Água do córrego Ypo'i deve passar por análise após denúncia
Procuradoria solicitou que a Polícia Federal abra uma investigação para estabelecer a veracidade das denúncias
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2012 às 18h47.
Rio de Janeiro - A Procuradoria pediu, nesta quarta-feira, que a Polícia averigue as denúncias de que o córrego Ypo''i, que é a principal fonte de água de uma comunidade indígena, foi envenenado intencionalmente por fazendeiros interessados em expulsar os índios da terra.
O órgão solicitou que a Polícia Federal abra uma investigação para estabelecer a veracidade das denúncias e que envie, ''com urgência'', uma equipe para que analise a condição sanitária de água, segundo um comunicado divulgado nesta quarta pelo Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul.
A suposta contaminação da fonte de água foi denunciada em 14 de novembro pelos membros da comunidade Ypo''i, que pertencem à etnia guarani e ocupam uma terra em disputa em Paranhos, município do Mato Grosso do Sul fronteiriço com o Paraguai.
A investigação foi ordenada uma semana depois que os líderes da comunidade denunciassem perante a Fundação Nacional do índio (Funai) a aparição de uma grande quantidade de espuma branca cobrindo toda a superfície do córrego.
Os índios utilizaram um celular para tirar fotografias e gravar vídeos da espuma branca que durante dois dias cobriu a superfície do córrego e recolheram amostras de água que foram enviadas à Funai e à Procuradoria.
Os líderes da comunidade também denunciaram terem visto dois grandes contêineres que aparentemente foram esvaziados no córrego.
''Essas imagens e as denúncias dos líderes indígenas foram enviados à Polícia Federal para que sirvam como base da investigação. O objetivo é estabelecer se ocorreu ou não a contaminação e identificar os responsáveis'', segundo o comunicado do Ministério Público.
De acordo com a nota, se a denúncia for comprovada, os responsáveis poderão ser condenados a penas de até 15 anos de prisão pelos delitos de envenenamento e contaminação de água potável.
Os índios, com a ajuda de ONGs como a Survival, publicaram um dos vídeos no YouTube para manifestar a ''indignação com a ação cruel dos fazendeiros'', que ainda não foram identificados.
A comunidade ocupa, desde 2010, parte de uma fazenda privada e pede que o terreno seja desapropriado e transformado em reserva por considerá-lo sagrado para seus ancestrais.
Em abril, um tribunal suspendeu uma ordem de despejo solicitada pelos proprietários da fazenda e estabeleceu um prazo de um ano para que o Estado se pronuncie sobre a reivindicação dos índios.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, uma comissão do episcopado da Igreja Católica, desde 2009 foram assassinados três índios desta comunidade por defenderem o direito às terras em disputa.
De acordo com um comunicado da Survival, a fazenda em questão pertence ao brasileiro Firmino Escobar, que é acusado de ter bloqueado, há dois anos, todas as entradas ao território ocupado pelos índios e cortado, dessa forma, o acesso à água, comida e atendimento médico.
''Os guaranis estão há muito tempo suportando uma campanha de terror sustentada e maliciosa para mantê-los fora da terra que legitimamente lhes pertence. Os culpados deste último ato cruel e perverso têm que ser levados perante a justiça'', afirmou o diretor da Survival International, Stephen Corry, citado no comunicado da organização.
Rio de Janeiro - A Procuradoria pediu, nesta quarta-feira, que a Polícia averigue as denúncias de que o córrego Ypo''i, que é a principal fonte de água de uma comunidade indígena, foi envenenado intencionalmente por fazendeiros interessados em expulsar os índios da terra.
O órgão solicitou que a Polícia Federal abra uma investigação para estabelecer a veracidade das denúncias e que envie, ''com urgência'', uma equipe para que analise a condição sanitária de água, segundo um comunicado divulgado nesta quarta pelo Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul.
A suposta contaminação da fonte de água foi denunciada em 14 de novembro pelos membros da comunidade Ypo''i, que pertencem à etnia guarani e ocupam uma terra em disputa em Paranhos, município do Mato Grosso do Sul fronteiriço com o Paraguai.
A investigação foi ordenada uma semana depois que os líderes da comunidade denunciassem perante a Fundação Nacional do índio (Funai) a aparição de uma grande quantidade de espuma branca cobrindo toda a superfície do córrego.
Os índios utilizaram um celular para tirar fotografias e gravar vídeos da espuma branca que durante dois dias cobriu a superfície do córrego e recolheram amostras de água que foram enviadas à Funai e à Procuradoria.
Os líderes da comunidade também denunciaram terem visto dois grandes contêineres que aparentemente foram esvaziados no córrego.
''Essas imagens e as denúncias dos líderes indígenas foram enviados à Polícia Federal para que sirvam como base da investigação. O objetivo é estabelecer se ocorreu ou não a contaminação e identificar os responsáveis'', segundo o comunicado do Ministério Público.
De acordo com a nota, se a denúncia for comprovada, os responsáveis poderão ser condenados a penas de até 15 anos de prisão pelos delitos de envenenamento e contaminação de água potável.
Os índios, com a ajuda de ONGs como a Survival, publicaram um dos vídeos no YouTube para manifestar a ''indignação com a ação cruel dos fazendeiros'', que ainda não foram identificados.
A comunidade ocupa, desde 2010, parte de uma fazenda privada e pede que o terreno seja desapropriado e transformado em reserva por considerá-lo sagrado para seus ancestrais.
Em abril, um tribunal suspendeu uma ordem de despejo solicitada pelos proprietários da fazenda e estabeleceu um prazo de um ano para que o Estado se pronuncie sobre a reivindicação dos índios.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, uma comissão do episcopado da Igreja Católica, desde 2009 foram assassinados três índios desta comunidade por defenderem o direito às terras em disputa.
De acordo com um comunicado da Survival, a fazenda em questão pertence ao brasileiro Firmino Escobar, que é acusado de ter bloqueado, há dois anos, todas as entradas ao território ocupado pelos índios e cortado, dessa forma, o acesso à água, comida e atendimento médico.
''Os guaranis estão há muito tempo suportando uma campanha de terror sustentada e maliciosa para mantê-los fora da terra que legitimamente lhes pertence. Os culpados deste último ato cruel e perverso têm que ser levados perante a justiça'', afirmou o diretor da Survival International, Stephen Corry, citado no comunicado da organização.