Após um mês de sua cassação, Lugo diz resistirá ao 'golpe de Estado'
Lugo foi destituído de seu cargo após ser submetido a um julgamento político no Senado
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2012 às 15h32.
Assunção - Ao completar um mês de seu impeachment, o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo afirmou neste domingo que seguirá resistindo ao 'golpe de Estado' perpetrado pela 'oligarquia econômica e política de seu país'.
'Não vamos retroceder neste momento em nossa luta pacífica para que volte a democracia em nosso país e se anule a paródia que foi o julgamento político de 21 e 22 de junho', disse Lugo por meio de um comunicado. Lugo foi destituído de seu cargo após ser submetido a um julgamento político no Senado no qual foi condenado por mau desempenho de suas funções. O até então vice-presidente, Federico Franco, assumiu em seu lugar.
O processo teve como motivação a morte de 17 policiais e trabalhadores rurais em um tiroteio durante um despejo de sem- terras em uma fazenda de Curuguaty, cuja propriedade é disputada pelo Estado e o político e empresário Blas N. Riquelme.
O ex-governante disse que a situação 'foi manipulada de maneira vil para justificar a manobra antidemocrática dos parlamentares golpistas', e que o Governo de Franco 'deu mostras de que não tem interesse' em elucidar o ocorrido. 'Os que tramaram contra o povo paraguaio esperavam que déssemos um passo em falso e que em nossa legítima defesa frente ao golpe déssemos a eles a oportunidade para provocar mais mortes e voltar a utilizá-las em favor de suas conspirações', reclamou.
'Optamos conscientemente por não alimentar a espiral da violência e morte. Mas isso nunca significou abdicar de nossa luta pela democracia em nosso país. Não confundam nosso pacifismo com tolerância às violações à democracia', insistiu.
Lugo transmitiu sua mensagem da nova sede da Frente Guasú Róga, coalizão que o levou ao poder nas eleições gerais de 20 de abril de 2008 e que pôs fim a 61 anos de Governo do Partido Colorado. O ex-governante mencionou que se encontrou no local com vários dirigentes dos 17 departamentos (estados) do país para analisar a situação e articular a 'resistência de luta até a conquista da genuína e verdadeira democracia'.
'Os que estiveram ao lado do golpe são os que lucram com um modelo de país para poucos, onde o destino de nossa gente é a emigração', afirmou o ex-bispo, quem também denunciou 'centenas de demissões' ilegais de funcionários públicos 'por motivos ideológicos'.
'Deram um golpe contra o povo e sua soberania, contra seus interesses e direitos históricos, para entregar o país aos interesses tacanhos de multinacionais, e para defender os interesses clientelistas e de uma classe política atrasada', discursou.
A crise política gerada com a destituição de Lugo levou a uma suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), blocos que argumentam que ocorreu uma ruptura democrática no país.
Além disso, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Parlamento Europeu enviaram missões de observação para Assunção para analisar a situação. EFE
Assunção - Ao completar um mês de seu impeachment, o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo afirmou neste domingo que seguirá resistindo ao 'golpe de Estado' perpetrado pela 'oligarquia econômica e política de seu país'.
'Não vamos retroceder neste momento em nossa luta pacífica para que volte a democracia em nosso país e se anule a paródia que foi o julgamento político de 21 e 22 de junho', disse Lugo por meio de um comunicado. Lugo foi destituído de seu cargo após ser submetido a um julgamento político no Senado no qual foi condenado por mau desempenho de suas funções. O até então vice-presidente, Federico Franco, assumiu em seu lugar.
O processo teve como motivação a morte de 17 policiais e trabalhadores rurais em um tiroteio durante um despejo de sem- terras em uma fazenda de Curuguaty, cuja propriedade é disputada pelo Estado e o político e empresário Blas N. Riquelme.
O ex-governante disse que a situação 'foi manipulada de maneira vil para justificar a manobra antidemocrática dos parlamentares golpistas', e que o Governo de Franco 'deu mostras de que não tem interesse' em elucidar o ocorrido. 'Os que tramaram contra o povo paraguaio esperavam que déssemos um passo em falso e que em nossa legítima defesa frente ao golpe déssemos a eles a oportunidade para provocar mais mortes e voltar a utilizá-las em favor de suas conspirações', reclamou.
'Optamos conscientemente por não alimentar a espiral da violência e morte. Mas isso nunca significou abdicar de nossa luta pela democracia em nosso país. Não confundam nosso pacifismo com tolerância às violações à democracia', insistiu.
Lugo transmitiu sua mensagem da nova sede da Frente Guasú Róga, coalizão que o levou ao poder nas eleições gerais de 20 de abril de 2008 e que pôs fim a 61 anos de Governo do Partido Colorado. O ex-governante mencionou que se encontrou no local com vários dirigentes dos 17 departamentos (estados) do país para analisar a situação e articular a 'resistência de luta até a conquista da genuína e verdadeira democracia'.
'Os que estiveram ao lado do golpe são os que lucram com um modelo de país para poucos, onde o destino de nossa gente é a emigração', afirmou o ex-bispo, quem também denunciou 'centenas de demissões' ilegais de funcionários públicos 'por motivos ideológicos'.
'Deram um golpe contra o povo e sua soberania, contra seus interesses e direitos históricos, para entregar o país aos interesses tacanhos de multinacionais, e para defender os interesses clientelistas e de uma classe política atrasada', discursou.
A crise política gerada com a destituição de Lugo levou a uma suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), blocos que argumentam que ocorreu uma ruptura democrática no país.
Além disso, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Parlamento Europeu enviaram missões de observação para Assunção para analisar a situação. EFE