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Apesar de Fukushima, demanda de urânio aumentará com força

Informação foi divulgada em relatório conjunto da Agência da OCDE para a Energia Nuclear

Funcionário checa os níveis de radiação em Fukushima: demanda de urânio deve aumentar com força (Tepco/AFP)

Funcionário checa os níveis de radiação em Fukushima: demanda de urânio deve aumentar com força (Tepco/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2012 às 14h02.

Paris - Apesar da catástrofe nuclear de Fukushima, a demanda mundial de urânio deve aumentar com muita força nos próximos anos, como reflexo do auge esperado do parque mundial de centrais atômicas, segundo relatório conjunto da Agência da OCDE para a Energia Nuclear (AEN) e a agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) publicado nesta quinta-feira.

A produção de urânio aumentou 25% entre 2008 e 2010 e alcançou 54.670 toneladas (o resto da demanda é coberto pela produção chamada secundária, como a reciclagem do combustível usado), e deverá progredir ainda 5% este anos, a 57.000 toneladas.

Segundo o estudo, a demanda de urânio para alimentar as centrais deverá se estabelecer entre 97.645 e 136.385 toneladas em 2035, contra 63.875 toneladas em 2010.

Dito de outro modo, as necessidades de urânio aumentarão ao menos 50% nas próximas décadas e poderá chegar a duplicar.

Isso resulta, segundo a AEN e a AIEA, de um aumento da envergadura do parque nuclear mundial avaliado entre 44 e 99% até 2035: deverá passar de 375 gigawatts no final de 2010 a uma faixa compreendida entre 540 e 746 gigawatts.

Estas previsões têm a ver, evidentemente, com as incertezas que pairam sobre o desenvolvimento do átomo civil depois do acidente registrado em março de 2011 na central japonesa de Fukushima, o pior desde Chernóbil em 1986.

Mas o relatório, feito por duas agências que têm por objetivo promover o uso da energia nuclear com fins pacíficos, prevê, no entanto, uma expansão em ritmo elevado desta fonte de energia muito controvertida, alimentada pelas crescentes necessidades em termos de matéria de energia dos países emergentes, em particular na Ásia, e sua prática ausência de emissões de CO2.

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