Usina nuclear de Kudankulam, situada na Índia: opositores da central criticam o fato da usina estar localizada em zona litorânea que sofreu em 2004 com tsunami (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 09h11.
Nova Deli - Após anos de atrasos, a usina nuclear de Kudankulam, situada no estado indiano de Tamil Nadu, começou a gerar energia nesta terça-feira apesar da dura oposição de setores que temem a possibilidade de um acidente nuclear.
A Corporação de Energia Nuclear da Índia (NPCIL), que começou a construção da usina em 2001, anunciou através de um comunicado em seu site que a central de Kudankulam iniciou nesta madrugada a produção de energia.
O primeiro dos dois reatores da central começou gerando 160 megawatts (MW) de energia, embora espera-se que cada um deles, após diversos teste de segurança, alcance os mil megawatts, segundo a NPCIL.
"Com esses mil megawatts a produção de energia nuclear no país alcançará os 5.780 MW", de acordo com a nota, o que contribuirá para suprir o grave déficit energético que padece a Índia, segundo as autoridades locais.
Os opositores da central de Kudankulam criticam o fato da usina estar localizada em uma zona litorânea que sofreu em 2004 com o tsunami que atingiu parte Ásia, por isso poderia acontecer um acidente nuclear similar ao que ocorreu no Japão em 2011.
Os protestos foram liderados pelo Movimento Popular Contra a Energia Nuclear (PMANE), que pediu a libertação de vários ativistas detidos, novos estudos de segurança, simulações de evacuação e que a usina não inicie suas operações.
O PMANE disse por meio de um comunicado que "as autoridades nucleares indianas e russas - encarregadas de fornecer a tecnologia para a construção dos reatores - não se importam com a vida dos indianos" e só se preocupam com seus próprios "lucros".
A campanha do PMANE - que tinha conseguido paralisar durante meses o trabalho dos reatores da usina - afirmou que as companhias russas são "de pouca credibilidade" e o material de "baixa qualidade".
O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, no entanto, afirmou em dezembro que o desenvolvimento do programa energético nuclear é "um pilar chave" na relação bilateral entre a Rússia e a Índia.