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Ataque terrorista a mesquita deixa 6 mortos no Canadá

Ao menos seis pessoas morreram e oito ficaram feridas em um ataque a mesquita em Quebec

Equipes de socorro atendem vítimas em uma mesquita no Quebec, alvo de ataque (Mathieu Belanger/Reuters)
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AFP

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 07h13.

Última atualização em 30 de janeiro de 2017 às 09h25.

Dois homens abriram fogo em uma mesquita de Quebec em uma ação que deixou seis mortos e oito feridos, um ato que o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau classificou de "ataque terrorista".

Christine Coulombe, porta-voz da polícia local, afirmou em uma entrevista coletiva que as vítimas fatais têm entre 35 e 70 anos e que dois suspeitos foram detidos após o ataque.

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A polícia considera o incidente como um "ato terrorista".

As autoridades não descartam a possibilidade de um terceiro suspeito, que teria conseguido fugir do local.

"Condenamos este ataque terrorista contra os muçulmanos em um centro de culto e refúgio", afirmou Trudeau em um comunicado.

"Os muçulmanos canadenses são parte importante de nosso tecido nacional. Estes atos sem sentido não têm espaço em nossas comunidades, cidade e país", completou.

O motivo do ataque ainda não foi determinado. A polícia iniciou uma vasta operação após tiroteio, que aconteceu durante a oração noturna.

De acordo com testemunhas, dois homens com máscaras entraram na mesquita por volta das 19H15 de domingo (22H15 de Brasília).

"Parte o coração ver esta violência sem sentido", afirmou Trudeau, antes de acrescentar que a "diversidade é nossa fortaleza e a tolerância religiosa é um valor que, como canadenses, valorizamos".

"Violência bárbara"

O primeiro-ministro de Quebec, Philippe Couillard, escreveu no Twitter que o governo está "mobilizado para garantir a segurança da população".

"Quebec rejeita categoricamente esta violência bárbara", tuitou. "Solidariedade com a população de fé muçulmana de Quebec".

"Não entendo por quê aqui, é uma mesquita pequena", disse um homem que estava no centro cultural islâmico no momento do ataque. "Não é Montreal ou Toronto", afirmou.

A mesquita de Quebec já havia sido alvo de um ataque de ódio: uma cabeça de porco foi deixada diante da porta do templo durante o Ramadã, em junho do ano passado.

Outras mesquitas do Canadá foram alvos de frases racistas nos últimos meses.

Solidariedade

O ataque acontece no momento em que o Canadá promete abrir as portas aos muçulmanos e refugiados, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um polêmico decreto que suspende a entrada dos refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos, o que provocou o caos nas viagens e indignação no mundo.

O Canadá oferecerá temporariamente vistos de residência a várias pessoas retidas no país como resultado do decreto de Trump, informou no domingo o ministro da Imigração, Ahmed Hussen.

Trump suspendeu a entrada de refugiados nos Estados Unidos por 120 dias e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) por 90 dias.

Hussen, de origem somali, não condenou a medida dos Estados Unidos, mas enfatizou que o Canadá pretende manter uma política de imigração baseada na "compaixão", ao mesmo tempo que protege seus cidadãos.

"Damos as boas-vindas aos que fogem da perseguição, do terror e da guerra", disse, repetindo a mensagem de sábado do primeiro-ministro Justin Trudeau.

O presidente francês, François Hollande, condenou com "firmeza" o que chamou de "odioso atentado" na mesquita de Quebec.

De acordo com o último censo do Canadá, de 2011, uma a cada cinco pessoas no país nasceu no exterior.

O Canadá recebeu 39.670 refugiados sírios entre novembro de 2015 e o início de 2017, segundo o governo.

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