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AIEA quer supervisionar segurança de centrais nucleares

Agência quer redobrar a fiscalização e se tornar o "xerife" da segurança, como já é o caso da prevenção da proliferação de armas atômicas

AIEA propôs reforçar em breve os critérios de segurança e garantir sua aplicação no nível mundial (Toru Yamanaka/AFP)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2011 às 17h00.

São Paulo - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) defendeu nesta segunda-feira um reforço de seus poderes em matéria de segurança nuclear, durante uma conferência destinada a tirar lições do acidente de Fukushima.

"Precisamos verificar de forma sistemática e regular a segurança de todas as centrais nucleares", declarou o diretor-geral dessa agência da ONU, o japonês Yukiya Amano, em conferência ministerial que se desenvolverá até a sexta-feira em Viena.

Sem colocar em questão a responsabilidade dos Estados em relação a suas centrais, o responsável considerou que é necessário ir mais longe e converter a agência no "xerife" da segurança, como já é o caso da prevenção da proliferação de armas atômicas.

Yukiya Amano considerou também que isso é possível sem necessidade de mudar o estatuto da agência, uma opção que seria trabalhosa e complexa.

"As avaliações nacionais são o ponto de partida", mas devem ser complementadas com "testes de especialistas internacionais da AIEA", insistiu Amano.

Como a agência, encarregada de promover a energia nuclear civil, não pode examinar cada um dos 440 reatores nucleares do mundo, as revisões poderão ser feitas de forma seletiva. Assim, "a AIEA poderá colocar em prova uma central nuclear de cada dez em três anos", propôs seu diretor-geral.

O fato de que a agência possa selecionar qualquer central daria segundo ele uma "motivação suplementar" aos exploradores dos reatores, para que apliquem os critérios de segurança mais estritos. Os detalhes sobre a organização desses testes ainda devem ser definidos, segundo Yukiya Amano.

O responsável propôs reforçar em breve os critérios de segurança da AIEA, e garantir sua aplicação no nível mundial.


"Inclusive os melhores critérios são inúteis se não forem aplicados", destacou, referindo-se ao Japão.

Em um relatório que será entregue aos 151 países-membros da agência durante a conferência, a AIEA critica severamente Tóquio por não ter aplicado a convenção de assistência prevista pela agência em caso de acidente nuclear. Essa convenção rege a cooperação entre Estados e com a AIEA para organizar a ajuda, a segurança e a comunicação.

Amano defendeu também reforçar os meios técnicos que permitem responder rapidamente a uma crise, e ampliar as competências da agência em matéria de comunicação.

Em coletiva de imprensa, mostrou-se confiante no apoio dos países-membros a suas propostas.

"Vivemos na era pós-Fukushima", e a segurança das instalações nucleares é mais do que nunca prioritária para todos os países, insistiu.

Em 11 de março, um terremoto e um maremoto devastaram o noroeste do Japão, danificando fortemente a central de Fukushima, e causando a pior catástrofe nuclear desde a de Chernobyl em 1986 na Ucrânia.

Alguns países, como Alemanha, Itália e Suíça decidiram em reação renunciar progressivamente à energia atômica civil. Outros, como França, Estados Unidos e outros países da Europa do Leste reafirmaram pelo contrário a manutenção dessa fonte de energia.

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São Paulo - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) defendeu nesta segunda-feira um reforço de seus poderes em matéria de segurança nuclear, durante uma conferência destinada a tirar lições do acidente de Fukushima.

"Precisamos verificar de forma sistemática e regular a segurança de todas as centrais nucleares", declarou o diretor-geral dessa agência da ONU, o japonês Yukiya Amano, em conferência ministerial que se desenvolverá até a sexta-feira em Viena.

Sem colocar em questão a responsabilidade dos Estados em relação a suas centrais, o responsável considerou que é necessário ir mais longe e converter a agência no "xerife" da segurança, como já é o caso da prevenção da proliferação de armas atômicas.

Yukiya Amano considerou também que isso é possível sem necessidade de mudar o estatuto da agência, uma opção que seria trabalhosa e complexa.

"As avaliações nacionais são o ponto de partida", mas devem ser complementadas com "testes de especialistas internacionais da AIEA", insistiu Amano.

Como a agência, encarregada de promover a energia nuclear civil, não pode examinar cada um dos 440 reatores nucleares do mundo, as revisões poderão ser feitas de forma seletiva. Assim, "a AIEA poderá colocar em prova uma central nuclear de cada dez em três anos", propôs seu diretor-geral.

O fato de que a agência possa selecionar qualquer central daria segundo ele uma "motivação suplementar" aos exploradores dos reatores, para que apliquem os critérios de segurança mais estritos. Os detalhes sobre a organização desses testes ainda devem ser definidos, segundo Yukiya Amano.

O responsável propôs reforçar em breve os critérios de segurança da AIEA, e garantir sua aplicação no nível mundial.


"Inclusive os melhores critérios são inúteis se não forem aplicados", destacou, referindo-se ao Japão.

Em um relatório que será entregue aos 151 países-membros da agência durante a conferência, a AIEA critica severamente Tóquio por não ter aplicado a convenção de assistência prevista pela agência em caso de acidente nuclear. Essa convenção rege a cooperação entre Estados e com a AIEA para organizar a ajuda, a segurança e a comunicação.

Amano defendeu também reforçar os meios técnicos que permitem responder rapidamente a uma crise, e ampliar as competências da agência em matéria de comunicação.

Em coletiva de imprensa, mostrou-se confiante no apoio dos países-membros a suas propostas.

"Vivemos na era pós-Fukushima", e a segurança das instalações nucleares é mais do que nunca prioritária para todos os países, insistiu.

Em 11 de março, um terremoto e um maremoto devastaram o noroeste do Japão, danificando fortemente a central de Fukushima, e causando a pior catástrofe nuclear desde a de Chernobyl em 1986 na Ucrânia.

Alguns países, como Alemanha, Itália e Suíça decidiram em reação renunciar progressivamente à energia atômica civil. Outros, como França, Estados Unidos e outros países da Europa do Leste reafirmaram pelo contrário a manutenção dessa fonte de energia.

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