A Asean é integrada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, cujos chefes de governo se reunirão

Asean: a economia é o tema principal de boa parte da agenda oficial (Soe Zeya Tun/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 11h09.

Vientiane - A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) inaugurou nesta terça-feira no Laos uma cúpula dedicada a avançar na integração do bloco regional, que tentará evitar expor suas diferenças no conflito do Mar da China Meridional.

O presidente do país anfitrião, Bounnhang Vorachith, disse que a situação mundial requer que a Asean potencialize a colaboração interna e externa, durante a inauguração da reunião na capital Vientiane.

O líder do Laos citou os "problemas de segurança multifacetados que surgiram em muitas partes do mundo" e que o bloco regional deve enfrentar o terrorismo , o extremismo, os desastres naturais, a mudança climática, a crise de migração, o tráfico humano, as disputas territoriais e os conflitos armados, entre outros.

"Neste contexto, é necessário que acompanhemos o desenvolvimento dos eventos e continuemos a cooperação na Asean e a colaboração com a comunidade internacional", acrescentou o chefe de Estado.

A Asean é integrada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, cujos chefes de Estado e de governo se reunirão até a quinta-feira, e também manterão encontros bilaterais e multilaterais com Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão, Austrália e ONU .

A economia é o tema principal de boa parte da agenda oficial de três dias da cúpula deste grupo que em 1º de janeiro se constituiu formalmente como Comunidade Asean, um espaço de 622 milhões de habitantes e um PIB conjunto de US$ 2,5 trilhões.

Com isso, a Asean pretende criar um mercado e uma base de produção única, com livre circulação de capital, serviços, bens, investimento e pessoal qualificado.

O diálogo também estará condicionado pelas disputas territoriais no Mar da China Meridional, que conta com alguns arquipélagos e atóis cuja soberania é reivindicada por Brunei, Filipinas, Malásia, Vietnã e China, sem contar Taiwan.

Pequim reivindica sua soberania sobre quase a totalidade deste espaço marítimo pelo qual circulam mercadorias avaliadas em US$ 5 trilhões a cada ano, e que contém grandes áreas de pesca e potenciais reservas de petróleo e gás.

Filipinas e Vietnã querem que a Asean forme uma frente comum que se oponha à reivindicação de Pequim, mas isto acabou sendo frustrado nas últimas cúpulas pela posição do Camboja, um país no qual a China tem grandes projetos de investimento.

O Tribunal Internacional de Haia emitiu uma decisão em julho favorável às Filipinas e desprezou as reivindicações históricas de Pequim no Mar da China Meridional.

Já em agosto, China e Asean entraram em acordo para finalizar em meados de 2017 o marco para um código de conduta que ambas as partes negociam desde 2010 para diminuir a tensão nessa região marítima.

Este acordo e outro para criar uma linha de comunicação de emergência para ser utilizada em caso de crise serão discutidos em Vientiane.

A delegação dos EUA é liderada pelo presidente Barack Obama, que chegou ontem à noite ao país em sua última viagem à Ásia antes de encerrar seu mandato, e que representa também a primeira visita de um chefe de Estado americano ao Laos.

Em seu primeiro discurso no Laos, Obama abordou o legado de bombas deixado no país pela aviação americana durante a Guerra do Vietnã e anunciou o aumento da ajuda para os trabalhos de desativação destes explosivos de até US$ 90 milhões nos próximos três anos.

Obama afirmou que esta ajuda é uma "obrigação moral" e apostou na cooperação como a melhor maneira para favorecer a reconciliação e refazer as relações.

Neste mesmo discurso, o presidente dos Estados Unidos fez uma defesa dos direitos humanos, sem criticar diretamente sua situação no Laos, que vive um regime socialista fechado, comandado por um partido único.

Obama também promoveu o Tratado Transpacífico (TPP, sigla em inglês), que ainda deve ser ratificado pelos parlamentos dos países que o assinaram, quatro deles membros da Asean (Brunei, Malásia, Cingapura e Vietnã).

O presidente americano qualificou o TPP como um pilar básico da ação dos EUA na região da Ásia-Pacífico e situou o acordo como uma garantia de maior integração e confiança na região.

Ao mesmo tempo, Obama advertiu que o fracasso na aprovação do TPP não teria somente consequências econômicas, mas também "colocaria em dúvida a liderança dos EUA nesta região vital".

O primeiro dia da cúpula acabou sendo ofuscado pelos insultos feitos pelo presidente filipino, Rodrigo Duterte, que faz sua estreia na cúpula após ser investido no cargo em junho, ao chefe de Estado americano.

Washington cancelou um encontro bilateral depois que Duterte, antes de viajar para Laos, chamou Obama de "filho da p...", depois que o líder americano fez comentários sobre a polêmica campanha antidrogas empreendida pelas Filipinas, que resultou em quase 2.500 mortes em dois meses. EFE

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O líder do Laos citou os "problemas de segurança multifacetados que surgiram em muitas partes do mundo" e que o bloco regional deve enfrentar o terrorismo , o extremismo, os desastres naturais, a mudança climática, a crise de migração, o tráfico humano, as disputas territoriais e os conflitos armados, entre outros.

"Neste contexto, é necessário que acompanhemos o desenvolvimento dos eventos e continuemos a cooperação na Asean e a colaboração com a comunidade internacional", acrescentou o chefe de Estado.

A Asean é integrada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, cujos chefes de Estado e de governo se reunirão até a quinta-feira, e também manterão encontros bilaterais e multilaterais com Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão, Austrália e ONU .

A economia é o tema principal de boa parte da agenda oficial de três dias da cúpula deste grupo que em 1º de janeiro se constituiu formalmente como Comunidade Asean, um espaço de 622 milhões de habitantes e um PIB conjunto de US$ 2,5 trilhões.

Com isso, a Asean pretende criar um mercado e uma base de produção única, com livre circulação de capital, serviços, bens, investimento e pessoal qualificado.

O diálogo também estará condicionado pelas disputas territoriais no Mar da China Meridional, que conta com alguns arquipélagos e atóis cuja soberania é reivindicada por Brunei, Filipinas, Malásia, Vietnã e China, sem contar Taiwan.

Pequim reivindica sua soberania sobre quase a totalidade deste espaço marítimo pelo qual circulam mercadorias avaliadas em US$ 5 trilhões a cada ano, e que contém grandes áreas de pesca e potenciais reservas de petróleo e gás.

Filipinas e Vietnã querem que a Asean forme uma frente comum que se oponha à reivindicação de Pequim, mas isto acabou sendo frustrado nas últimas cúpulas pela posição do Camboja, um país no qual a China tem grandes projetos de investimento.

O Tribunal Internacional de Haia emitiu uma decisão em julho favorável às Filipinas e desprezou as reivindicações históricas de Pequim no Mar da China Meridional.

Já em agosto, China e Asean entraram em acordo para finalizar em meados de 2017 o marco para um código de conduta que ambas as partes negociam desde 2010 para diminuir a tensão nessa região marítima.

Este acordo e outro para criar uma linha de comunicação de emergência para ser utilizada em caso de crise serão discutidos em Vientiane.

A delegação dos EUA é liderada pelo presidente Barack Obama, que chegou ontem à noite ao país em sua última viagem à Ásia antes de encerrar seu mandato, e que representa também a primeira visita de um chefe de Estado americano ao Laos.

Em seu primeiro discurso no Laos, Obama abordou o legado de bombas deixado no país pela aviação americana durante a Guerra do Vietnã e anunciou o aumento da ajuda para os trabalhos de desativação destes explosivos de até US$ 90 milhões nos próximos três anos.

Obama afirmou que esta ajuda é uma "obrigação moral" e apostou na cooperação como a melhor maneira para favorecer a reconciliação e refazer as relações.

Neste mesmo discurso, o presidente dos Estados Unidos fez uma defesa dos direitos humanos, sem criticar diretamente sua situação no Laos, que vive um regime socialista fechado, comandado por um partido único.

Obama também promoveu o Tratado Transpacífico (TPP, sigla em inglês), que ainda deve ser ratificado pelos parlamentos dos países que o assinaram, quatro deles membros da Asean (Brunei, Malásia, Cingapura e Vietnã).

O presidente americano qualificou o TPP como um pilar básico da ação dos EUA na região da Ásia-Pacífico e situou o acordo como uma garantia de maior integração e confiança na região.

Ao mesmo tempo, Obama advertiu que o fracasso na aprovação do TPP não teria somente consequências econômicas, mas também "colocaria em dúvida a liderança dos EUA nesta região vital".

O primeiro dia da cúpula acabou sendo ofuscado pelos insultos feitos pelo presidente filipino, Rodrigo Duterte, que faz sua estreia na cúpula após ser investido no cargo em junho, ao chefe de Estado americano.

Washington cancelou um encontro bilateral depois que Duterte, antes de viajar para Laos, chamou Obama de "filho da p...", depois que o líder americano fez comentários sobre a polêmica campanha antidrogas empreendida pelas Filipinas, que resultou em quase 2.500 mortes em dois meses. EFE

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