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América Latina depende cada vez mais de combustíveis dos EUA

Culpa seria da obsoleta rede de refinarias que não foi modernizada para adicionar capacidade

Consumidor abastece o carro em bomba de combustível: aumento foi causado principalmente pela crescente demanda por combustível (Jeff J Mitchell/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2013 às 17h14.

Houston - Apesar de suas vastas reservas de petróleo , a América Latina dobrou sua demanda por combustíveis , como diesel e gasolina, dos Estados Unidos nos últimos cinco anos, a fim de manter o ritmo de suas economias --e sua dependência é crescente.

A culpa é da obsoleta rede de refinarias que não foi modernizada para adicionar capacidade, em meio ao crescimento em grande parte da região.

Apesar de os líderes latino-americanos terem passado grande parte da última década abrindo mercados na Ásia e, em alguns casos, distanciando-se de Washington, as importações de combustíveis crescentes mostram que eles ainda dependem dos EUA para produtos cruciais.

A dependência da América Latina pelo produto refinado dos EUA está aumentando ao mesmo tempo em que os norte-americanos reduzem sua procura por petróleo estrangeiro, graças a uma produção doméstica sem precedentes e um desaquecimento da demanda local.

Enquanto países latino-americanos têm planos para a construção de novas refinarias, essas estão ainda muito distantes de darem frutos.

Doze países da América Latina que são os maiores importadores de combustível dos EUA compraram em média de 1,36 milhão de barris por dia em 2013, duas vezes mais que os 657 mil barris em 2008, de acordo com a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês)) dos EUA.


Ao mesmo tempo, embarques de petróleo bruto dos principais produtores da América Latina --México, Venezuela, Equador, Brasil, Argentina, Peru e Guatemala-- para os EUA caíram 18,6 por cento desde 2008, para 2,4 milhões de barris por dia. Apenas a Colômbia apresentou ganhos significativos.

A conta de importação de combustíveis para os 12 países foi de cerca de 65 bilhões de dólares em 2012, comendo cerca de 6 por cento de suas receitas de exportação, de acordo com dados de bancos centrais. Em 2008, esta conta representava 3,4 por cento das exportações.

O aumento foi causado principalmente pela crescente demanda por combustível - desde novas usinas de geração elétrica movidas a diesel até o aumento de dois dígitos nas vendas de carros novos em alguns países. E a tendência é que as importações continuem crescendo.

"A maior parte das novas refinarias na América Latina não tiveram sequer seu projeto de engenharia terminados", disse Ramon Espinasa, especialista em petróleo e gás para o Banco Interamericano de Desenvolvimento. "Não é esperada uma recessão regional no curto prazo, então um crescimento de 20-25 por cento na demanda por combustível tem que ser suprido por importações." A demanda latino-americana por combustíveis deve atingir de 9 milhões a 10 milhões de barris por dia até 2020, com crescimento anual de 2-2,2 por cento nos próximos sete anos, de acordo com projeções da Agência Internacional de Energia, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a EIA.

"A América Latina provavelmente continuará a ser um destino para volumes crescentes de produtos refinados do Golfo dos Estados Unidos daqui para frente" disse o Deutsche Bank em nota enviada a seus clientes.

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Houston - Apesar de suas vastas reservas de petróleo , a América Latina dobrou sua demanda por combustíveis , como diesel e gasolina, dos Estados Unidos nos últimos cinco anos, a fim de manter o ritmo de suas economias --e sua dependência é crescente.

A culpa é da obsoleta rede de refinarias que não foi modernizada para adicionar capacidade, em meio ao crescimento em grande parte da região.

Apesar de os líderes latino-americanos terem passado grande parte da última década abrindo mercados na Ásia e, em alguns casos, distanciando-se de Washington, as importações de combustíveis crescentes mostram que eles ainda dependem dos EUA para produtos cruciais.

A dependência da América Latina pelo produto refinado dos EUA está aumentando ao mesmo tempo em que os norte-americanos reduzem sua procura por petróleo estrangeiro, graças a uma produção doméstica sem precedentes e um desaquecimento da demanda local.

Enquanto países latino-americanos têm planos para a construção de novas refinarias, essas estão ainda muito distantes de darem frutos.

Doze países da América Latina que são os maiores importadores de combustível dos EUA compraram em média de 1,36 milhão de barris por dia em 2013, duas vezes mais que os 657 mil barris em 2008, de acordo com a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês)) dos EUA.


Ao mesmo tempo, embarques de petróleo bruto dos principais produtores da América Latina --México, Venezuela, Equador, Brasil, Argentina, Peru e Guatemala-- para os EUA caíram 18,6 por cento desde 2008, para 2,4 milhões de barris por dia. Apenas a Colômbia apresentou ganhos significativos.

A conta de importação de combustíveis para os 12 países foi de cerca de 65 bilhões de dólares em 2012, comendo cerca de 6 por cento de suas receitas de exportação, de acordo com dados de bancos centrais. Em 2008, esta conta representava 3,4 por cento das exportações.

O aumento foi causado principalmente pela crescente demanda por combustível - desde novas usinas de geração elétrica movidas a diesel até o aumento de dois dígitos nas vendas de carros novos em alguns países. E a tendência é que as importações continuem crescendo.

"A maior parte das novas refinarias na América Latina não tiveram sequer seu projeto de engenharia terminados", disse Ramon Espinasa, especialista em petróleo e gás para o Banco Interamericano de Desenvolvimento. "Não é esperada uma recessão regional no curto prazo, então um crescimento de 20-25 por cento na demanda por combustível tem que ser suprido por importações." A demanda latino-americana por combustíveis deve atingir de 9 milhões a 10 milhões de barris por dia até 2020, com crescimento anual de 2-2,2 por cento nos próximos sete anos, de acordo com projeções da Agência Internacional de Energia, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a EIA.

"A América Latina provavelmente continuará a ser um destino para volumes crescentes de produtos refinados do Golfo dos Estados Unidos daqui para frente" disse o Deutsche Bank em nota enviada a seus clientes.

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